Josias de Souza – Gestões de Lula e Dilma comprovam importância da 'tal estabilidade fiscal' – UOL Confere

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na “Folha de S.Paulo” (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro “A História Real” (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de “Os Papéis Secretos do Exército”.
Colunista do UOL
11/11/2022 09h30
Lula tem 33 milhões de razões para priorizar o social. A fome tem pressa. Mas não é preciso ultrapassar as fronteiras do PT para entender o erro cometido por Lula ao insinuar que a “tal estabilidade fiscal” é um empecilho para os investimentos sociais. Quando foi presidente, Lula entregou superávits fiscais. E criou o Bolsa Família, juntando programas herdados de FHC. Fez a sucessora. Dilma deu de ombros para a responsabilidade fiscal. Produziu uma recessão histórica, que desfez a obras social do antecessor. A economia encolheu 6,8%. Algo como 12 milhões de trabalhadores foram ao olho da rua.
Graças ao descompromisso fiscal das declarações de Lula, a bolsa brasileira perdeu algo como R$ 100 bilhões em valor de mercado. Mas isso não é o mais relevante. Aquilo que a bolsa perde com uma sílaba mal pronunciada, recupera no dia seguinte com uma frase. O mais relevante é perceber que a confiança proporcionada pela responsabilidade fiscal conduz à queda da inflação e dos juros. Favorece os investimentos e a criação de empregos. Gera arrecadação para programas sociais. Nada pode ser mais benéfico para os brasileiros pobres do que a estabilidade fiscal.

Num passado recente, quando Leonel Brizola percebeu que não chegaria ao Planalto, consolou-se dizendo que a elite brasileira teria que engolir um sapo barbudo em seu lugar. Houve pânico na Fiesp. Dizia-se que 800 mil empresários fugiriam do país. O sapo e sua barba cubana foram digeridos. Os empresários ficaram e tiveram grandes lucros. Hoje, com a barba e a biografia já bem aparadas, Lula sabe que há um instante em que é preciso descer do palanque para governar.
O Brasil já convive com um presidente derrotado que se recusa a voltar ao Palácio do Planalto para exercer o que lhe resta de mandato. O país não precisa de um presidente eleito que retorne ao palanque em plena fase de transição do governo. Já estava entendido que Bolsonaro estourou o teto de gastos e que Lula teria que obter uma licença do Congresso para gastar com emergências sociais. Mas não é razoável que prioridades como o Bolsa Família de R$ 600 sejam usadas como álibi para sonegar ao país uma regra qualquer que sinalize o compromisso com o ajuste das contas.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
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