Dólar tem alta de 2% influenciado por tensão política e prisão de Jefferson – UOL Economia

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Do UOL, em São Paulo*
24/10/2022 10h52Atualizada em 24/10/2022 11h15
O dólar comercial opera em alta na manhã desta segunda-feira (24) com o aumento das tensões políticas no Brasil a seis dias do segundo turno das eleições presidenciais. Por volta das 10h40 (horário de Brasília), a moeda norte-americana subia 2,34%, cotada a R$ 5,268.
O real é a moeda com pior desempenho frente ao dólar entre as principais divisas na manhã de hoje. No exterior, preocupações com a saúde econômica da China também influenciam a alta de moeda norte-americana.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Prisão de Roberto Jefferson. A turbulência política doméstica foi citada por vários agentes do mercado como a responsável pela depreciação do real. Ontem (23), o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) disparou tiros de fuzil e granadas contra agentes da Polícia Federal que cumpriam ordem de prisão dada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.
A uma semana do acirrado segundo turno contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PL) procurou se distanciar de Jefferson, seu apoiador, enquanto o petista buscou relacionar o comportamento do ex-deputado com o que chamou de clima criado no país pelo atual presidente.
“Com os acontecimentos de ontem, o medo de conflitos armados envolvendo as eleições deve gerar alguma cautela por parte dos investidores”, disse Larissa Quaresma, analista da Empiricus.
Otimismo sobre reeleição de Bolsonaro cai. A analista também cita que caiu o otimismo local sobre possível reeleição de Bolsonaro, cuja agenda é vista como muito mais amigável aos mercados do que a de Lula.
A semana ainda promete ser agitada, com investidores à espera de dados de inflação domésticos e da reunião de política monetária do Banco Central do Brasil, que começará na terça-feira e se encerrará na quarta. A expectativa é de manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, nível de juros mais alto entre as principais economias do mundo.
“Neste quesito (patamar da Selic) não esperamos muitas novidades, dado que o cenário não sofreu relevantes alterações”, disse a equipe de estratégia e macro do BTG Pactual em relatório sobre o encontro desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom). “Possíveis sinalizações sobre o período de manutenção da taxa devem ser o destaque, dados a atividade econômica resiliente e expectativas de juros mais elevados nos EUA.”
Cenário exterior. Investidores mostravam alguma preocupação com a economia da China, que, embora tenha se recuperado a ritmo mais rápido do que o esperado no terceiro trimestre, ainda enfrenta desafios de várias frentes, como as rigorosas restrições contra a covid-19, uma crise imobiliária cada vez mais profunda e os riscos de recessão global.
Além disso, a equipe de liderança escolhida pelo presidente chinês, Xi Jinping, no Congresso do Partido Comunista ampliou os temores de que o crescimento econômico será sacrificado a favor de políticas orientadas por ideologias.
O iuan chinês perdia mais de 1% nesta segunda-feira, enquanto os temores sobre a segunda maior economia do mundo derrubavam os preços do petróleo e outras commodities, prejudicando moedas sensíveis a esse tipo de produto, como o real.
*Com informações da Reuters
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