Haddad decide revogar cargos criados para amigos de Bolsonaro – ig.com.br
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Daniel Cesar
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), confirmou à sua equipe que vai regoar os decretos assinados por Hamilton Mourão (Republicanos), nomeando amigos de Jair Bolsonaro (PL) para cargos no exterior. As nomeações aconteceram no último dia de governo, quando a presidência estava nas mãos do general depois que Bolsonaro foi para os EUA.
À coluna, um membro do ministério da Fazenda confirmou a decisão. “Haddad já analisou a questão e verificou que não tem motivo para estas nomeações terem validade”. O decreto prevê que os nomeados ficarão nos cargos, espalhados por vários países, por um período de dois anos. Os cargos foram criados um dia depois do Natal, no dia 26 de dezembro, assinado pelo próprio Bolsonaro.
Segundo apurou a coluna, é ponto pacífico em Brasília que a criação se deu para assentar apoiadores de primeira grandeza da família Bolsonaro em cargos públicos. Com o fim de governo, essas pessoas temiam ser perseguidos no Brasil, mesmo sendo concursadas. “Foi um pedido ao presidente, que achou um jeito de inventar esses cargos”, diz um deputado federal do PL.
Desde que as quatro nomeações saíram, Haddad foi consultado sobre o que pretendia fazer, já que trata-se de funções dentro da aba do ministério. São nomeações para dirigentes da Receita Federal em outros países e isso chamou a atenção do ministro de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pediu para receber a descrição dos cargos e os nomes que foram contemplados com as funções.
Tratam-se de Júlio César Vieira Gomes, que foi Secretário Especial da Receita no governo passado e ganhou o cargo de adido tributário e aduaneiro na embaixada do Brasil em Paris. Já Sandro de Vargas Serpa, que era Secretário Adjunto, ganhou o mesmo cargo, mas em Bruxelas. O subsecretário geral da Receita, José de Assis Ferraz Neto, foi presenteado com o cargo de adido em Abu Dhabi. O chefe da assessoria de comunicação, Daniel Tavares Vale Alencar, será auxiliar de adido em Buenos Aires.
O salário de cada um deles está estimado em ser equiparado ao do próprio embaixador, que tem por piso quase R$ 40 mil. Os valores chamaram a atenção, ainda que a Receita Federal tenha garantido que tratam-se de funcionários de carreira com ampla experiência e sem vínculo político-eleitoral.
Fontes da coluna confirmaram que Haddad conversou com o ministro das Relações Exteriores nomeado por Lula, Mauro Vieira, e os dois concordaram que tratava-se de um cabide de emprego. Por isso, a revogação deve acontecer ainda na primeira semana do ano.
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