Em meio a fuga de anunciantes, Jovem Pan repudia golpismo e reconhece governo Lula – CartaCapital
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Faltam para nos livrarmos do Jair
Em editorial recente, a emissora diz que ‘não endossa qualquer lampejo golpista’
Notória apoiadora do governo de Jair Bolsonaro nos últimos quatro anos, a Jovem Pan parece querer manter distância da militância bolsonarista que ocupa ruas e quartéis pedindo intervenção militar. Ao menos é o que sugere um editorial lançao nesta quarta-feira 28 pela emissora.
“Ainda que visões políticas e ideológicas dissonantes tenham dividido a população em lados opostos, é crucial que todos entendam que essas divergências são pilares fundamentais da democracia”, diz o texto, lido pelo âncora Adalberto Piotto, que prossegue:
“A Jovem Pan nunca vai apoiar qualquer manifestação que caminhe na direção do enfraquecimento ou da destruição de nossas instituições. Somos defensores do direito de discordar e vamos exercer o papel de críticos sempre que necessário”, finalizam.
O texto vem à tona a quatro dias da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Há poucas semanas, a Jovem Pan foi obrigada pelo TSE a ceder direito de resposta ao petista após comentaristas afirmarem que ele não teria sido inocentado e que perseguiria cristãos.
Nos últimos meses, a emissora enfrenta também uma debandada dos seus principais comentaristas, a desmonetização de canais do YouTube por desinformação, e a perda de oito anunciantes.
São eles: Tim, Quinto Andar, Natura, Oi, Burger King, Sandálias Ipanema, IG e Ponto Frio — impactados pela campanha de desmonetização da Sleeping Giants Brasil contra o financiamento do discurso de ódio e das fake news.
“O próximo dia 1º de janeiro abrirá mais um capítulo na história da nossa República. Um novo governo tomará posse, e, nos termos do artigo 78 da Constituição de 1988, estabelecerá o compromisso de ‘manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil’.
O juramento que será feito pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva é um compromisso firmado publicamente diante do povo, e o lembrete de que é dever de todos os brasileiros manter, defender e cumprir a Constituição. continua depois da publicidade. Ainda que visões políticas e ideológicas dissonantes tenham dividido a população em lados opostos, é crucial que todos entendam que essas divergências, e principalmente a possibilidade de que elas sejam cultivadas. são pilares fundamentais da democracia.
Não podemos nem devemos ignorar o óbvio e imaginar que todos, da noite para o dia, vão convergir, mas é imprescindível que essa divergência seja mantida no campo das ideias e do respeito às instituições e à Constituição.
Não há espaço para ameaças, para violência ou para que se coloque sob suspeita a realização da transição de governo, que seguramente acontecerá no próximo domingo. Se há divergências, que estas sejam discutidas no mais alto nível, de forma propositiva e com argumentos que se sustentem pela clareza e pelo caráter técnico.
É por isso que a Jovem Pan, há décadas, abre espaço para o mais amplo debate em seus jornais e programas. Porque entendemos que as cores que compõem a nossa democracia vão muito além do verde, do amarelo e do vermelho. Porque acreditamos que as ideias vão se somar e nos permitir construir, inclusive por meio da divergência, um país melhor e uma democracia ainda mais forte.
É preciso, nestes tempos em que a verdade se decompõe com a truculência de uma publicação falsa em rede social, reforçar o óbvio e dizer que a Jovem Pan não faz coro e não endossa qualquer lampejo golpista, ato de violência ou o uso retórico irresponsável de instrumentos constitucionais como o artigo 142 da Constituição. A Jovem Pan nunca vai apoiar qualquer manifestação que caminhe na direção do enfraquecimento ou da destruição de nossas instituições. Somos defensores do direito de discordar e vamos exercer o papel de críticos sempre que necessário“.
Camila da Silva
Repórter e Produtora de CartaCapital
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