Errei sobre o impeachment – UOL
Acesse seus artigos salvos em
Minha Folha, sua área personalizada
Acesse os artigos do assunto seguido na
Minha Folha, sua área personalizada
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Gostaria de receber as principais notícias
do Brasil e do mundo?
Sociólogo, autor de “Uma Gota de Sangue: História do Pensamento Racial”. É doutor em geografia humana pela USP.
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Expressa as ideias do autor e defende sua interpretação dos fatos
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Escrevi aqui, em março de 2016, uma coluna intitulada “Impeachment, urgente!“. Era uma mudança da opinião contrária ao impedimento de Dilma Rousseff que expressei desde o início de 2015 —e, claramente, um erro de avaliação política.
Passei a encarar o impeachment como necessidade “urgente” pelas reações de Rousseff e da direção petista ao processo judicial contra Lula. Gilberto Carvalho, prócer do PT, acenava com uma ameaça explícita de “venezuelanização”, a militância petista promovia um cerco a um fórum de São Paulo e a presidente manobrava para elevar Lula à condição de ministro, a fim de tirá-lo da jurisdição de Sergio Moro. O Planalto transformava-se num santuário destinado a proteger o ex-presidente do sistema judicial. A democracia, concluí, precisava cortar pela raiz a deriva autoritária.
A acusação formal que provocou a queda de Rousseff era verdadeira: as “pedaladas” violaram a Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas, como escrevi em fevereiro de 2015 (na coluna “A hora e a história”), o desvio não valia um remédio tão extremo.
As “pedaladas fiscais” refletiam uma política econômica desastrosa, que acabou fabricando a depressão de 2014-16, a segunda mais profunda da história brasileira, atrás apenas do cataclismo do início da década de 1930. Argumentava-se, entre os defensores do impeachment, que a obra dilmista terminaria num outro tipo de “venezuelanização”: o colapso da economia. A demissão do ministro da Fazenda Joaquim Levy, em dezembro de 2015, sob bombardeio implacável do PT, conferia peso ao argumento.
Nunca comprei aquele diagnóstico. Na Venezuela, o chavismo controlava o poder inteiro: Executivo, Legislativo e Judiciário. No Brasil, o PT não comandava uma maioria ideológica no Congresso e o STF conservava sua independência (mas, para desespero de Lula, nem sempre a indispensável isenção política). A folia econômica impunha sofrimento, mas seria interrompida antes da catástrofe.
Contudo, o que fazer diante de uma presidente e um partido dispostos a confrontar o sistema de justiça?
Hoje se sabe, via Vaza Jato, que Moro e seu Partido dos Procuradores guiavam-se por um projeto de poder. Na época, isso era desconhecido —mas a corrupção desenfreada na Petrobras não o era. Mesmo assim, o certo teria sido seguir criticando a saída do impeachment.
O STF tinha a prerrogativa de afastar o foro privilegiado de um Lula alçado ao ministério —e certamente a utilizaria. As sentenças agourentas de Gilberto Carvalho e as manifestações mais tresloucadas da militância petista não colocavam em risco a estabilidade institucional. O país podia suportar mais dois anos de desgoverno, até o veredicto das urnas.
O impeachment trouxe consequências funestas. Numa ponta, fortaleceu os conspiradores da Lava Jato que, com o auxílio de um STF rendido, encarceraram Lula e destruíram tanto o PSDB quanto o governo Temer. Moro et caterva abriram as portas para a ascensão de Bolsonaro. Na outra, interrompeu o processo de aprendizado nacional sobre o populismo econômico. A queda da presidente propiciou ao lulismo um álibi narrativo capaz de ocultar, ao menos parcialmente, o fracasso de suas doutrinas —que, tudo indica, voltarão a assombrar o país.
