Internações de Bolsonaro coincidem com crises na família e no governo – UOL Confere
Do UOL, em São Paulo
10/01/2023 04h00Atualizada em 10/01/2023 10h37
Desde que foi atacado com uma facada durante um ato de campanha, em setembro de 2018, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi internado ao menos seis vezes por problemas de saúde. As internações aconteceram no mesmo período em que o político passou por crises envolvendo seu governo ou familiares dele.
Um dia após seus apoiadores invadirem prédios dos Poderes — Congresso, Planalto e STF (Supremo Tribunal Federal) —, o ex-presidente passou mal de madrugada, com dores abdominais, e deu entrada às 4h (horário da Flórida) no AdventHealth Celebration, em Orlando, segundo informações da colunista do UOL Juliana Dal Piva.
No domingo, horas após a invasão de bolsonaristas terroristas, deputados dos EUA pediram a expulsão de Bolsonaro dos EUA, para onde ele viajou dois dias antes do fim de seu governo.
A última vez que Bolsonaro ficou internado foi em 28 de março do ano passado — no mesmo dia, Milton Ribeiro, então ministro da Educação, pediu exoneração de seu cargo após ser envolvido em um suposto esquema de corrupção na pasta.
A saída de Ribeiro aconteceu após a divulgação de um áudio em que ele afirma que o governo federal priorizou a liberação de verbas a prefeituras ligadas a dois pastores.
À época, Bolsonaro ficou um dia internado para tratar um “desconforto abdominal”. Houve suspeita de nova obstrução intestinal, o que não se confirmou.
Depois de uma semana de férias e críticas por não ter acompanhado presencialmente a situação das enchentes na Bahia, que registrou 25 mortos, Bolsonaro ficou internado por obstrução no intestino. O então presidente foi criticado também por promover aglomerações em praias de Santa Catarina — à época, o país voltava a ver o número de casos e mortes pela covid-19 aumentar.
O médico do ex-presidente informou dias depois que o quadro clínico se deu porque “o camarão não foi mastigado” por Bolsonaro.
Depois de 11 dias com soluço, Bolsonaro foi internado em julho de 2021 para tratar, novamente, uma obstrução intestinal. A entrada no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, aconteceu no dia que uma reunião do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia da Covid-19 estava marcada com os chefes dos Poderes.
No mesmo dia também, o presidente do Senado prorrogou a CPI da Covid por 90 dias. No fim dos trabalhos, a comissão concluiu que houve negligência do governo no combate à pandemia de covid-19 — por exemplo, na compra de vacinas.
Semanas depois da revista Crusoé revelar que o ex-assessor Fabrício Queiroz e sua mulher, Márcia Aguiar, repassar R$ 89 mil para a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, de 2011 a 2016, Bolsonaro avisou a seus apoiadores que passaria por uma cirurgia.
Dias antes de falar com bolsonaristas, o ex-presidente disse a um jornalista que tinha vontade de “encher a boca” dela com “uma porrada” ao ser questionado sobre os depósitos feitos por Queiroz na conta bancária de Michelle.
Em 25 de setembro de 2020, Bolsonaro passou por uma cirurgia de retirada de cálculo na bexiga.
No primeiro ano de seu governo, o ex-presidente foi internado duas vezes. Uma delas ocorreu em setembro no mesmo período em que Bolsonaro passava por um momento delicado em sua relação com o ex-juiz, na época ministro da Justiça, Sérgio Moro.
O então chefe do Executivo disse que poderia trocar o diretor-geral da Polícia Federal, ligada a pasta de Moro, e que era ele e não Moro quem indica o comando da PF.
Semanas antes da internação, Bolsonaro também foi pressionado sobre as medidas que estavam sendo adotadas para controlar ou minimizar os efeitos das queimadas na região amazônica. Ele chegou a fazer um pronunciamento sobre o assunto.
A internação aconteceu para Bolsonaro fazer uma cirurgia de correção de uma hérnia incisional na região da área atingida pela facada.
Semanas após tomar posse como presidente da República, Bolsonaro se submeteu a uma cirurgia para retirada da bolsa de colostomia. Mesmo com pouco dias de governo, o ex-presidente acumulava algumas polêmicas. Uma delas envolvia Queiroz, suspeito de ter movimentações atípicas em uma de suas contas.
O STF (Supremo Tribunal Federal), na época, atendeu pedido de Flávio Bolsonaro e suspendeu investigações do Ministério Público do Rio envolvendo Queiroz.
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