Futebol, brigas e guerras – Folha de Londrina – Folha de Londrina

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PUBLICAÇÃO
domingo, 23 de outubro de 2022
Julio Oliveira
autor do artigo
A briga entre duas pessoas é o começo de uma grande guerra. Seja por necessidade de imposição na força de uma ideia, ideologia ou domínio de espaço. E tantos outros motivos e justificativas. A briga é de um contra um, um contra vários, vários contra vários e vários contra um. A guerra é a briga de muitos contra muitos. Uma ou outra começa pelo fim do diálogo.

Os times do Sport e Ceará, além de jogadores, estão sendo punidos por uma sequência de erros, que não começaram com eles. São reféns de um processo que não se preocupa em combater causas de maneira mais efetiva e duradoura em sanções e aplicações. 
Um gramado que é invadido por torcedores não é só por falta de segurança por culpa do clube. Torcedores que invadem o campo não o fazem só porque foram provocados. Torcidas brigam entre si ou contra adversárias não é só por rivalidades ou por falta de policiamento ou divisões frágeis que as separam nestes mesmos estádios. Há muito mais envolvido e de maneira subliminar.
A sociedade se reverbera nas suas mazelas nos pontos mais vulneráveis de demonstração de sua insatisfação, seja social, política ou esportiva. A “briga” é só uma maneira de gritar contra um sistema que está sem atenção. Qual o ponto mais fraco? Aí podem ser vários ou muitos, mas uma coisa é certa: é de competência de quem se apresentou para ser dirigente-comandante nas mais diferentes esferas para organizar e controlar um segmento. E não o faz.
A punição é um caminho, mas não pode ser o único. É necessário regulamentar ações preventivas mais claras para prevenir e fiscalizar depois. Os clubes são muito coniventes com seus torcedores “brigões” e estes não se importam com as perdas e prejuízos dos seus times de “coração”. É uma cadeia. E ciclicamente vamos revivendo as mesmas cenas em locais diferentes e com os mesmos discursos: “isso é inconcebível”, “não pode mais acontecer” e tantas outras frases prontas.
Quando clubes, polícias, federações, confederação, estado e justiças vão sentar à mesma mesa e enfrentar de verdade a terra de ninguém que são os estádios brasileiros? O velho comportamento do torcedor que vai a uma praça esportiva e só porque pagou pelo ingresso acredita que pode xingar, agredir e arremessar objetos continua. Até quando?
Julio Oliveira é jornalista e locutor esportivo da TV Globo – A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina
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