Inspirada em iniciativa do New York Times, a Folha convidou seis colunistas a revisitarem opiniões superadas
“Golpe do impeachment”? Não: isso é uma narrativa política esperta, destinada a reescrever a história do lulopetismo. O impeachment subordinou-se ao rito legal, supervisionado pelo STF —como, aliás, no caso de Collor. Presidentes sofrem impedimento quando perdem o apoio da esmagadora maioria dos cidadãos e uma sustentação mínima no Congresso. Só não funciona assim nas ditaduras —entre elas, algumas comandadas por “companheiros” de esquerda.
Legítimo e legal, o impedimento de Rousseff foi um erro político grave. Entendi isso no começo. Depois, fui tragado pelo turbilhão. Mea culpa.
Eu errei
Inspirada em iniciativa do New York Times, a Folha convidou seis de seus colunistas a revisitarem erros e opiniões superadas que foram publicados em suas colunas ao longo dos anos
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Leia tudo sobre o tema e siga:
Você já conhece as vantagens de ser assinante da Folha? Além de ter acesso a reportagens e colunas, você conta com newsletters exclusivas (conheça aqui). Também pode baixar nosso aplicativo gratuito na Apple Store ou na Google Play para receber alertas das principais notícias do dia. A sua assinatura nos ajuda a fazer um jornalismo independente e de qualidade. Obrigado!
Mais de 180 reportagens e análises publicadas a cada dia. Um time com mais de 200 colunistas e blogueiros. Um jornalismo profissional que fiscaliza o poder público, veicula notícias proveitosas e inspiradoras, faz contraponto à intolerância das redes sociais e traça uma linha clara entre verdade e mentira. Quanto custa ajudar a produzir esse conteúdo?
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Carregando…
Carregando…
Setor de óleo e gás investe em tecnologia e inovação
Programa de Saneamento do Novo Rio Pinheiros beneficia mais de 3 milhões em SP
Transmissão é caminho fundamental para energia renovável
Prioridades para 2023 incluem novas soluções em nuvem, IA e segurança
Mastercard atua em consultoria estratégica para o mercado de criptoativos
Cidade de São Paulo retoma atividades culturais e artísticas de fim de ano
Quer saber quais os livros mais vendidos do ano? Confira
Imunoterapia como principal aliada contra o câncer gastrointestinal
Caminhos e alternativas para garantir cuidado contínuo a todos os brasileiros
Carne mais lembrada e mais vendida do Brasil
SP ganha mais mobilidade com obras de expansão e modernização
BP – A Beneficência Portuguesa obtém reconhecimento internacional
Fórum debate desafios da ampliação do teste do pezinho
Governo de SP aposta no transporte público elétrico
Diálogos sobre a Educação debate desafios e propostas para a área
Seguro Viagem: embarque nessa jornada de proteção
Unimed comemora 55 anos como líder do segmento no Brasil
Seminário discute mobilidade no estado de São Paulo
Em todo o ano, juntos pelo seu negócio
Soluções da Clara liberam empresas para foco total nos negócios
Podcast discute função do advogado em um mundo de direitos conflitantes
CNI elabora Plano de Retomada da Indústria do Brasil
Risqué lança linha de esmaltes com ingredientes naturais, vegana e cruelty-free
Prática é diferencial de pós em Gestão de Negócios 100% online
Centro Universitário das Américas amplia acesso a cursos EaD
10 dicas para não se perder na escolha do curso EaD
Vacilo no descarte de dados facilita ação de golpistas
Cartão de crédito versátil revoluciona pagamentos corporativos
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Polarização influencia queda no otimismo; 77% têm orgulho de ser brasileiros, e 59% acham que é bom viver no país
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Portaria foi publicada no Diário Oficial e diz que agentes de segurança atuarão em conjunto com a Polícia Rodoviária
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Deputada federal eleita foi escolhida para chefiar a pasta, que terá que ser criada pelo novo governo
O jornal Folha de S.Paulo é publicado pela Empresa Folha da Manhã S.A.
Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.
Cadastro realizado com sucesso!
Por favor, tente mais tarde!