Josias de Souza – Bolsonaristas são orientados a dissociar Bolsonaro de atos antidemocráticos – UOL Confere

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na “Folha de S.Paulo” (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro “A História Real” (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de “Os Papéis Secretos do Exército”.
Colunista do UOL
08/11/2022 09h31
Surgiu nos fundões das redes bolsonaristas e nos acampamentos montados defronte de prédios do Exército uma evidência de que tem gato gordo na tuba dos atos golpistas. Trata-se de um conjunto de “novas regras” a serem observadas pelos devotos do presidente “nas manifestações e nas redes sociais”. O sentido geral das orientações é o de dissociar Bolsonaro dos atos que questionam a vitória de Lula. A ideia é tratar o movimento como algo surgido espontaneamente, em defesa do Brasil.
As novas orientações esclarecem o que está “proibido” e o que é “autorizado”. O rol de proibições inclui “blusas de Bolsonaro”, menções ao nome do presidente e o uso de palavras e expressões como “mito”, “capitão”, “intervenção militar” e “Deus acima de tudo, Brasil acima de todos”. No rodapé, há uma anotação: “Estamos lutando pelo país, já não diz respeito ao presidente.”

A lista daquilo que é expressamente autorizado anota “camisa do Brasil”, “bandeira do Brasil”, “cantar o hino nacional” e repetir mantras como “ordem e progresso”, “lei e ordem” e “Salvem o Brasil, Forças Armadas.”
Ironicamente, uma operação do tipo GLO, de garantia da lei e da ordem, só poderia ser aplicada a este caso na hipótese de convocação dos militares para dissuadir uma balbúrdia antidemocrática que fugisse ao controle das forças convencionais de segurança.
Em vez de distanciar Bolsonaro da algazarra, o lote de orientações distribuídas aos manifestantes reforça a suspeita de que a contestação antidemocrática tem inspiração presidencial. Bolsonaro já declarou um par de vezes que a insatisfação é justificável. Seus filhos insuflam o movimento nas redes sociais.
Resta saber se há real disposição para investigar a confluência de interesses entre quem leva o gato para a tuba e quem financia a estridência do miado golpista.
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