Índices baixos de imunização mobilizam 3ª Coordenadoria de Saúde – Diário Popular
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Proteção
09/11/2022 08:30
Foto: Carlos Queiroz – DP – Objetivo é vacinar 95% das crianças contra a pólio
Vacinas têm. Disponibilidade nos postos de saúde também. Falta o público-alvo para completar a carteira de vacinação, principalmente da Poliomielite, na Zona Sul do Estado. A baixa procura pela imunização tem tirado o sono das equipes da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (3ªCRS) que estão mobilizadas para conscientizar as famílias e, assim, alcançar os 95% da meta estipulada pelo Ministério da Saúde. Além da pólio, a busca segue ainda pela população que está em falta com outros imunizantes e isso inclui a Covid-19, que se apresenta com a nova variante da Ômicron BQ.1, cujo contágio se dá de forma mais rápida.
Uma mobilização em massa é a grande aposta da titular da 3ªCRS, Cíntia Daniela, diante das barreiras e variáveis enfrentadas pelas Secretarias de Saúde dos 21 municípios que compõem a regional. Chuí, por exemplo, das 365 crianças estimadas que devem receber as gotinhas que protegem da paralisia infantil, apenas 113 (30,96%) estão em dia com a carteira. O motivo da baixa procura está na busca pela imunização do outro lado da fronteira, o que não conta para o município. Além disso, uma vez vacinado, a pessoa não pode receber a dose em dobro. “Estamos fazendo uma pesquisa de campo na tentativa de conscientizar as famílias a buscar a vacina nas UBSs da cidade, ou ao menos saber quantos fizeram do outro lado para termos a garantia de que a comunidade do Chuí esteja protegida”, explicou Cíntia.
Outra medida para virar o jogo na cidade é a atividade marcada para o dia 24 deste mês. Será a Vacinação de Fronteira quando toda equipe da 3ª CRS e da Secretaria Estadual de Saúde estarão mobilizadas não só na campanha da Poliomielite, mas também da Covid-19 e de todas as vacinas que integram o Calendário do Programa Nacional de Imunização (PIN).
Resultado a comemorar
Jaguarão, que também é cidade fronteiriça, atingiu 100% da meta. Com o quinto maior número de crianças estimadas a receber as gotinhas da Poliomielite, a divulgação está sendo a alma do negócio. “É um trabalho de formiguinha, com bastante informação por parte dos agentes comunitários de saúde, programas de rádio em que a população é chamada a fazer sua parte. Além disso, realizamos campanhas como o Dia D aos sábados, anunciando bastante as datas”, explicou a secretária municipal de Saúde, Gilcelli Soares Machado. Ela destaca o empenho das equipes das unidades de saúde que, a partir das reuniões, saíram espalhando pelas comunidades a importância da vacinação: “O trabalho também foi feito nas escolas, com uma simples conferência das carteiras, de maneira a conscientizar pais e responsáveis”.
Ainda é preciso avançar
Com um número populacional estimado um pouco maior – 1.498 – Capão do Leão está com um percentual bem abaixo do esperado. Desde o início da campanha da poliomielite, 52,07% foram imunizados. A secretária de Saúde, Cíntia Oliveira Iribarrem, explica que o público-alvo pode ter optado pela vacinação em UBSs de Pelotas, em função da alta rotatividade dos moradores. “Além disso, temos questões a serem consideradas como o número de nascidos vivos menor do que as expectativas, a ausência de agente comunitário em parte do município, uma vez que são duas UBSs e ainda não homologadas para Estratégia Saúde da Família, e uma ampla zona rural.” Conforme a titular da pasta, estão sendo adotadas ações para ampliar a vacinação com a busca ativa, através de divulgação nas mídias e carro som, visita domiciliar, vacinação “extramuros” no interior dos bairros, nas escolas e horários estendidos nas UBSs.
Resistência
Entre estratégias como “Dia D”, busca ativa, ou até mesmo solicitar a carteira de vacinação no momento da matrícula ou rematrícula, como Canguçu vem fazendo, a 3ª CRS tem realizado vários encontros com as Secretarias Municipais para pontuar quais questões têm levado aos baixos percentuais de imunizados. Algumas variáveis como a defasagem da estimativa de população ainda baseada no Censo do IBGE de 2010 e fator demográfico são levados em conta. Um ponto a ser trabalhado é a divergência de dados das Secretaria Municipais com a estadual, que conforme a Coordenadoria Regional, não estão fechando. “Neste caso estamos em contato permanente com as cidades na atualização dos dados de crianças cadastradas e de pessoas em geral”, justificou a titular.
Mas a resistência de pais ou responsáveis ainda é a principal causa apontada para os resultados indesejáveis. “Têm pessoas que pararam na segunda dose da vacina contra a Covid. Isso é preocupante, pois temos uma variante circulando e não sabemos como ela pode agir em pessoas idosas ou com comorbidade”, sustentou. Cintia vai além e cita como exemplo as crianças nascidas antes da década de 80 quando o Brasil começou fortemente o trabalho de erradicação da paralisia infantil, conquistado em 1994. “Quem não teve acesso à vacina da poliomielite na época acabou tendo sequelas. Agora, como a doença não é vista parece ser inofensiva.”
O pedido das equipes que atuam com a saúde é de que as famílias se conscientizem sobre a importância de manter o calendário vacinal completo, até porque, com a chegada do verão e o fim de ano, com festas, férias e praia, o período é propenso à aglomeração. E as pessoas, portanto, precisam estar protegidas.
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