Julián Álvarez será o "aranha" da seleção argentina na Copa – UOL
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Recém-aposentado do futebol, Gonzalo Higuaín fez 31 gols em 74 jogos pela seleção argentina. A média de 0,41 não é ruim. Mas ele estará marcado para sempre com a camisa alviceleste pelos gols que perdeu em finais.
Nenhum deles foi pior do que o pela decisão do Mundial de 2014 contra a Alemanha.
Sergio Aguero, melhor amigo de Lionel Messi no futebol, virou lenda no Manchester City (ING). Mas somados os torneios de 2014 e 2018, anotou duas vezes.
Quem considerar que Tevez nunca mostrou o mesmo desempenho pela seleção comparado aos clubes em que atuou, vai perceber que Messi, um dos maiores jogadores da história, nunca teve um parceiro de ataque eficiente no palco mais importante do futebol mundial: a Copa do Mundo.
Em sua última chance de levantar a taça, a esperança dele pode ser Julián Álvarez, 22.
Um atacante que viu de perto o desastre que foi a campanha argentina há quatro anos, na Rússia. Ele era um dos sparrings, jogadores das categorias de base que são levados com a delegação para ajudar nos treinos.
“Eu não digo que fui seu treinador porque Julián já nasceu sabendo jogar. Andava para todos os lados com uma bola debaixo do braço. Era exatamente como é hoje, só que uma versão em miniatura”, afirma Rafael Varas, seu primeiro técnico na pequena cidade de Calchín, na região de Córdoba.
Álvarez chegou ao futebol europeu neste ano ao ser contratado pelo Manchester City por ordem expressa de Pep Guardiola. Poderia ter acontecido bem antes. Aos 11 anos, ele fez teste no Real Madrid. Na final de uma competição sub-12, anotou dois gols. Não ficou na capital espanhola por uma questão burocrática. É bem mais difícil para as equipes do país contratar e registrar garotos estrangeiros com menos de 13 anos.
Impossibilitado de defender o Real, ele fez peneira em outro time, mas argentino: o Boca Juniors. A história entrou para o folclore pessoal do atacante porque ele depois seria peça-chave do time do arquirrival River Plate.
“Julián é o jogador que todo técnico gosta de ter”, elogiou Marcelo Gallardo, treinador do River, maravilhado pelos gols e versatilidade de Álvarez, que chegou ao Monumental em 2016, aos 16 anos.
Em uma conjunção quase cósmica, Madrid, Boca e River estariam juntos no momento de maior glória do artilheiro até agora na carreira. Ele entrou como substituto durante a final de Libertadores disputada pelos dois times no Santiago Bernabéu, na Espanha, em 2018. O clube de Álvarez venceu por 3 a 1 naquela que é considerada a maior vitória de sua história.
“Julián sabe jogar em várias posições com eficiência. Chama a atenção a inteligência que mostra em campo. É muito maduro para a sua idade”, completou Gallardo.
Em diferentes momentos no River Plate, onde estreou como profissional em 2018, ele jogou como centroavante, atacante aberto pelos lados do campo e até como meia em alguns momentos. Esta é uma versatilidade que pode ser vital para a Argentina em um torneio como a Copa do Mundo, já que o treinador Lionel Scaloni também pode contar com Lautaro Martínez para o ataque.
“É um menino que pode ser útil em diferentes funções, apesar de ser atacante. É evidente que está agora em um dos maiores clubes do mundo, vai enfrentar os melhores e isso é bom porque vai fazer Julian crescer”, explica Scaloni.
A versatilidade lhe será útil também no City, já que o camisa 9 indiscutível é o norueguês Erling Haaland.
Vai ser importante o argentino fazer jus à alcunha de “aranha” recebido ainda quando era criança e jogava pelo Club Atlético Calchín, sua primeira equipe.
“Este apelido lhe deu seu irmão porque parecia que Julian tinha mais de duas pernas quando jogava”, afirma Varas.
Talvez por isso ele tenha chamado tanto a atenção de Guardiola, que sancionou a contratação do argentino por 21 milhões de euros (cerca de R$ 108 milhões pela cotação atual).
Julián Álvarez, 22
30 de janeiro de 2000, em Calchín, na Argentina
1,70 m
Atacante (centroavante)
Destro
Manchester City (desde 2022)
• 11 jogos • 2 gols
River Plate: Copa Argentina (2019) Campeonato Argentino (2021) Copa Libertadores (2018) Recopa Sul-Americana (2019) Seleção argentina: Copa América (2021) Finalíssima Uefa-Conmebol (2022)
Este é o quinto de uma série de dez textos sobre jogadores que podem surpreender na Copa do Mundo de 2022. Eles são publicados às terças-feiras.
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