Emoções e futebol – Jornal Correio
E o jogo vai começar! Porém, desta vez, o que entrará em campo são as nossas emoções. Sim, exatamente elas que conduzem nossas ações dentro e fora do estádio. Quais emoções você está escalando para levar ao campo, para as arquibancadas, a mesa do barzinho, para sala da sua casa… para a vida?!
Tenho sido incentivado a comentar sobre os recentes episódios de violência que foram registrados antes, durante e depois de partidas de futebol, em especial neste ano de 2022. O que assistimos são situações de reações desproporcionais provocadas pela imaturidade emocional daqueles que excedem o limite da civilidade e acabam agindo arrastados por comportamentos primitivos. É preciso compreender que discutir é uma habilidade natural entre nós, humanos, que possuímos a capacidade de racionalização graças ao nosso córtex pré-frontal, estrutura cerebral importante em nossas tomadas de decisão. No outro extremo, a briga é uma resposta primitiva aceitável apenas para os bichos sem capacidade verbal e argumentativa.
A grande questão é: o que estaria levando seres humanos a descerem degraus da evolução para se comportarem como seres primitivos? Aqui precisamos marcar um impedimento. A resposta está na falta de adequação emocional. Sim, somos seres emocionais. Nossos comportamentos são regidos pelas nossas emoções não compreendidas.
Quando desconhecemos esse processo, agimos de forma equivocada por falta de uma regulação emocional. Na prática, o que estamos assistindo são pessoas que não cuidam dos seus processos emocionais equivocados canalizando suas dores, inquietações, angústias e traumas para sua relação com o esporte, com seu time. O que deveria ser tratado em um processo terapêutico, acaba sendo transferido de forma demasiada para a relação de amor e ódio entre torcidas e jogadores. Surge, então, um cartão amarelo, de alerta para a necessidade de cuidado.
Deixo aqui minha orientação para que procurem um analista emocional. Esse profissional é capacitado para aplicar Análise Emocional, uma metodologia criada para mapear emoções nas diversas áreas da vida. A partir deste processo, você poderá despertar para a necessidade de investir no autoconhecimento através de acompanhamento especializado com psicólogo, psicoterapeuta, psiquiatra ou outro profissional da saúde mental.
Aqueles que não cuidam da sua saúde emocional e mental não estão aptos para vivenciar o estado de euforia, nervosismo e ansiedade que o futebol provoca. E aqui levantamos um cartão Vermelho.
Pessoas assim são facilmente conduzidas pela raiva e medo e, por isso, não conseguem dar o passe para a alegria que deveria aflorar em cada pessoa – dentro e fora de campo – para que, assim, consigam fazer um belo e verdadeiro gol de placa.
Jailson Pinheiro é neurocientista, psicoterapeuta e Analista Emocional
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