Haiti: governo autoriza intervenção militar para enfrentar crise política e humanitária no país – Opera Mundi

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São Paulo (Brasil)
2022-10-08T14:30:00.000Z
O governo haitiano autorizou na última sexta-feira (07/10) a possibilidade de solicitar intervenção militar estrangeira para lidar com a crise humanitária no país. 
De acordo com o decreto publicado no Diário Oficial da República do Haiti, Le Moniteur, o Conselho de Ministros autorizou o primeiro-ministro, Ariel Henry, a solicitar a presença de uma força armada especializada no país.
Segundo o documento, o objetivo da intervenção militar estrangeira seria deter, em todo o país caribenho, a crise “causada principalmente pela insegurança derivada da atuação das quadrilhas e gangues”. 
A resolução também justifica a intervenção militar pelo risco de uma crise humanitária de grandes proporções, após o reaparecimento da cólera, doença que já deixou pelo menos sete mortos no país. 
Da mesma forma, argumenta-se que a presença militar estrangeira ajudaria a “retomar a distribuição de combustível e água potável em todo o país, reativar hospitais, reiniciar atividades econômicas, circulação de pessoas e bens e reabrir escolas”.  
O pedido de assistência militar foi solicitado após semanas consecutivas de protestos no Haiti, que se agravaram devido ao aumento dos preços e ao ressurgimento da violência nas ruas. 
Por sua vez, a resolução sobre a intervenção militar gerou críticas entre organizações de direitos humanos e demais personalidades políticas, considerando que “a soberania do país caribenho está em jogo”. 
O ex-senador e líder do partido Pitit Dessalines, Moïse Jean Charles, destacou que o Henry “não tem autoridade ou legitimidade para solicitar uma presença militar estrangeira”.
SOUVRÈNTE N MENASE…ANN LEVE KANPE!

Dapre jounal Le Monitè, yon konsèy dè minis siyen pou entèvansyon fòs militè sou tè Libète a.

PM defacto a ak tout minis li yo, pa gen ni otorite, ni lejitimite pou angaje peyi a.

