Julgamento por corrupção contra Kirchner entra na reta final na Argentina – UOL Confere

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14/11/2022 09h55
O julgamento da vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, acusada de corrupção junto com outras 12 pessoas, entrou na reta final nesta segunda-feira (14), e estima-se que o tribunal possa emitir um veredicto antes do final do ano. 
Iniciado em maio de 2019, poucos dias após Kirchner anunciar sua candidatura de chapa com o atual presidente de centro-esquerda Alberto Fernández, o processo judicial aconteceu ao longo de seu período como vice-presidente. 

Na audiência desta segunda-feira, os promotores Diego Luciani e Sergio Mola rejeitaram os pedidos de nulidade da defesa e não fizeram uso das réplicas que poderiam alongar o processo. 
“A alegação se sustenta por si só. Não temos nada a replicar ou contestar”, disse Luciani. 
O tribunal decidiu, no entanto, fazer outra audiência na próxima sexta, a pedido de um dos advogados da defesa. Logo será estabelecido um cronograma para que os acusados apresentem suas alegações finais no julgamento.

A decisão do tribunal acontecerá em um momento de especulações sobre as candidaturas para as eleições presidenciais e parlamentares do próximo ano.
“Sendo um julgamento de primeira instância, que não é o definitivo, seu impacto será mais midiático do que eleitoral”, aponta o analista político Carlos Fara, em referência às eleições para as quais Kirchner, líder da ala mais à esquerda do peronismo, ainda não revelou suas intenções.
“A convicção de culpa que a maioria da sociedade tem e a ideia geral de que os políticos são todos mais ou menos corruptos subestima um pouco do seu impacto”, acrescentou.
Protegida por seus privilégios como vice-presidente e presidente do Senado, Kirchner não pode ser presa até o anúncio de uma decisão final do Supremo Tribunal de Justiça, algo que pode levar vários anos. 
Kirchner, de 69 anos, é acusada de ter favorecido o empresário Lázaro Báez na atribuição de contratos de licitações de obras públicas na província de Santa Cruz quando era presidente, entre 2007 e 2015.
O Ministério Público pediu contra ela uma pena de 12 anos de prisão e inabilitação política perpétua. 
A ex-presidente considera esse processo uma perseguição política e denunciou que a Justiça, que ela chama de ‘partido judicial’, quer vê-la “presa ou morta”. 
Entre os 12 acusados restantes estão Julio de Vido, ex-ministro do Planejamento; José López, ex-secretário de Obras Públicas; e o próprio empresário Lázaro Báez. 
No processo, o tribunal ouviu 114 testemunhas em 117 audiências.
Paralelamente, avança um caso pelo atentado fracassado que Kirchner sofreu em 1º de setembro, quando ao chegar em sua casa em Buenos Aires um homem puxou o gatilho de uma pistola duas vezes bem perto de sua cabeça, sem que a arma disparasse. 
O criminoso se aproximou da vice-presidente se infiltrando entre dezenas de apoiadores que esperavam por ela todas as noites em frente a sua casa para expressar apoio, após o pedido de condenação do Ministério Público.
nn/dga/aa/jc
© Agence France-Presse
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Sílvio Crespo

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