Exportações de produtos de defesa crescem sob Bolsonaro – Poder360
Setor atribui a melhora à nova política para a área, adotada em 2016, no governo de Michel Temer (MDB)
A exportação de produtos e sistemas de defesa cresceu no governo de Jair Bolsonaro (PL). O aumento foi de 21% na comparação com o que seria o 2º mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), de 2015 a 2018. A comparação inclui a gestão de Michel Temer (MDB).
Em relação a este mesmo período, a média geral de todos os produtos exportados –não só os de defesa– teve alta de 20,2%. Na comparação com o 1º governo Dilma (2011-2014), as exportações de Bolsonaro subiram 118%. Já o total exportado, 7%.
O ano recorde em exportações da área foi 2021, com US$ 1,7 bilhão em vendas ao exterior. Em 2022, o ritmo arrefeceu: até outubro, foram US$ 593 milhões. Os números foram obtidos via LAI (Lei de Acesso à Informação).
Segundo Roberto Gallo, presidente da Abimde (Associação Brasileira das Indústrias de Defesa e Segurança), essa é uma queda cíclica e não preocupa o setor. O ciclo de venda desses produtos dura até 2 anos. Este ano, portanto, seria reflexo da pandemia, quando houve retração nessas compras.
Há razões para o aumento na venda de produtos de defesa. A mais citada é a Pnei-Prode (Política Nacional de Exportação e Importação de Produtos de Defesa), criada em 2018 por Temer.
O conjunto de regras para a exportação da área tornou o processo mais ágil. Outro ponto é o aumento na procura por esses produtos em países fora da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Os principais compradores do Brasil são países da América do Sul, Oriente Médio e Sudeste Asiático. Os maiores importadores são: Colômbia, Chile, Egito, Mauritânia, Emirados Árabes, Arábia Saudita, Filipinas, Indonésia e Índia.
Os produtos mais procurados são mísseis, cartuchos e munições e aeronaves. Segundo Gallo, o Brasil tem encontrado oportunidades de vendas para países fora do eixo Europa-Estados Unidos.
“O Brasil segue a ONU, mas não está limitado a acordos regionais. Países da Otan não exportam certos equipamentos para fora do grupo. Não temos essa situação”, disse Gallo.
Segundo ele, há subnotificação das vendas porque o sistema [que computa os dados] ainda não incorporou todos os serviços e produtos de defesa existentes.
O retorno do investimento na promoção de produtos de defesa tem sido alto. Segundo Gallo, a cada R$ 1 que a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e investimentos) investe na promoção em eventos e encontros no exterior, são exportados R$ 50.
“Nos últimos anos, o orçamento total dos países para defesa só vem aumentando. Isso favorece as exportações brasileiras. Se não tivéssemos lançado os programas, certamente não teriam aumentado tanto, assim como a disponibilidade das outras áreas envolvidas no processo“, disse Paulo Roberto da Silva, coordenador de indústria e serviços da ApexBrasil.
Segundo ele, o setor de defesa é complexo e envolve diversos organismos. Além das empresas e da Apex, há intermediação dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores. “Nunca é um fator só que amplia as exportações, especialmente nesse caso. Há uma conjunção de fatores“, disse.
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