Nou deklare dokiman sa a nil e li pa konsène pèp Ayisyen.
Já o partido Organização do Povo em Luta manifestou o seu desacordo com a medida e reiterou que o país “precisa de apoios para que a Polícia Nacional possa realizar o seu trabalho”. 
De 2004 a 2017, as Nações Unidas implantaram equipes de Forças de Manutenção da Paz no país após o golpe de estado contra o então presidente Jean Bertrand Aristide (2001-2004). Porém para muitas organizações sociais e políticas, a ocupação foi um fracasso devido a denúncias de estupro, introdução de cólera, além de não atingir os objetivos de pacificação do país. 
Já em julho de 2021, o então presidente do Haiti, Jovenel Moïse, foi assassinado dentro da própria casa. Desde então, o país enfrenta uma crise política a sequência de nomes que ocuparam o cargo de chefe de Governo do país. 
Logo após a morte de Moïse, o primeiro-ministro vigente, Claude Joseph, assumiu o cargo, mas após duas semanas em governo, anunciou sua renúncia para que Ariel Henry, premiê indicado por Moïse pouco antes de sua morte, pudesse assumir a administração do país.
Desde então, Henry tem como responsabilidade convocar uma Constituinte e eleições, no entanto, não o realizou até o momento. Em janeiro deste ano, o Comitê Nacional de Transição do Haiti elegeu o economista Fritz Alphonse Jean como primeiro-ministro interino e Steven Benoit como presidente de transição do país. Porém, tais resultados não são reconhecidos pelo atual premiê. 
(*) Com Telesur e Brasil de Fato
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RFI RFI
Paris (França)
2022-10-08T13:41:00.000Z
Moscou anunciou neste sábado (08/10) que um caminhão explodiu provocando um grande incêndio e danificando a importante ponte Kerch – construída como a única ligação terrestre da Rússia com a Crimeia anexada – e prometeu encontrar os autores, sem culpar imediatamente a Ucrânia.
A Rússia disse que a explosão incendiou sete petroleiros transportados por um trem e derrubou duas pistas de carros da gigantesca estrutura rodoviária e ferroviária.
Imagens dramáticas de mídia social mostraram a ponte em chamas com partes mergulhando no mar.
“Hoje às 6h07 (hora local) no lado do tráfego rodoviário da ponte da Criméia um carro-bomba explodiu, incendiando sete tanques de combustível que estavam sendo transportados de trem para a Crimeia”, disse o comitê russo antiterrorismo citado por agências russas.
A ponte, inaugurada pessoalmente pelo presidente Vladimir Putin em 2018, é um elo vital para transportar equipamentos militares para soldados russos que lutam na Ucrânia. Moscou manteve a travessia da ponte segura apesar dos combates.
O porta-voz do Kremlin disse que Putin ordenou a criação de uma comissão para investigar a explosão, informaram agências de notícias russas. O poderoso comitê investigativo da Rússia abriu uma investigação criminal sobre a explosão e enviou detetives ao local.
Enquanto as autoridades em Moscou não chegaram a culpar Kiev, uma autoridade da Crimeia, instalada na Rússia, apontou o dedo para “vândalos ucranianos”.
Mykhailo Podolyak, assessor do chefe do gabinete da presidência da Ucrânia, postou no Twitter uma foto de um grande pedaço da ponte semissubmerso no mar.
 “Crimeia, a ponte, o começo”, escreveu ele, referindo-se à anexação da península em 2014 e a invasão russa à Ucrânia iniciada em 24 de fevereiro de 2022. “Tudo o que foi roubado deve ser devolvido à Ucrânia”, acrescentou. 
Houve várias explosões em instalações militares russas na península da Crimeia e, se for estabelecido que a Ucrânia estava por trás da última explosão, alarmes podem soar mesmo com a ponte tão longe da linha de frente.
As explosões ocorrem após os recentes ganhos territoriais da Ucrânia no leste e no sul que minaram a alegação do Kremlin de que anexou Donetsk, a vizinha Lugansk e as regiões sulistas de Zaporijia e Kherson.
As forças russas disseram na sexta-feira que capturaram terreno em Donetsk, no leste da Ucrânia, sua primeira reivindicação de novos ganhos desde que uma contra-ofensiva de Kiev abalou o esforço de guerra de Moscou.
O anúncio ocorreu quando o líder ortodoxo da Rússia disse que o governo do presidente Vladimir Putin foi ordenado por Deus, parabenizando-o por seu 70º aniversário, e quando o Comitê Nobel concedeu o Prêmio da Paz a defensores de direitos na Rússia, Ucrânia e Bielorrússia.
Forças separatistas na região de Donetsk, devastada pela guerra, disseram ter retomado uma série de vilarejos perto da cidade industrial de Bakhmut, controlada pela Ucrânia, que está sob bombardeio russo há semanas.
Jornalistas da AFP no centro de Bakhmut ouviram o som de artilharia pesada e vários sistemas de lançamento de foguetes perto dos restos de uma ponte quebrada sobre o rio Bakhmutka.
“No território da República Popular de Donetsk, um agrupamento de tropas das repúblicas de Donetsk e Lugansk, com apoio de fogo das forças russas, libertou Otradovka, Veselaya Dolina e Zaitsevo”, disseram forças separatistas nas redes sociais.
A região de Donetsk, que há anos é parcialmente controlada por separatistas apoiados pelo Kremlin, é um lugar-chave para as forças russas, que invadiram a Ucrânia em fevereiro.
Mas as tropas ucranianas nas últimas semanas têm combatido os soldados russos nas linhas de frente no sul e no leste, inclusive em partes de Donetsk.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse na sexta-feira (07/10) que suas forças recapturaram quase 2.500 quilômetros quadrados na contraofensiva que começou no final do mês passado.
“Só esta semana, nossos soldados libertaram 776 quilômetros quadrados de território no leste de nosso país e 29 assentamentos, incluindo seis na região de Lugansk”, disse ele.
Mas a Ucrânia continua a sofrer sérias perdas. Quatorze pessoas morreram na quinta-feira quando mísseis russos atingiram a cidade industrial de Zaporijia, anunciou o secretário do conselho local na sexta-feira.
Trinta pessoas morreram na semana passada quando um comboio de carros civis na região de Zaporijia foi bombardeado em um ataque que Kiev atribuiu a Moscou.
Zelensky pressionou para punir a Rússia em outras áreas, instando Bruxelas a aumentar a pressão sobre seu setor de energia – um dia depois que a UE impôs uma nova rodada de sanções a Moscou.
O Fundo Monetário Internacional também anunciou na sexta-feira que forneceria US$ 1,3 bilhão em ajuda de emergência à Ucrânia.
Nos mais de sete meses desde a ofensiva da Rússia, Putin fez ameaças veladas de usar armas nucleares.
O presidente dos EUA, Joe Biden, alertou na quinta-feira (06/10) que o mundo está enfrentando o “Armagedom”, já que Putin pode usar seu arsenal atômico.
Mas na sexta-feira a Casa Branca deu o alarme, dizendo que os comentários do presidente não refletem novas informações de inteligência.
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