FIA classifica como “infundadas” especulações sobre quebra de teto de gastos na F1 – Grande Prêmio
A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) se manifestou já nesta sexta-feira (30) a respeito de possíveis violações no teto de gastos da Fórmula 1 na temporada 2021. Sem divulgar os resultados das investigações que faz com todos os times do grid e que ainda estão em curso, a entidade chamou de “infundadas” as especulações surgidas antes do início dos trabalhos no GP de Singapura.
De acordo com a revista alemã Auto Motor und Sport, duas equipes do grid atual são suspeitas de terem estourado o teto orçamentário de 2021 além do tolerado: Red Bull e Aston Martin. A FIA pretende anunciar na próxima semana uma revisão das contas e as possíveis sanções.
“A FIA está atualmente finalizando a avaliação dos dados financeiros de 2021 enviados por todas as equipes de Fórmula 1. As alegadas violações do Regulamento Financeiro, se houver, serão tratadas de acordo com o processo formal estabelecido no regulamento. A FIA observa as especulações e conjecturas significativas e infundadas em relação a este assunto e reitera que a avaliação está em andamento e o devido processo será seguido sem considerar qualquer discussão externa.”, divulgou a entidade em comunicado.
Tão logo os rumores começaram a se espalhar, a Mercedes já cobrou respostas em relação a possíveis infrações da rival, enquanto a Red Bull se defendeu e disse sequer saber de onde tais informações vieram.
“O teto de custo é, provavelmente, a evolução mais importante dos regulamentos. É de grande importância fazer essa averiguação. Se você terminou em 2021, acabou em 2022. Isso significa que há vantagem em 2023. Então, se é verdade que eles [Red Bull] homologaram um chassi leve este ano, eles podem usá-lo no próximo ano. É uma cascata de eventos que pode influenciar todos os três campeonatos”, comentou Toto Wolff, chefão da Mercedes.
“Certamente não tenho ciência de nenhuma violação. O conselho enviou tudo em março, então tem sigo um longo processo com a FIA, e estamos nele enquanto falamos. Eles estão seguindo corretamente este processo, e acho que no meio da próxima semana é quando eles declaram os certificados. Como disse antes, é um processo em andamento. Existem pontos no orçamento que não pertencem a ele, como mencionei antes, de pessoas que são listadas e trabalham em outras companhias. A FIA diz que não sabe [como se tornou público], mas é estranho que pontos de um processo em andamento, que ainda não foram esclarecidos, viraram públicos. É um dano à reputação”, disse Christian Horner, chefe dos austríacos.
A revista inglesa Autosport informou que, na próxima quarta-feira (5), a entidade vai emitir um certificado de conformidade para os times que trabalharam dentro do limite. O teto orçamentário foi introduzido na F1 no ano passado e, de início, fixado em US$ 145 milhões (R$ 782 milhões, na cotação atual). Para 2022, a entidade optou por reduzi-lo em US$ 5 milhões (R$ 26 milhões), mas permitiu um acréscimo de 3,1% com o campeonato em andamento por correção inflacionária. Mesmo assim, as equipes do grid, sobretudo as ponteiras (Red Bull, Mercedes e Ferrari), já fizeram várias reclamações públicas sobre como o limite de gastos compromete o trabalho de desenvolvimento do carro.
A FIA já recebeu todos os relatórios do ano passado e, segundo informações que surgem na imprensa estrangeira neste fim de semana, constatou as irregularidades. O regulamento atual diz que uma violação de menos de 5% do valor — que hoje representa cerca de US$ 7,2 milhões (R$ 38 milhões) — é vista como sendo de menor peso, podendo acarretar em multa. Valores maiores podem gerar sanções mais graves, como dedução de pontos em ambos os campeonatos (Pilotos e Construtores), suspensão de uma ou de mais etapas do calendário, limitações em testes aerodinâmicos ou mesmo a exclusão do campeonato.
A grande questão, no entanto, é justamente sobre qual punição específica uma equipe pode sofrer por estourar o teto de gastos em determinado valor, uma vez que a FIA não possui uma tabela de sanções definidas sobre a ultrapassagem desse limite. Especula-se que a infração de Aston Martin e Red Bull tenha ultrapassado os 5% tolerados. Mas há muita discordância até mesmo sobre o valor permitido e a vantagem adquirida sobre as rivais. Equipes como Mercedes e Ferrari alegam que US$ 5 milhões (R$ 26 milhões) além do teto, por exemplo, podem representar um desenvolvimento capaz de gerar até 0s5 na pista.
Mas a polêmica não se restringe apenas a 2021: ainda segundo a publicação alemã, Ferrari e Mercedes não estão nada satisfeitas com a maneira como a FIA parece estar lidando com a situação envolvendo principalmente os taurinos. As rivais refizeram cálculos por conta própria e acusam a equipe austríaca de também ter estourado o limite de gastos este ano.
Não é à toa que Ferrari e Mercedes estão se movendo nos bastidores: se for comprovado que a Red Bull gastou muito mais dinheiro que o permitido, o resultado do campeonato de 2021 pode mudar, já que as sanções envolvem perda de pontos e até desclassificação. E os italianos alegam que a infração dos taurinos influiu diretamente no desenvolvimento do RB18, o que explica a base em Milton Keynes ter construído um carro tão forte dentro de um regulamento totalmente novo.
A temporada 2021 da Fórmula 1 foi marcada por uma intensa disputa entre Lewis Hamilton e Max Verstappen, mas a decisão em Abu Dhabi foi cerca de controvérsias por conta dos erros do diretor de prova, Michael Masi, que interferiram diretamente no resultado final. O próprio Christian Horner, chefe da Red Bull, admitiu esse ano que as decisões equivocadas de Masi durante o safety-car de Nicholas Latifi diminuíram o primeiro título de Verstappen.
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