Flamengo investiu mais do que o dobro do Palmeiras em contratações desde 2019 – Extra
Não há muito mistério no futebol: times que investem mais do que os outros, em algum momento, vencem mais. O Palmeiras que é exceção, há cinco anos resiste a essa lógica e consegue se manter no mesmo patamar de resultados que o Flamengo.
A atual janela de transferências eleva a diferença no histórico de investimento entre as duas equipes a um patamar emblemático. Com a contratação de Gerson por 16 milhões de euros (R$ 88,3 milhões na cotação atual), o rubro-negro chegou a 145 milhões de euros (R$ 800 milhões) em contratações desde 2019, mais do que o dobro do gasto pelo Palmeiras no mesmo período (70 milhões de euros, R$ 386 milhões).
Ainda assim, são 11 títulos dos cariocas no período, incluindo duas Libertadores, dois brasileiros e uma Copa do Brasil, contra sete dos paulistas, também duas vezes campeões da Libertadores, uma vez do Brasileiro e uma da Copa do Brasil.
O histórico de conquistas mesmo sem investimentos tão altos não impede que a pressão sobre a diretoria do Palmeiras seja grande neste início de temporada. Abel Ferreira já frisou a necessidade da contratação de reforços de qualidade. A torcida, depois do empate com o São Paulo, pichou o muro da sede social cobrando novos jogadores para o elenco. A presidente Leila Pereira resiste.
— Não é porque o Palmeiras vendeu muito bem que tem muito dinheiro em caixa, o que não é o caso, que vamos sair gastando — afirmou Leila, em referência às transferências de Gustavo Scarpa e Danilo para o Nottingham Forest.
Contratações de impacto como as que o Flamengo acumula desde o início da gestão de Rodolfo Landim nunca foram uma prática palmeirense. O perfil dos movimentos da diretoria paulista no mercado tem sido outro, voltado para jogadores mais jovens e menos consagrados.
O que faz a diferença a favor do Palmeiras, impedindo que os cariocas abram vantagem técnica, é o acerto em decisões-chave. Primeiro, com a escolha de Abel Ferreira, em 2020. O Flamengo, por outro lado, já teve cinco técnicos: Rogério Ceni, Renato Gaúcho, Paulo Sousa, Dorival Júnior e, agora, Vítor Pereira.
Há o rendimento também de contratações menos expressivas em termos de repercussão, mas que têm oferecido resultados tão bons quanto os medalhões do rubro-negro. Nomes importantes nos últimos cinco anos se encaixam neste perfil: Luan, Zé Rafael, Raphael Veiga, Gustavo Scarpa, Rony.
Neste sábado, os dois times que se revezam no topo do futebol do país medirão forças na Supercopa do Brasil. A dúvida que existe, e que poderá ser sanada no Mané Garrincha, é sobre até quando esse equilíbrio esportivo conseguirá se sustentar.