Equipe econômica de Lula tem 3 potenciais presidenciáveis para 2026 – Metrópoles
28/12/2022 8:59, atualizado 28/12/2022 14:06
Com a indicação da senadora Simone Tebet (MDB-MS) para o Ministério do Planejamento, as três pastas da equipe econômica do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reunirão ex-candidatos à Presidência da República – e potenciais postulantes ao Palácio do Planalto em 2026.
O primeiro nome a ser anunciado foi o de Fernando Haddad (PT), que comandará o Ministério da Fazenda. Um dos líderes petistas mais próximos de Lula, Haddad disputou a Presidência em 2018, justamente no lugar do chefão do PT, que havia sido preso no âmbito da Lava Jato.
Na ocasião, o partido só anunciou que Haddad seria o cabeça de chapa em setembro, a pouco mais de um mês do pleito. No primeiro turno, o petista recebeu cerca de 31 milhões de votos (29,2%), bem atrás de Jair Bolsonaro (46%). No segundo turno, Bolsonaro teve mais de 55% dos votos, ante quase 45% do ex-prefeito de São Paulo.
Como Lula já anunciou que não pretende ser candidato à reeleição em 2026 – terá 81 anos –, o nome de Haddad desponta como o primeiro da lista do PT para tentar novamente o Planalto, a depender do que fizer no comando da economia do país nos próximos quatro anos. Apesar da proximidade com o presidente eleito, Haddad sofre com restrições de alas do PT, notadamente da presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e do ex-governador da Bahia Jaques Wagner.
Outro integrante do primeiro escalão da economia sob Lula, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) foi escolhido de última hora como “solução caseira” para assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O ex-tucano e ex-governador de São Paulo foi indicado para o posto depois de duas recusas: do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, e do presidente do Conselho de Administração do Grupo Ultra, Pedro Wongtshowski.
Alckmin é um veterano em disputas presidenciais. Ele tentou duas vezes chegar ao Palácio do Planalto pelo voto, nas eleições de 2006 e 2018. Em 2006, foi derrotado justamente por Lula, então seu adversário figadal, no segundo turno.
Alckmin conseguiu a proeza de ter menos votos no segundo do que no primeiro turno: recebeu 37.543.178 na segunda rodada do pleito (39,17%), ante 39.968.369 na primeira votação (41,64%).
Em 2018, o desempenho do ex-governador paulista foi ainda pior. O então candidato do PSDB não chegou sequer ao segundo turno da disputa e recebeu pouco mais de 5 milhões de votos (4,76% dos válidos), terminando em quarto lugar. Alckmin ficou atrás de Jair Bolsonaro, Fernando Haddad e Ciro Gomes.
Para 2026, segundo interlocutores, o vice-presidente eleito não pretende tentar o Planalto pela terceira vez, a não ser que o seu partido, o PSB, faça um apelo para que ele seja candidato.
Por fim, Simone Tebet debutou em corridas presidenciais na eleição de 2022 e, apesar de não ter conseguido fazer frente à polarização entre Lula e Bolsonaro, ficou em uma honrosa terceira colocação, com quase 5 milhões de votos (4,16%). A senadora superou Ciro Gomes, do PDT, veterano em disputas eleitorais.
Eleita senadora em 2014, Tebet ficará sem mandato a partir do ano que vem e busca, no Planejamento, se manter em evidência. A presença de Tebet em um posto importante da equipe econômica desagrada, no entanto, desagrada a Haddad, que preferia um nome mais alinhado a ele e à equipe que montou na Fazenda. De postura mais liberal na economia, Tebet entusiasma o mercado e é vista por investidores como um possível contraponto ao ministro da Fazenda durante o governo.
No Ministério do Planejamento, Tebet assegura o comando o comitê gestor do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) —a coordenação dos projetos ficará sob tutela da Casa Civil.
Ela também queria ter sob sua alçada bancos públicos como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, mas o presidente eleito descartou de imediato essa possibilidade. As instituições seguem sob o guarda-chuva da Fazenda.
Tebet se diz abertamente comprometida com pautas liberais na economia. Ela votou favoravelmente à proposta de reforma trabalhista aprovada durante o governo de Michel Temer e à reforma da Previdência, aprovada durante o governo Bolsonaro. As duas propostas foram duramente combatidas pelo PT.
Além do trio de potenciais candidatos na equipe econômica, o governo Lula contará com pelo menos outros quatro nomes cogitados como possíveis postulantes à Presidência da República daqui a quatro anos – caso o presidente eleito mantenha a promessa de não se candidatar.
O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), é um dos cotados para se lançar na disputa pelo Planalto em 2026. Além dele, há possíveis pré-candidatos pelo PT que correm por fora na disputa interna com Haddad. São os casos dos ex-governadores Rui Costa, da Bahia (Casa Civil), Camilo Santana, do Ceará (Educação), e Wellington Dias, do Piauí (Desenvolvimento Social), além da deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), que deve assumir o Ministério do Meio Ambiente e já foi candidata à Presidência em 2010, 2014 e 2018.
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