LÍDER DE GOVERNO E PETISTA PROTAGONIZAM DEBATE.

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A tensão no bairro de Valéria, após operação que resultou na morte do policial federal Lucas Caribé Monteiro de Almeida, de 42 anos, e de outros nove suspeitos, ultrapassou os muros do bairro e chegou ao plenário da Câmara Municipal de Salvador (CMS). Nas últimas horas, o líder do governo, vereador Kiki Bispo e o líder do PT na Casa, Tiago Ferreira, protagonizaram um embate acalorado em que o tema principal foi o fechamento dos equipamentos municipais, como postos de saúde, as seis escolas da localidade por conta da insegurança, bem como a mudança do itinerário dos ônibus, que ocorreram por quatro dias, voltando à normalidade entre a terça (19) e quarta-feira (20).

Enquanto Ferreira afirma que o fechamento de “30 unidades de saúde”, em que nem todas estavam no raio da região da operação policial, decorreram com propósito de dar palanque político para quem ‘virou comentarista das desgraças alheias’, ao citar o ex-prefeito ACM Neto (UB), Kiki Bispo, frisa que o petista quer ‘defender o indefensável’, onde a culpa é do governo do estado pela falta de segurança.

“Quis ele dizer que é culpa da prefeitura e, não do Governo do Estado pela falta de segurança pelo fechamento de 30 postos de saúde e, ainda, a maior estranheza minha, culpar a Semop [Secretaria Municipal de Ordem Publica] pela não circulação dos ônibus na região. Quero dizer a você excelência [Tiago Ferreira] que existe a necessidade de salvaguardar a vida dos trabalhadores da cidade do Salvador, vossa excelência está querendo que esses trabalhadores sejam colocados em meio a tiroteios”, questionou nesta quarta, em meio a pedidos de resposta do petista.

Continuando, Kiki afirmou que Tiago Ferreira, que é do Partido dos Trabalhadores, sigla do governador do estado, Jerônimo Rodrigues, ‘tem a finalidade e função, de mais do que ninguém, defender a vida das pessoas’.

“Mas, vou encaminhar a vossa excelência as diversas ocorrências dos servidores dos postos de saúde, a exemplo do de Coutos que virou esconderijo de bandidos, em que eu estou aqui a imaginar como seria o amanhecer no posto de saúde de Coutos, onde vossa excelência milita, quando chegar um médico, uma enfermeira, um técnico de enfermagem ao entrar na sala e dar de cara com um bandido com um fuzil na mão e o médico ter que pedir calma ao marginal e dizer que irão dividir o espaço porque não podem parar, porque não podemos fazer com que a saúde pública pare, porque a culpa não é do Governo do estado”, ironizou.

O líder governista ainda citou o colega sobre ser dirigente do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, mas não ser informado sobre o pedido do próprio sindicato ao qual milita para que a vida dos rodoviárias também não fossem expostas.

“E para minha maior perplexidade ele quer expor os trabalhadores do transporte público a circularem na região. O vereador Tiago Ferreira, militante do Sindicato dos Rodoviários quer que vossas senhorias exponham suas vidas, quem sabe para ter um destino trágico como o do policial federal morto no confronto com a polícia na última sexta. Mas, essa desinformação, eu quero atribuir ao presidente Hélio Ferreira [licenciado] que por conta da eleição do ano que vem não deve estar convidando o senhor para as reuniões, mas ficou decidido que para salvaguardar a vida dos trabalhadores os ônibus não circulariam até que o governo desse as garantias de segurança como todo baiano exige. Então, portanto, vereador, o senhor foi muito infeliz, com o Partido dos Trabalhadores, em querer expor a vida dos servidores e, aqui a Prefeitura tem responsabilidade, até mesmo porque foi um pedido dos servidores para que não colocassem suas vidas em risco, como muitos baianos tem feito”, assegurou.

Em conversa com o bahia.ba, o líder do PT, que após o discurso do integrante do União Brasil pediu direito de respostas por três vezes, mas afirma ter tido esse direito cerceado e a demonstração de que o regimento da CMS foi rasgado, reitera que o posicionamento do líder confirma o que ele falou nos dias anteriores. A sessão foi conduzida pelo vereador Isnard Araújo (PL), integrante da base governista.

“Insisti para reforçar que a fala do líder foi extremamente verdadeira e só confirma o que falei. Que a prefeitura mandou fechar 30 postos de saúde, mas que nem todos tinham relação com a situação da insegurança do bairro, não estavam no raio de atuação do bairro. E, sobre os ônibus, primeiro que quando ocorre qualquer ambiente que possa colocar os rodoviários em risco o sindicato se posiciona de imediato, mas a polícia nos garantiu que a situação estava controlada e não foi necessário. E, até mesmo vereadores da situação chamaram atenção para a necessidade de que voltassem à normalidade de uma decisão que estava prejudicando os moradores tomada pela Semop”, elencou, reafirmando que: o líder só confirmou o que eu tinha dito e que depois da minha fala reabriram os postos e as escolas, bem como os ônibus voltaram a circular normalmente, mas imagine se a moda pega e o governo do estado resolve fechar os hospitais, como ficaria a população que precisa de atendimento médico”.

Por fim, ele atestou que a decisão parece ter um único propósito. “De dar palanque político para quem perdeu a eleição na Bahia e virou comentarista das desgraças alheias”, disse, em referência ao ex-prefeito, ACM Neto, ao qual, ele atribuiu a pecha de que aparenta estar sempre torcendo para que as coisas deem errado no governo Jerônimo.

 

FONTE: bahiaba.

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