Em Londres, exposição com 40 fotografias mostra trajetória do futebol brasileiro – Diplomacia Business

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Organizada pela Embaixada do Brasil na cidade, a exibição “The beauty of Brazilian Football” (A beleza do futebol brasileiro, em tradução livre) ficou em cartaz durante a Copa do Mundo.
O cartaz de abertura parece premonitório. É a imagem do gol de bicicleta do rei Pelé num amistoso entre Brasil e Bélgica no Maracanã, em 1965, ano em que a seleção brasileira ganhou de goleada: 5 a 0. O clique do fotógrafo paraibano Alberto Ferreira, nascido em 1932, rodou o mundo. A foto dele é a maior de todas na sala Brasil. Faz lembrar a imagem recente do capixaba Richarlison voando em um voleio perfeito em seu segundo gol contra a Sérvia nesta Copa do Mundo, do fotógrafo britânico Justin Setterfield, da Getty Image.
Para o curador da exposição, o fotógrafo esportivo e antropólogo Alcyr Cavalcanti, que já passou pelas principais redações brasileiras, o clique de Ferreira, que ficou conhecido como o Pelé da fotografia, é único e perfeito, embora admita que a do britânico também deva entrar para a história do futebol. “É difícil fazer a bola parada. O corpo tem que estar na dimensão correta, para pegar o movimento. Há regras da fotografia baseadas na pintura”, afirma Cavalcanti, que hoje é presidente da Associação Profissional dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio de Janeiro (Arfoc).
“A foto é perfeita. Pela posição em que está o jogador, o Pelé, pelo clique único que ele fez, devido às extremas dificuldades de iluminação… O Alberto clicou no momento exato!”, destaca. Aliás, segundo Cavalcanti, a iluminação do Maracanã era péssima e só foi melhorar muitos anos depois, depois da reforma. Os fotojornalistas da época chegaram a fazer um abaixo-assinado para mudá-la.
Segundo o fotógrafo, não foi fácil selecionar as 40 fotos que resumiriam na mostra a longa trajetória de sucesso da seleção canarinho. Uma das razões é o imenso número de boas jogadas. O Brasil é o único país do mundo que participou de todas as copas do mundo. Há imagens da vitória, o soco de Pelé no ar, ou o simples retrato do time da época.“Por isso é tão difícil fazer um retrato histórico exato do que é a importância da nossa seleção”, diz.
As exposições organizadas pela Arfoc começaram em 1998, ano da derrota do Brasil em Paris na final contra a França. Apesar da derrota, Cavalcanti afirma que o material fotográfico era excelente. Os critérios para a escolha das fotos variam entre o fato histórico, a jogada histórica, definitiva, e relevância plástica e estética da imagem.
Outro complicador para organizar mostras como essa, segundo o fotógrafo, é o fato de a associação contar com recursos escassos, o que significa que manusear o material do acervo é sempre difícil. Há muita foto em papel que ainda precisa ser digitalizada, registrada e indexada. Outras estão em arquivos de e-mail. Mas isso não chegou a impedir que fossem expostas nos últimos anos, à exceção do período da pandemia.
A exposição de Londres tem ainda duas seções apresentadas em parceria com o Museu do Futebol de São Paulo: Figuras e Curiosidades do Futebol Brasileiro e a História da Camisa Amarela, que está disponível online na plataforma Google Arte & Cultura para o público navegar livremente.

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