Eleições no país do futebol – folha.uol.com.br

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Diretora do Instituto Gerar de Psicanálise, autora de “O Mal-estar na Maternidade” e "Criar Filhos no Século XXI". É doutora em psicologia pela USP.
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Nascer no país do futebol nos faz conviver rotineiramente com a troca de farpas entre os torcedores de times adversários. Tão ruim quanto a frustração e a tristeza de ver seu time perder é aguentar o deboche dos rivais. O único consolo é que ninguém ganha todos os títulos para sempre e o sonho de revanche move o torcedor. Mesmo o Íbis Futebol Clube, que ostenta o título de pior time de futebol do mundo, foi capaz de ganhar do Atlético Mogi-SP em 2022. Talvez o Íbis e seus torcedores encerrem os verdadeiros amantes do futebol uma vez que, não tendo títulos como recompensa, têm que se contentar com o prazer do esporte mesmo.
O futebol como o conhecemos hoje, com regras bem restritas e arbitragem cerrada, é mais recente do que o jogo que, em sua versão medieval, tinha a pancadaria como ponto alto. A história do futebol se confunde com a história do país revelando as questões de classe, da lei, do racismo, das injustiças e das violências que nos assombram.
Mas é claro que essa coluna é sobre a outra torcida, aquela que vai decidir para onde o Brasil se dirigirá a partir de 1º de janeiro de 2023. Pretexto para pensar nossa resposta diante das diferenças inconciliáveis. Se os eleitores se comportam como torcedores de futebol, faz toda diferença a forma como torcem pelo seu “time”. Comemoram a vitória com o deboche respeitoso pelo adversário? Lamentam a derrota, aguentando a zoação? Mantêm o sonho de ganhar em outras rodadas? Ou saem se trucidando, ignorando as regras e ameaçando o juiz?
Sabemos como as torcidas radicais são capazes até de matar usando o “amor” ao time como justificativa. Mas, de fato, a violência só serve para camuflar vidas simbolicamente empobrecidas, emprestar algum sentido, encobrir frustrações e garantir vantagens pessoais. Sentir-se parte do time, às vezes, é a única coisa que o sujeito tem na vida. Além disso, ter uma causa comum encobre as diferenças dentro do próprio grupo, numa falsa irmandade.
Na política, diferentemente do esporte, quem ganha o pleito tem o direito e o dever de tomar atitudes que afetarão os dois times. Não se trata de levar o título para casa e continuar se gabando de tê-lo conquistado às expensas do adversário, mas de usá-lo para ajudar a gerir a vida de todos. A partir daí, os outros times/partidos voltam para o campo, porque o vencedor nunca governa sozinho.
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O vencedor, ainda que tenha seus poderes limitados por outros poderes, encarna um discurso que promove condutas. Daí que se ele incentiva o diálogo ou a tortura, a educação ou o armamento, a liberdade ou a ditadura, essas preferências servirão de baliza pra seus torcedores/eleitores. Basta lembrar que o cristianismo nada mais é que a transmissão das palavras de um homem —por vezes, distorcidas— ao longo de dois milênios. No caso, a interpretação das palavras de Jesus, mas poderia ser Buda, Maomé… O discurso tem efeito direto sobre os laços sociais e por mais que insistamos em desmentir os ditos, eles retornam nas formas de atos, revelando as verdadeiras motivações.
Pela primeira vez desde a redemocratização estamos sofrendo os efeitos de uma violência ímpar diante do pleito. A apreensão é insuportável e faz sofrer todos os brasileiros. Essa é a prova final do efeito do discurso do atual presidente. Foram suas palavras e consequentes atos que imprimiram o terror que reconhecemos à nossa volta.
A única forma de desarmar essa bomba é escolhendo o fair play no próximo domingo.
Não percamos a oportunidade de torcer em ato pela democracia.
Ao se referir ao tempo do cristianismo, o correto é dois milênios, não dois séculos, como publicado em versão anterior deste texto.
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