Ex-repórter revela que sofreu aborto espontâneo enquanto cobria jogo de futebol – Crescer

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Por Crescer online
21/01/2023 11h52 Atualizado 21/01/2023
A jornalista americana Lisa Guerrero, de 58 anos, revelou que sofreu um aborto espontâneo durante uma transmissão ao vivo, enquanto cobria um jogo de futebol. Segundo informações do site Today, a história estará em Warrior: My Path to Being Brave ("Guerreira: Meu caminho para ser corajosa', em tradução livre), o próximo livro de memórias da profissional, que atualmente apresenta o programa de TV Inside Edition.
Lisa Guerrero, 58, sofreu um aborto espontâneo durante uma entrada ao vido em 2003 — Foto: Reprodução/Instagram
O caso aconteceu em 2003, quando Guerrero trabalhava como repórter para o programa “Monday Night Football” (MNF), na ESPN americana. Ela acompanhava uma partida da liga de futebol americano, quando de repente sentiu uma “umidade” entre as pernas.
“Pensei: 'Ah, estou menstruada. E então me lembrei que estava grávida. Eu estava tendo um aborto espontâneo! Eu podia sentir o sangue vazando”, escreveu a jornalista em um trecho de seu livro, que foi publicado no site da revista People. Naquela época, ela estava entre 8ª e a 12ª semanas de gravidez.
Como não havia tempo para ir ao banheiro, Guerrero seguiu em frente e fez sua entrada ao vivo. “Eu estava tonta e enjoada, mas me lembrei de ficar de pé. A dor era insuportável. Eu me peguei pronunciando errado o nome de um jogador e sabia que ouviria sobre isso mais tarde”, relatou. "Assim que terminei, corri para entrevistar um treinador. Então eu fui para o banheiro. Quando sentei no vaso sanitário, não pude acreditar no sangue saindo de mim. Tinha encharcado minhas calças. Enfiei um monte de toalhas de papel na minha calcinha", acrescentou a jornalista.
De acordo com Guerrero, nunca lhe ocorreu contar a ninguém. "Nunca me ocorreu que talvez eu devesse ir para um hospital ou, pelo menos, ficar de fora do jogo. O único pensamento que passou pela minha cabeça foi que eu poderia passar o resto do jogo, desde que abotoasse meu longo casaco de inverno. Dessa forma, ninguém veria o sangue. Era como se eu estivesse no piloto automático", desabafou.
Segundo a profissional, seu antigo chefe, o ex-executivo do programa MNF, Freddie Guadelli, mais tarde a criticou por sua “má postura” naquela noite. Em Warrior — que será publicado no dia 24 de janeiro —, ela também fala sobre enfrentar o sexismo desenfreado no trabalho, visto que, regularmente, ela era julgada por seu cabelo, roupas, cor do esmalte que usava, além de receber apelidos machistas.
Guerrero, que foi demitida do MNF após uma temporada, disse que não "culpa uma pessoa" pela interrupção de sua gravidez. "O aborto espontâneo não foi por causa de Freddie e não foi por causa de um apresentador de programa de rádio ou uma coluna ruim. Foi o ponto culminante de toda a temporada de negatividade e crueldade. Foi realmente cruel", lamentou a jornalista.

Aborto espontâneo

O aborto pode ser precoce, quando ocorre até a 12ª semana completa, e tardio, entre a 12ª e a 20ª semana de gestação. Os sintomas mais comuns são sangramentos e dores abdominais e a gestante deve avisar o médico, se isso ocorrer, para que ele avalie a necessidade de exames e procedimentos posteriores, como a curetagem – uma espécie de limpeza do útero, que nem sempre consegue expelir tudo sozinho.
As causas são muitas. Aqueles abortos que ocorrem bem no início da gestação, nas primeiras duas ou três semanas, são muito difíceis de serem diagnosticados. Isso porque é complicado colher qualquer material para exame, já que eles são similares aos da menstruação normal e não precisam de nenhum procedimento posterior em consultório, como uma curetagem, por exemplo. Mesmo assim, cerca de metade de todos os casos de aborto se devem a anomalias cromossômicas, ou seja, embriões que não se desenvolvem bem já nas primeiras etapas da divisão celular e que não têm condições para sobreviver.
Os outros casos estão ligados a algum problema do organismo da mulher. Entre os mais comuns estão o fator aloimune, quando o corpo rejeita o feto como um organismo estranho e invasor; doenças autoimunes, como lúpus; problemas endócrinos, como a deficiência na produção de progesterona para segurar a placenta; alterações no funcionamento da tireoide; diabetes; miomas uterinos; colo do útero aberto e predisposição à trombose. Alguns fatores podem ser prejudiciais também, entre eles obesidade ou magreza extrema, uso de alguns medicamentos ou drogas, alcoolismo, tabagismo e uma infecção grave no início da gestação.
Geralmente, a investigação médica só começa quando o quadro se transforma em aborto de repetição, isto é, por mais de três vezes consecutivas. Antes disso, os casos entram na estatística dos 20% de gestações que não “vingam”. A partir das circunstâncias do aborto, os médicos vão avaliar se o problema está na saúde da mãe ou na do embrião. Neste segundo caso, pode ser preciso também avaliar melhor o parceiro, principalmente se as causas forem relativas a anomalias genéticas, que podem ser acidentais ou estarem ligadas ao DNA tanto do pai quanto da mãe.
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