Josias de Souza – Lula despiu Jair Bolsonaro da faixa presidencial – UOL Confere

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na “Folha de S.Paulo” (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro “A História Real” (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de “Os Papéis Secretos do Exército”.
Colunista do UOL
10/11/2022 09h46
A passagem de Lula por Brasília deu ao Palácio do Planalto a aparência de sede de um governo de transição. O presidente eleito governa como se já tivesse tomado posse. Numa rodinha de políticos, Lula referiu-se a Bolsonaro como “maluco”. Movimenta-se como se quisesse tratar o antecessor de suas loucuras. Na prática, Lula despiu Bolsonaro da faixa presidencial. Gostaria de vestir nele uma camisa de força. Como não pode, antecipa a alta do paciente.
Lula acertou com o Legislativo a aprovação da emenda constitucional que reformará o orçamento que a equipe de Paulo Guedes deformou. Lapidando articulações iniciadas pelo vice Geraldo Alckmin, Lula alisou a pele do centrão. Falta acertar o preço do apoio à emenda que garantirá o Bolsa Família e outras despesas. Antes, falava-se em acabar com o orçamento secreto. Agora, cogita-se incluir na transação da transição até o pagamento de R$ 7,7 bilhões em emendas sigilosas que Bolsonaro prometeu, mas ainda não pagou.

Em visita ao Supremo, Lula restabeleceu a institucionalidade no convívio entre o Executivo e o Judiciário. Cumprimentou cordialmente até Nunes Marques e André Mendonça, as togas que Bolsonaro trata como gorjetas. Em entrevista que concedeu após a visita, Lula anunciou para depois da viagem ao Egito a escolha dos ministros. Voará para a conferência climática da COP27 deixando para trás um rastro pegajoso de dúvidas.
Repetiu o bordão da campanha segundo o qual certas despesas não são gastos, mas “investimentos”. Disse que, no dia seguinte à posse, já serão deflagradas obras públicas ao redor do país, para gerar empregos. Faltou explicar de onde virá o dinheiro. Da dívida pública? Da Petrobras? Do BNDES? Gasto ou investimento, nada se faz sem dinheiro.
Ao comentar os movimentos antidemocráticos que questionam sua vitória, Lula aconselhou Bolsonaro reconhecer a derrota, chorar em casa e se equipar para a próxima eleição. Certo, muito certo, certíssimo. Faltou dizer que as chances de êxito do projeto “Bolsonaro 2026” crescem se o governo seminovo do PT for um desastre. A hora é de mostrar serviço, não de atear interrogações na conjuntura.

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