Falta muito pouco para nos livrarmos de Bolsonaro (Mirian Guaraciaba) – Metrópoles

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Blog com notícias, comentários, charges e enquetes sobre o que acontece na política brasileira. Por Ricardo Noblat e equipe
27/12/2022 12:00, atualizado 27/12/2022 7:55
Daqui a 5 dias, assume o novo Presidente do Brasil. O que sai não passará a faixa. Vai assistir a terceira posse de Lula hospedado num resort de Trump, em Mar-a-Lago, Flórida. Embarca amanha. É o que ele tem dito. Não terá coragem de encarar a derrota que o devolveu à vala comum, sem cartão corporativo nem foro privilegiado.
Bolsonaro e família deixarão o País, seus seguidores fanáticos ficarão à deriva. Ao relento, sob chuva e frio. Deles só se espera insanidades. Já tentaram invadir a sede da Polícia Federal, incendiaram ônibus com passageiros dentro, e, no último sábado, por pouco não provocam tragédia sem precedentes na Capital da República. Um bolsonarista plantou explosivos em caminhão de combustível, dentro do Aeroporto Internacional de Brasília.
O dono das bombas confessou o crime, queria criar o caos no País. Está preso. Mas há outros, e a polícia do DF já sabe. O criminoso veio do Pará para se juntar a dezenas de tresloucados, em Brasília. Não se explica porque o Exército não limpa a área, em várias partes do País, a não ser por obediência ao presidente que sai. Acampamentos têm servido de “incubadoras de terroristas”, acusa o futuro Ministro da Justiça, Flávio Dino. Tente um de nós estacionarmos em áreas de segurança – quartéis são áreas de segurança.
Véspera da posse de Lula, os radicais não mudam o discurso, continuam protestando contra o nada. E onde há insanidade, há perigo. A equipe de transição de Lula planeja grande evento popular na posse. Diante dos riscos, Dino fala em revisão de todos os procedimentos para garantir a segurança do Presidente e da população. “Estamos diante de fatos muito graves, envolvendo fuzis e bombas com um homem que afirma não ter agido sozinho”.
O mega evento, “Festival do Futuro”, idealizado pela Primeira-Dama, Janja Lula da Silva, vai reunir mais de 40 artistas e bandas. Cerca de 300 mil pessoas – 700 caravanas – são esperadas na Esplanada dos Ministérios, no dia da posse.
Pense. Prato cheio para bandidos e baderneiros – com conivência do Exército, leniência do Governador Ibaneis, e maldade de Bolsonaro, que continua manipulando seguidores desvairados. O homem preso no sábado disse que gastou R$ 160 mil em armas. Seriam usadas “se houvesse orientação”. (De onde um gerente de Posto de Gasolina, como o paraense terrorista, tira R$ 160 mil para comprar armas e munições? Há muito a ser explicado no terror bolsonarista).
No mesmo depoimento, o agora preso na Papuda disse ainda que os vândalos que atacaram a Polícia Federal tinham apoio da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do DF.
Inconsequentes, covardes, querem, impedir a volta do País à normalidade, atrasar o governo que pretende reconstruir áreas arruinadas por Bolsonaro – Cultura, Saúde, Meio-Ambiente, Mulheres, Minorias. Não vencerão. Lula está iluminado pela esperança de milhões que apostam num futuro melhor.
A eficiência do governo será o grande trunfo de Lula.
A maciça maioria da população é contrária aos atos antidemocráticos. Mais de 75% dos brasileiros condenam os que se manifestam contra o resultado das eleições. E 56% consideram que os que pedem golpe militar devem ser punidos. A pesquisa é da DataFolha, realizada entre 19 e 20 de dezembro.
O Brasil quer e precisa de paz.  Assim, que 2023 chegue em paz, em festa e alegria. Venha Lula! Feliz Ano Novo!
PS:
O silêncio de Bolsonaro.
Em entrevista recente ao Globo, o professor de teoria política na Goldsmiths, em Londres, James Martin, estudioso da análise retórica, analisou o silêncio de Bolsonaro. O repórter Flávio Tabak perguntou: “Bolsonaro parou de falar e, mesmo assim, apoiadores permanecem mobilizados. Por quê?
James Martin – É parte do repertório de alguém cujo papel, construído por ele próprio, é alimentar a divisão e gerar perguntas direcionadas a subverter o regime. Isso é classicamente o que fez (Donald) Trump. Há uma retórica da dúvida sobre o que vai acontecer. E isso cria um espaço no qual as pessoas fazem perguntas. O ponto é todos se perguntarem para que, assim, ele possa dar as respostas. Ao ficar calado, Bolsonaro constrói uma sede, um anseio por explicações. Ele estabelece um tipo de confusão, uma retórica na qual não está exatamente clara sua posição. Se você usa o tempo pós-eleitoral para criar dúvida, as pessoas vão se perguntar: o que ele vai fazer? O que vem na sequência? Vimos isso com Trump, mas é clássico. Mussolini também fez isso. Quando as respostas vêm, as pessoas as recebem porque aguardaram o sinal gerado pelo silêncio. É, de certo modo, brincar junto com o público”.
 
Mirian Guaraciaba é jornalista 
“Essa decisão é muito pessoal e é no dia. Realmente não há essa decisão. Há, sim, sempre essa possibilidade, mas não há decisão em relação a isso”. (Flávio Dino, futuro ministro da Justiça, sobre o uso por Lula de colete à prova de balas no dia da posse)
Flávio Dino
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