Fã de Ronaldo, Giroud mostra que 'kart' pode correr Fórmula 1 e tenta acabar com 'maldição' da França – ESPN.com.br

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Atacante marcou diante da Polônia e ultrapassou Thierry Henry (0:40)
Escolhido para o exame antidoping, Olivier Giroud foi o último a voltar ao vestiário da França na vitória sobre a Polônia nas oitavas de final da Copa do Mundo. Todos seus companheiros fizeram questão de esperá-lo, só para poder comemorar com ele o recorde atingido com o gol marcado na vitória por 3 a 1. O atacante havia se tornado o maior artilheiro da história da seleção.
Não é pouca coisa em qualquer time do mundo. Ainda mais em uma equipe bicampeã do mundo, que já teve nomes como Zinedine Zidane, Michel Platini, Just Fontaine ou Thierry Henry, esse último o antigo detentor do recorde, com 51 gols. Só que, para Giroud, talvez, a marca signifique um pouco mais, já que ele precisou superar muita desconfiança para chegar até onde chegou.

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Há um episódio clássico que envolveu Giroud e Karim Benzema, que seria o atacante titular da França em 2022 se não fosse a lesão na coxa que o tirou da Copa do Qatar ainda antes de seu início. Ao responder sobre uma comparação com o hoje jogador do Milan nas redes sociais, o astro do Real Madrid disparou que ele era com um carro de Fórmula 1, e o companheiro, um kart.
Os dois já esclareceram o episódio, ressaltando que não têm qualquer problema de relacionamento. Giroud disse que riu do comentário, mas não deixa de ser ilustrativo. É que o atacante demorou para explodir no futebol, após ter saído do Froges, equipe amadora do sudeste da França. Foi já com 26 anos que ele liderou o Montpellier ao título da Ligue 1 para dar um salto e chegar ao Arsenal.
“Ele chegou meio desacreditado no Arsenal, porque não jogava na seleção. Acho que nunca tinha sido convocado e hoje é um dos principais artilheiros da França na história”, contou o lateral brasileiro André Santos, que foi seu companheiro na Inglaterra, ao ESPN.com.br.
Na verdade, a história de Giroud com a camisa da França tinha acabado de começar. Ele foi convocado pela primeira vez no fim de 2011, alguns meses antes de chegar ao Arsenal. Marcou seu primeiro gol em março de 2012, abrindo a contagem que hoje tem 53, já dois acima de Henry.
“No primeiro ano de Arsenal, ele veio com uma das principais contratações, para decidir, e não fazia muitos gols. Era questão de adaptação, não foi um dos principais artilheiros. Mas o tempo passou, e ele fez os gols. Lembro que eu falava muito sobre o Ronaldo Fenômeno, era um dos ídolos que ele tinha desde pequeno, um dos caras que ele gostava”, seguiu André Santos.
O fã de Ronaldo acabou jogando nove anos na Inglaterra, defendendo Arsenal e também o Chelsea, antes de chegar ao Milan em 2021. Apesar da longevidade na Premier League, ele precisou mostrar resiliência também em outros momentos de desconfiança, como quando saiu sem marcar um gol sequer na campanha do título mundial na Rússia em 2018 e pareceu confirmar uma “maldição”.
É que na conquista de 1998 se a França teve um jogador que foi criticado e parecia destoar do resto do time era justamente o camisa 9, Stéphane Guivarch. Pela segunda vez, o país era campeão sem a “ajuda” de seu centroavante.
Foco e determinação são duas características que André Santos usa para descrever Giroud após ter convivido com ele nos bastidores. Foi assim que ele conseguiu voltar à seleção após o fracasso na Rússia e já marcou quatro vezes no Qatar, no que poderá enterrar de vez a “maldição” da camisa 9 caso a França consiga o título contra a Argentina neste domingo (18).
E não é por acaso que seus companheiros se alegram com seus gols e fizeram questão de celebrar juntos um recorde, por exemplo. Fora de campo, Giroud é o tipo de jogador que consegue ser “amigos de todos”.
“Um cara gentil, educado, agradável, inteligente. Nunca teve problema, pelo contrário, agregava. Fazia muitas brincadeiras, sorria. Sempre foi um cara para cima”, contou André Santos. “No começo, era até bastante tímido no vestiário, não falava com muita gente. Mas, aos poucos, foi se soltando e virou amigo de todos. É um cara muito profissional que sempre se doou ao máximo.”
Giroud, certamente, não é o mais talentoso entre os nomes que compõem o ranking de maiores artilheiros da França. Mas Zidane, Platini, Fontaine, Henry ou Benzema, todos ficaram para trás. Nessa corrida de Fórmula 1, quem lidera é o kart. Que pode ser bicampeão do mundo.

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