Eleições 2022: O poder da mentira na disputa política – O Tempo

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A informação é um dos insumos mais importantes da política. As condições de decidir sobre quem serão os nossos representantes dependem do nível de informação ao qual temos acesso e da qualidade das mesmas. Nesta reta final da eleição mais importante dos últimos anos, infelizmente, o poder da mentira tem orientado o comportamento de muitos eleitores. A desinformação não é um fenômeno novo. Há anos a utilização de boatos e de informações sem verificação influenciam a política. As redes sociais ampliaram, entretanto, a capacidade dessa desinformação.
Precisamos reconhecer que o uso de informações falsas e de recortes de falas sem contextualização não são ferramentas usadas exclusivamente por um dos lados desta disputa eleitoral. Apoiadores de diversas tonalidades lançam mão dessa técnica imoral para atingir seus objetivos eleitorais sem que haja o devido controle por parte da população. Selecionar o que é verdadeiro ou falso tem exigido até dos mais experientes interlocutores um nível de pesquisa que a maioria dos eleitores não encontra.
Desde os primeiros comentários sobre as eleições publicados nesta coluna tenho alertado para a possibilidade de um dos mais concorridos pleitos eleitorais da Nova República. Contrariando outros analistas políticos “primeiro-turnistas” defendi a improbabilidade de vitória já na primeira volta eleitoral. Tenho defendido aquilo que as novas pesquisas já informam: o pleito está praticamente empatado em intenção de votos. No dia 30, teremos uma surpresa sobre quem será o vencedor da corrida.
Lula lidera a maior parte dos levantamentos estatísticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral, mas as chances de vitória de seu adversário, o presidente Bolsonaro, estão sendo ampliadas. A corrida pelo voto ganhou reforços importantes de apoiadores dos dois candidatos em todo o território nacional. Artistas, influenciadores, políticos eleitos para os próximos anos estão em plena campanha, e isso pode ser crucial.
Nos próximos oito dias, prazo que resta até o dia da eleição, a temperatura tende a aumentar. Mentiras disseminadas em massa, acusações infundadas, boatos sem nenhuma comprovação serão a tônica de uma disputa com poucas propostas. Ganhará aquele candidato que tiver o melhor discurso mesmo que a sua composição não tenha lastro factual.
O fenômeno mais preocupante neste momento é a reação das pessoas à declaração de voto de cada um de nós. Em vez de tentar convencer o interlocutor sobre a qualidade do seu candidato, os atos mais frequentes constatados no dia a dia dos oponentes são de menosprezo, agressão e hostilização pelo simples fato de não haver entre eles concordância de voto. Está encerrado o período de debate civilizado: os próximos dias serão decisivos para quem tiver maior resiliência para suportar a pressão.
Para além da tensão social, temos ainda o acúmulo de responsabilidades sobre a Justiça Eleitoral. Nesta semana, os ministros do TSE decidiram que são censores da informação. Para que algo seja classificado como falso ou verdadeiro, basta a interpretação de um dos magistrados. O prazo para retirada das informações do ar será reduzido, e o Judiciário poderá agir de ofício, sem provocações, a algo que considere irregular.
Não há quem seja contrário a existência de um árbitro competente capaz de dirimir as dúvidas na corrida eleitoral. O que não se pode aceitar é o excesso de arbitragem, sobretudo baseada em considerações feitas a partir da simples interpretação. Na democracia não é possível ou recomendável que o juiz seja, simultaneamente, o bandeirinha e o batedor da falta. A nossa democracia está vivendo hoje um teste de fogo que orientará os nossos próximos anos. Que tenhamos saúde!
As opiniões apresentadas neste artigo são de exclusiva responsabilidade de quem o assina não representando, necessariamente, a posição do jornal ou da instituição de ensino à qual o autor está vinculado.
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Doutor em ciência política e professor de relações internacionais do Ibmec-BH
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