Linn da Quebrada celebra trabalho com Fernanda Montenegro no filme 'Dona Vitória': 'Mais que amigas, parceiras' – Extra
Linn da Quebrada vai interpretar a vizinha de Fernanda Montenegro, a protagonista do filme "Dona Vitória". O longa já está sendo filmado, e a ex-BBB mostrou fotos com a colega de trabalho nas redes sociais. O longa, que teve suas filmagens paralisadas após a morte do diretor Breno Silveira, tem direção de Andrucha Waddington, genro de Fernanda e grande amigo de Silveira.
"Mais que amigas, parceiras, atrizes, atrozes & artistas! Colegas de trabalho, de profissão. Dona Fernanda ou dona Vitória. Na primeira leitura, ressaltou o quanto para ela era importante que minha atuação fosse com ela, não para câmera, como vitrine. Uma para outra, onde uma ampara outra. Quando ouvi isso respirei aliviada. Aprendi a atuar dessa maneira. Com o outro, outra", escreveu.
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Fernanda gravou, no começo deste mês, cenas de "Dona Vitória" na Lapa, na Região Central do Rio. A gravação também teve participação de atores como policiais civis e inclusive um carro imitando um veículo da Policia Civil do Rio da época. Moradores que estavam no local registraram o momento das gravações nas redes sociais.
No filme, ela interpreta Dona Vitória, a protagonista. A história é inspirada em uma reportagem publicada originalmente pelo EXTRA, em agosto de 2005, pelo então repórter Fábio Gusmão, atual editor de Rio dos jornais EXTRA e O Globo.
Na ocasião, ele contou como uma senhora de 80 anos filmou por dois anos, com uma câmera própria, a rotina do tráfico de drogas na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, na Zona Sul, e entregou o material à polícia, possibilitando a prisão de mais de 30 pessoas, entre elas policiais militares envolvidos com a quadrilha. Depois, o caso originou ainda o livro “Dona Vitória da Paz”, também escrito pelo jornalista e publicado pela editora Planeta.
A produção vai contar a história de vida de Vitória desde a infância em Alagoas, quando ela era estuprada aos 13 anos pelo filho de um fazendeiro da região, que a levou para longe de sua família. Na ocasião, a menina ficou grávida e vagava por cidades durante a gestação, até voltar a ver a família e denunciar o rapaz. Pouco depois, ela perdeu sua filha, que nasceu com um problema cardíaco.
O jornalista Fábio Gusmão recorda como foi escolhido o nome fictício da protagonista dessa história, tudo para preservar a imagem da aposentada, que precisou se mudar e entrar no Programa de Proteção à Testemunha.
— Quando sentei para escrever, pensei que me recusaria a chamar aquela mulher de X ou Y. No meu caso, que tinha vivido aquilo tudo por um ano e meio, entre o saber do fato e a publicação, não tinha como despersonificá-la — justifica o jornalista, lembrando que o pseudônimo foi uma sugestão do então editor-executivo do jornal, Octávio Guedes, atual comentarista da GloboNews.
Para realizar toda a apuração, Gusmão destaca que visitava Dona Vitória semanalmente dizendo ser seu sobrinho. Já para os policiais chegarem ao apartamento, eles se passaram por possíveis compradores do imóvel.
Um dos sócios da Conspiração Filmes, que coproduz o longa com o Globoplay, Andrucha era ainda um amigo muito próximo de Breno e seu parceiro de trabalho. Ele é também genro de Fernanda Montenegro.
— Obviamente, trata-se de uma obra de ficção, mas o roteiro conseguiu manter a essência do que é aquela mulher — avalia Gusmão.
Personagem hoje tem 97 anos
Após toda a repercussão do caso e prisão dos envolvidos, foi difícil convencer Dona Vitória a deixar o apartamento em que viveu por 38 anos e comprou com dificuldades, em um financiamento pela Caixa Econômica. Quando chegou ao Rio de Janeiro, a alagoana trabalhou como empregada doméstica e depois como massoterapeuta até se aposentar. Isso depois de voltar a estudar, se alfabetizar e quase concluir o Ensino Fundamental.
— Quando entrei na casa dela pela primeira vez, fiquei impressionado. Era muito perto (dos traficantes), menos de 100 metros — conta Gusmão.
A saga de Dona Vitória
Antes do Rio
Nascida em 1925, ela foi para Recife na adolescência para trabalhar como doméstica. Aos 25, veio para o Rio.
Casa em Copa
Em 1967, conseguiu financiar o apartamento onde morou por 38 anos.
Indignação
Em 2003, decidiu comprar uma câmera em 12 vezes de R$ 150 e entrada de R$ 800.
Saída do Rio
A polícia fez as prisões em 2005, e ela precisou deixar o apartamento.
Programa de Proteção
Em quase quatro anos no programa, viajou a Itália e teve que ser reintegrada na volta ao Brasil, com a ajuda de Gusmão.
Novas casas
Morou na casa de um irmão no Centro-Oeste e depois se mudou para outro estado.