JOÃO CAMPOS SE UNE A LIDERANÇAS POLÍTICAS.
Uma nova articulação do prefeito do Recife, João Campos (PSB), uniu o PT e o grupo político do ex-senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), ex-líder do governo Bolsonaro, na mesma gestão, na capital pernambucana.
Um dos filhos de Fernando Bezerra, o deputado estadual Antonio Coelho (União Brasil) emplacou a Secretaria de Turismo da cidade, por indicação do irmão, o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (União Brasil), derrotado na disputa para o Governo de Pernambuco em 2022.
O movimento gerou incômodo em alas do PT, como no entorno dos senadores petistas Humberto Costa e Teresa Leitão. Entretanto, o partido não ensaia rompimento e seguirá ocupando cargos na prefeitura.
No governo Bolsonaro, Bezerra Coelho indicou um aliado para o comando da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), na superintendência de Petrolina. Em 2022, Miguel, Fernando e Antonio Coelho apoiaram a reeleição do então presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem o ex-senador foi líder por três anos no Senado.
Apesar da divergência em âmbito nacional, o fator político que une os dois grupos, conforme a Folha de S.Paulo, é a oposição à governadora Raquel Lyra (PSDB), que teve o apoio de Miguel no segundo turno da eleição estadual de 2022, enquanto o PSB de João Campos apoiou Marília Arraes (Solidariedade).
Após ser vitoriosa, Raquel Lyra chegou a convidar Miguel Coelho para fazer parte do governo, mas o ex-prefeito de Petrolina entendeu que o espaço oferecido não estava à altura do grupo. Aliados de Miguel acreditam que foi proposital a proposta de Raquel, para que Coelho fosse praticamente forçado a recusar.
João Campos, inclusive, disse que “não tem medo de sombra”, ao citar a aliança com os Coelhos, no discurso de posse do novo secretário. A fala foi vista como recado à Raquel Lyra.
A aliança, no entanto, deverá ter implicações nas eleições de 2024 no Recife e no pleito estadual de 2026. Com a reaproximação dos Coelhos com o PSB após sete anos, João Campos praticamente sela o apoio da União Brasil à sua candidatura à reeleição e Miguel deve voltar à cena em 2026.
A movimentação gerou incômodos no PT pernambucano. O senador Humberto Costa reclamou da aliança de João Campos com o clã Coelho e disse que o partido não foi ouvido pelo prefeito. Costa revelou que o “PT não foi chamado para essa discussão, para dizer o que acha, se é bom ou não”.
Interlocutores da senadora Teresa Leitão, outra liderança do PT no estado, também dizem que ela ficou insatisfeita. A parlamentar não se manifestou publicamente sobre o assunto.
FONTE: bahiaba.