Josias de Souza – Lula tenta corrigir erro na reta final da campanha – UOL Confere

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na “Folha de S.Paulo” (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro “A História Real” (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de “Os Papéis Secretos do Exército”.
Colunista do UOL
25/10/2022 09h47
Numa campanha eleitoral acirrada, um erro pode ser fatal. Mas um erro pode ser remediado dependendo do modo como o candidato se comporta depois de cometê-lo. Com enorme atraso, Lula enxergou o seu grande equívoco a seis dias da votação final. Depois de uma semana em que todas as pesquisas apontaram a redução de sua vantagem sobre Bolsonaro, Lula reuniu representantes da frente ampla que se formou ao redor de sua candidatura para prometer que, se eleito, não fará um “governo do PT”, mas uma gestão “além” do partido.
O compromisso de Lula soou num ato suprapartidário realizado em São Paulo. Foi um evento em favor da candidatura petista e, sobretudo, contra Bolsonaro. O Tuca, teatro da PUC, foi lotado por líderes políticos, ex-ministros, economistas, intelectuais e empresários. Gente como o ex-ministro Henrique Meirelles, o economista Pérsio Arida, a ex-presidenciável Simone Tebet e a deputada federal eleita Marina Silva. Do lado de fora, uma multidão ouviu Lula dizer que “não será um governo do PT, será um governo do povo brasileiro”.

Promessa não é garantia de execução. Se for boa, a promessa é apenas um bom começo. Na política, o momento mais comovente das biografias é o encontro do político com seu erro. No caso de Lula, foi lenta e inexorável sua aproximação com o erro. Movido por uma fé que lembra a origem cristã ou socialista dos seus devotos —dois credos que excluem o ingrediente da dúvida—, Lula tratou a corrida presidencial de 2022 como um projeto pessoal de ressurreição.
Com as sentenças criminais anuladas pelo Supremo, Lula passou a percorrer o país como um salvador da democracia, concedendo aos democratas o privilégio de acompanhá-lo com suas preces. A votação depositada aos pés de Lula deu a ele mais de 6 milhões de votos de vantagem sobre Bolsonaro. Mas não foi suficiente para que a divindade petista fechasse no primeiro turno a disputa contra a ameaça autocrática personificada em Bolsonaro. Ao descer do andor, Lula parece ter entendido que quem comete um erro e não o corrige a tempo comete outro erro.
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