Eleitoras avaliam importância do voto e de apoiar mulheres na política – Hoje em Dia

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(Raissa Oliveira/Hoje em Dia)
Aos 71 anos, Gelta Xerém, foi umas das primeiras a chegar no Colégio Estadual Central, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. É com muito entusiasmo que ela faz questão de participar das eleições de 2022 já que, segundo ela, é o momento em que ela pode exercer seu direito para tentar mudar o país. 
“Acredito que é a única hora que eu posso reclamar ou mudar as coisas. O voto feminino principalmente precisa ser exercido. Eu faço maior questão de estar aqui.. precisamos assumir o nosso lugar”, afirma.
Os dados mais recentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) comprovam a importância do eleitorado feminino para a política brasileira. Segundo levantamento, dos mais de 156,4 milhões de eleitores que podem participar do pleito nos dois turnos, 53%, pouco mais de 82,3 milhões, são do gênero feminino e 74 milhões do masculino, que equivale a 47%.
Em Minas Gerais, o eleitorado é formado por 8, 5 milhões de mulheres e 7,7 milhões de homens. 
Opinião semelhante tem Aretuza Sodré, de 40 anos, que avalia o voto feminino como essencial. “A gente precisa pleitear outros lugares de poder. As mulheres são tão capazes quanto os homens para exercer cargos de poder”, opina. 
Mãe solo, ela estava acompanhada de seu filho. Aretuza afirma que a presença de parlamentares é essencial para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas por mulheres. “É uma área muito defasada. Então acho que tendo mais mulheres no congresso e no senado, talvez seja por esse caminho que vamos conseguir posições mais justas”, afirma. 
Falta representatividade 
No entanto, números tão expressivos ainda não se refletem em assentos políticos e de poder. Segundo o TSE, nesses espaços, as mulheres continuam sub-representadas. Para incentivar a entrada e a permanência das mulheres na política, muitas eleitoras usam o seu direito de voto para apoiar candidatas. 
É o caso da jovem Marcela Torrent, de 23 anos, que avalia que as mulheres tem, sim, o poder de mudar o resultado das eleições através do voto. 
“Votando com consciência, visando os nossos direitos, o que é nosso e por muito tempo foi negligenciado, além de importância é um direito que deveria ser exercido desde os primórdios. Eu acredito que vamos conseguir mudar o Brasil com os nosso votos, não anulando de forma alguma e mantendo nossa presença”, disse.
Marcela afirma que o voto feminino deve ser usado também no apoio a candidatas mulheres que possam representar as pautas direcionadas aos direitos do público feminino. 
“Lá [no Congresso] nós somos a minoria, infelizmente, mas a gente vai conseguir mudar isso também, até porque somos a maioria. Elas podem representar nossas dores e tudo que a gente passa. Por isso vou apoiar mulheres, inclusive, mulheres trans”, afirma.
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