Igor Vidor disseca a violência do Brasil em colagens que vão do Império a Bolsonaro – UOL

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Estruturas de ferro com contornos que remetem ao formato de distintivos policiais servem de suporte para colagens nas quais se veem inúmeras representações da violência no Brasil, tanto do passado quanto do presente. Em uma delas, um ser animalesco, meio soldado do Exército meio morcego, segura uma bomba de gás lacrimogêneo enquanto pisa sobre o famoso carro Puma explodido por uma bomba no atentado do Riocentro.
Noutra representação, o primeiro monarca do Brasil, Dom Pedro 1°, aparece decepado. Sua cabeça está aos seus pés e, no lugar dela, há cabeças de cavalo com expressões raivosas. Numa terceira, os magistrados do Tribunal de Justiça de São Paulo são retratados com máscaras de Batman, numa piada ao trabalho de monitoramento da sociedade que os juízes exercem.
Todas as imagens são impressas sobre fibra de aramida, um material à prova de balas usado em coletes policiais.
Misturando referências pop a fatos históricos em um arco que se estende do Brasil Império ao Brasil de Bolsonaro, as colagens digitais em grande formato de Igor Vidor contam a história da violência no país, mostrando como mecanismos de poder e opressão entranhados na sociedade há séculos se transformam para se reproduzirem até os dias de hoje.
Essas obras podem ser vistas agora na galeria Verve, em São Paulo, em uma exposição com um recorte de sua produção mais recente, feita na Alemanha, onde o artista vive há quatro anos. O paulistano, de 37 anos, foi forçado a se mudar com a família após receber ameaças de morte nas eleições de 2018 decorrentes de uma exposição sua sobre a violência urbana no Rio de Janeiro.
À época morando no morro do Vidigal, Vidor mostrou em galerias de São Paulo e do Rio trabalhos feitos com artefatos que falavam sobre o confronto entre polícia e traficantes naquela favela, como cápsulas de bala recolhidas no chão e armas de brinquedo confeccionadas por crianças.
Uma vez instalado em Berlim, o artista conta que recorrer às imagens foi uma forma de continuar a pesquisa sobre violência urbana, mote principal de seu trabalho, já que ele não estava mais no território que fornecia os materiais que utilizava em suas obras.

Pouco depois de chegar, Vidor descobriu que uma fabricante de armas sediada na pequena cidade de Oberndorf am Neckar vendia pistolas e fuzis para o Brasil desde a Guerra de Canudos, no final do século 19, o que acabou inspirando seu vídeo “A Praga”, sobre a exportação de violência da Alemanha para a América Latina.
Este foi o ponto de partida, diz Vidor, para pintar as paredes da galeria com uma tinta de Canudos, pigmento desenvolvido por ele com terra colhida no município baiano para “envelopar” as obras ali expostas com o histórico da violência do Exército, abastecido pela indústria armamentista alemã, contra os seguidores do beato Antonio Conselheiro.
Além disso, a entrada da mostra é protegida por uma cortina vermelha semitransparente estampada com desenhos da semente favela, de onde vem o nome das comunidades.
Uma olhada rápida não dá conta de tudo o que acontece em cada obra, com muitas camadas e referências a personagens e fatos históricos. Uma exceção é “Cópula Cloaca”, instalação com dois aviões da Força Aérea Brasileira embicados sobre caixas que remetem a pacotes nos quais a cocaína é traficada —uma referência a quando 37 quilos da droga foram encontrados na bagagem de um sargento que acompanhava a comitiva de Bolsonaro em viagem ao Japão.
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