Enquanto Neymar se sentava no banco dos réus, o mundo do futebol celebrava o Bola de Ouro em Paris – Estadão
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Carreira do jogador se perdeu em algum ponto que ele não consegue retomar: seu nome não estava nem na lista dos 30 melhores jogadores selecionados pela prestigiada Revista France Football
Robson Morelli
Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado
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Robson Morelli
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Carreira do jogador se perdeu em algum ponto que ele não consegue retomar: seu nome não estava nem na lista dos 30 melhores jogadores selecionados pela prestigiada Revista France Football
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Robson Morelli
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Em seu depoimento na justiça espanhola em audiência sobre sua transferência do Santos para o Barcelona, Neymar fala o que todos nós sempre soubemos: seu pai tomava todas as decisões de sua carreira. Não sei se é assim ainda, afinal, ele é homem feito e já tem 30 anos. Mas quando se deu sua transferência para a Europa, seu pai tomava a frente nas negociações envolvendo o jogador, desde contratos, como esse do Santos para o Barcelona, até acordos de patrocínios e comerciais de TV. Seu pai sempre o levou pelas mãos.
A empresa criada pelo pai e mãe do jogador nasceu com essa finalidade, de administrar sua carreira na plenitude, com aquele discurso de que o menino precisava ter a cabeça livre de problemas para poder jogar bem futebol. Neymar nunca rompeu com seu pai. Neymar nunca deu um passo na vida profissional sem se cercar de conselhos e decisões tomadas pela família. Neymar nunca cortou os laços do berço. E não há mal nenhum nisso.
Isso é comum na carreira de jogador de futebol, principalmente pela precocidade dos jogadores. Messi também tem seu pai como empresário. Foi seu pai quem tomou a frente em sua saída do Barcelona para se juntar aos jogadores do PSG. Certo ou errado, assim que foi. Foi ele também quem primeiro começou a responder por declarações de imposto de renda na Espanha.
No caso de Neymar, o que está em jogo é crime de fraude e corrupção, segundo a justiça da Espanha, de valores e do próprio contrato do jogador com o Santos e seus pares em 2013, quando se deu a transação para o Barcelona. Vai fazer dez anos que isso ocorreu e somente agora o caso parece perto de um fim. A empresa do pai de Neymar teria se apropriado dos direitos federativos do jogador antes do seu contrato terminar, de modo a vendê-los ao Barcelona e ficar com toda a quantia investida, passando por cima de Santos e dos parceiros do clube brasileiro, com o Grupo DIS. Essas partes teriam ficado com dinheiro pequeno perto do tamanho da transação. A diferença é de mais de 40 milhões de euros.
O mais triste de tudo isso é que Neymar, o melhor jogador do Brasil e um dos orgulhos no futebol nacional, camisa 10 da seleção brasileira, vai a um tribunal se explicar no mesmo dia em que os grandes jogadores do mundo se reúnem para a premiação do Bola de Ouro da Revista France Footbal em uma festa de cair o queixo. Enquanto os melhores estavam em cerimônia magnífica em Paris, sua base, inclusive, ele estava na Espanha tendo de se explicar de fraudes e corrupção, juntamente com seus pais, diante de uma corte especial. Triste.
Alguma coisa deu errado nessa administração de sua carreira, portanto. Não entro aqui no mérito de sua fortuna, estimada em R$ 1 bilhão, mas nos rumos de sua carreira aos 30 anos, portanto, mais perto do fim do que do começo. Enquanto o mundo do futebol celebra os grandes atletas da temporada, Neymar não aparece nem entre os 30 selecionados para o evento. Seu prestígio não condiz com o tamanho de sua riqueza. Há algo errado nisso.
Neymar era para ter o mundo aos seus pés. Ele foi tão genial quanto Messi e Ronaldinho Gaúcho, do mesmo tamanho de Cristiano Ronaldo, embora seus números e conquistas sejam menores. Neymar apareceu como um meteoro capaz de deixar sua marca por onde quer que fosse. Mas ele nunca teve o mundo aos seus pés como pensa. Sempre foi questionado pelos seus atos e comportamentos, falhas e derrotas. Isso fez com que seu futebol ‘desaparecesse’ aos olhos dos melhores.
Ele sempre deu de ombros para os reconhecimentos, mas sempre que pôde deu suas alfinetadas quando conseguia seus objetivos, como a medalha de ouro nos Jogos do Rio, em 2016, inédita para o Brasil. No fundo, acredito que Neymar trocaria metade de seu dinheiro por mais respeito dos seus pares, por melhor colocação nas lista dos melhores do mundo, por uma história diferente, por reconhecimento que nunca teve como ele e seu pai esperavam. Nada do que faça parece ser suficiente para mudar isso. Nada.
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