Discurso de Lula em posse na Caixa tem compromisso com agenda social e recados ao ‘mercado’ – CartaCapital

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O presidente afirmou que a instituição voltará a crescer, assim como ‘a bancarização do povo pobre’
O presidente Lula (PT) participou, nesta quinta-feira 12, da posse de Rita Serrano como presidente da Caixa Econômica Federal. Ela substitui Daniella Marques, indicada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).
Em seu discurso, Lula afirmou que a estatal voltará a crescer, assim como “a bancarização do povo pobre”. Após estabelecer como prioridades o investimento em saúde e educação e o combate à fome, ele voltou a mandar um recado direto ao “mercado”.
“A gente precisa construir uma narrativa diferente. Tudo o que a gente faz é gasto. Se eu compro comida, é gasto; se coloco dinheiro para dar comida ao pobre, é gasto; se vou fazer o Bolsa Família, é gasto. A única coisa que não é tratada como gasto é o dinheiro que a gente paga de juros ao sistema financeiro”, criticou.
Lula propôs considerar, a partir de agora, “investimento” o que o governo dedicar a pautas sociais, inclusive ao aumento de salário. Ele mencionou, por exemplo, os supersalários da Eletrobras, agora uma empresa privada.
“O conselho da Eletrobras paga 200 mil reais por mês para ele ir uma única vez a uma reunião. E a gente não pode dar aumento de salário mínimo de 3%, porque é gasto? Não é possível.”
O presidente também afirmou que, ao derrotar Jair Bolsonaro (PL), o Brasil “conquistou o direito de voltar a sorrir” e se comprometeu a “voltar a gerar empregos e melhorar a massa salarial”.
Mais cedo, durante café da manhã com jornalistas em Brasília – em que CartaCapital esteve presente -, Lula já havia demonstrado irritação com o “mercado”.
“Eu nunca vi a Febraban [Federação Brasileira dos Bancos] se reunir e dizer que está preocupada em pegar uma parte do juro que recebe para dedicar ao padre Júlio Lancelotti, para cuidar do morador de rua. Eu nunca vi. Quem tem que cuidar disso é o Estado. Ou as pessoas fazerem solidariedade”, declarou pela manhã.
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