Investigada, ex de Bolsonaro muda para Noruega e colabora com … – UOL Confere

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Juliana Dal Piva é formada pela Universidade Federal de Santa Catarina e possui mestrado pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getulio Vargas. Trabalhou nos jornais O Dia, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo e revista Época. Obteve oito premiações de jornalismo. Entre elas, o Prêmio Líbero Badaró de jornalismo impresso em 2014 e também foi menção honrosa do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Em 2019, recebeu ainda o Prêmio Relatoría para la Libertad de Expresión (RELE) da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, pelo trabalho “Em 28 anos, clã Bolsonaro nomeou 102 pessoas com laços familiares”.
Colunista do UOL
07/01/2023 04h00
A advogada Ana Cristina Valle (PP-DF), segunda mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) está trabalhando como colaboradora de uma creche na cidade de Halden, na Noruega.
Ela disputou uma vaga a deputada distrital, mas teve apenas 1.485 votos e não conseguiu uma cadeira na Assembleia do DF (Distrito Federal). Depois disso, três dias antes do segundo turno das eleições de 2022, ela embarcou para Noruega e não retornou mais ao Brasil.

Como a coluna adiantou em outubro, Cristina decidiu viajar sem uma data definida para voltar. Em dezembro, ela chegou a gravar vídeos dizendo que estava de férias, mas na sexta-feira (6) gravou um novo vídeo em seu perfil no Instagram dizendo que estava voltando do trabalho em meio a uma tempestade de neve.
“A vida aqui também não é fácil não. Acha que é só glamour? Não. Saindo do trabalho”, disse. A coluna procurou Cristina, mas ela não retornou. Segundo interlocutores de Cristina, como ela não é totalmente fluente em norueguês, ela está fazendo uma espécie de estágio em uma escola infantil de Halden.
Ela é atualmente investigada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) junto com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) devido ao esquema de desvio de dinheiro conhecido por rachadinha. Além disso, ela também é investigada pela PF (Polícia Federal) devido à compra de uma mansão de R$ 3 milhões em Brasília no ano passado com o uso de um laranja, conforme foi revelado pelo UOL.
Interlocutores de Cristina também contaram que ela está pensando em vender o imóvel em Brasília. A ex-mulher de Bolsonaro relatou que teme o aprofundamento das investigações após a derrota de Jair Bolsonaro e a saída dele do poder.
Cristina está com o sigilo bancário quebrado junto com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) no procedimento que apura a nomeação de funcionários fantasmas e da prática ilegal de rachadinha no gabinete de Carlos.
Ela foi chefe de gabinete do ex-enteado de 2001 até 2008. Nesse período, ao menos sete familiares dela foram nomeados no gabinete de Carlos. Todos também funcionários fantasmas e agora investigados pelo MP-RJ.
Depois que se separou de Bolsonaro, Cristina obteve cidadania na Noruega no período em que viveu por lá entre 2009 e 2014. Por isso, ela agora está com questionamentos sobre a cidadania brasileira junto ao Ministério da Justiça já que na modalidade em que ela obteve não é possível ficar com duas nacionalidades.
Ao adquirir uma nova cidadania na Noruega, pelo que prevê a Constituição, ela perdeu automaticamente a brasileira. No entanto, a formalização depende de um processo administrativo do MJ.
Em julho, a coluna obteve documentos do órgão fiscal da Noruega que mostram que ela consta como cidadã norueguesa e com status de “residente”. Ela registrou um endereço naquele país no dia 11 de abril de 2011. Pouco depois, ela casou com o norueguês Jan Raymond Hansen. Os dois agora, porém, estão separados.
Em 2018, Cristina foi candidata a deputada federal pelo Podemos. Fez 4.555 votos e não conseguiu se eleger. Na época, ela não informou nada sobre a cidadania na Noruega e também omitiu da Justiça Eleitoral os bens que possui naquele país. Na ocasião, o caso chegou a ser denunciado para a Justiça Eleitoral, mas o procurador Fábio Aragão arquivou o procedimento sem requisitar informações.
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