Futuro de Bolsonaro: entre a ilha em Angra e a Flórida – ND Mais

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Leandro Mazzini é jornalista, escritor e pós-graduado em Ciência Política pela UnB. Iniciou carreira em 1994 e passou pelo Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Correio do Brasil, Agência Rio, entre outros. O blog é editado por Mazzini com colaboração de Walmor Parente e equipe de Brasília, Recife e São Paulo.
A tensão no Palácio do Planalto é tamanha sobre o futuro de Jair Bolsonaro como cidadão comum, a partir de 1º de janeiro, que houve reunião do clã e alguns assessores mais próximos para indicar destinos e projetos para ele e família. Aventou-se o presidente renunciar antes do dia 30 de dezembro e deixar o Brasil. Assim, o vice-presidente Mourão passaria a faixa a Lula da Silva. Descartaram. Outra opção é a ilha Comprida, em Angra dos Reis, com uma mansão comprada recentemente pelo advogado Willer Tomaz, amigo da família. O que não se descarta é o plano sigiloso caso o cenário fique feio por aqui: Bolsonaro viaja a passeio para os Estados Unidos com a família, mas estabelece residência numa casa de amigo já à disposição em Orlando, na Flórida. Bolsonaro está com medo de ser preso por qualquer juiz de 1ª instância num dos 58 processos contra ele que vão “descer” do STF para a Justiça comum. A casa está limpa, o passaporte e o Visto americano em dia.
Inquietação
Está tensa a disputa pelo Ministério da Fazenda. Henrique Meirelles quer descansar e não topou, argumenta um amigo. Desde setembro, grãos petistas que desfilam por salas da Av. Faria Lima, o coração financeiro do País, citam quando pressionados o Marcos Lisboa como o potencial ministro. Ele foi secretário-executivo da Fazenda no 1º Governo Lula. Outro citado é Nelson Barbosa, que compõe o grupo da transição. Marina Silva e o suplente de Gleisi Hoffmann tentam emplacar um nome de um banco.
Blindagem
A saída do general Rêgo Barros há mais de ano, o ex-porta-voz do Palácio, foi só o começo do bloqueio. O Governo Federal se blinda contra demandas da mídia. Assessorias mandam jornalistas recorrerem à Lei de Acesso a Informações até para as pautas simples, como o pedido do número de processos na Comissão de Ética da Presidência e de comissionado investigado no MMA.
Fera ferida
Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, tem um problema para resolver no reduto: o futuro de Roberto Requião. O ex-senador trocou o MDB pelo PT para ajudar na eleição de Lula. Derrotado para o Governo, reclamou ainda na campanha de abandono do novo partido. Agora, ele exige uma retribuição0: quer a direção da usina de Itaipu. Mas, de novo, o PT aparece no caminho do seu projeto. Gleisi tenta resolver sem fazer o problema chegar ao chefe. Requião ameaça sair do PT e voltar à oposição.
Radiolão no ar?
Os mais combativos do staff presidencial ainda estão no contra-ataque pós-campanha. Um séquito da inteligência da campanha lista denúncias de radialistas do interior que teriam recebido um e-mail, que se revelou fake, de um funcionário do TSE que mandava retirar do ar inserções de Bolsonaro. As rádios teriam obedecido à ordem falsa e retiraram a mídia da campanha do presidente. Agora, querem levar dossiê ao tribunal.
Tensão na rua
O exercício do jornalismo livre está a cada dia mais comprometido nas ruas, com profissionais que são agredidos verbalmente e fisicamente por pessoas revoltadas – de variadas tendências ideológicas. A conhecida colunista Isabel Almeida, do portal “BSB Flash”, visitou o acampamento dos bolsonaristas em frente ao QG do Exército para registros. Apenas por isso, saiu de lá xingada, sob berros, e ameaçada. Até ontem, recebia áudios de recados intimidadores, inclusive de conhecidos.
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