Luiz Felipe Pondé: A política como psicose coletiva Gazeta do Povo – Gazeta do Povo

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A política é o território da violência. Mas ela também é o território da estupidez. Às vezes, chega a ser o da inteligência, quando necessário e quando damos a sorte de ter líderes capazes de exercer a política para além da miséria, violência e estupidez para a qual ela tende de forma avassaladora.
Essas características não estão limitadas aos políticos profissionais. Elas estão dispersas pela população comum de forma democrática: todos temos vocação à estupidez quando o assunto é política.
Os bolsonaristas têm dificuldade de perceber que não perderam as eleições de modo absoluto. Apesar do seu líder ter perdido para Lula (deu quase empate), o Legislativo e vários estados importantes da federação elegeram candidatos vinculados à direita.
O momento para esses líderes eleitos, fora do espectro do PT, é organizar a política brasileira para que ela supere o trauma mental e moral que o bolsonarismo causou no país.
O PT não governará bailando, como das outras vezes. Mas, para mentes estreitas como a de grande parte dos bolsonaristas, o que importa são suas crenças estúpidas em histórias tipo filme de terror B. Pedem golpe como loucos que dizem ser as aranhas uma iguaria deliciosa.
O campo da política se tornou um espaço da psicose coletiva. Sempre o foi, mas, com o “empoderamento” das massas via as redes sociais, a epidemia se alastrou.
Olha só essa história. Lula teria sacrificado 4.000 crianças para ganhar as eleições. Tem gente que crê nisso. Risadas? Não! A coisa é dramática. Entregar um voto na mão de alguém que leva isso a sério é como perguntar ao fofoqueiro do bairro se devemos ou não apedrejar a vizinha porque dizem que ela deu para o síndico.
Analisando a hipótese “cientificamente”, podemos perguntar pela logística de tal empreitada. Um sacrifício humano sempre exigiu uma preparação gigantesca, mesmo quando apenas um humano era sacrificado. A violência envolvida num ato como esse sempre esteve sustentada numa metafísica de horror. Mesmo no caso do sacrifício de animais – que considero pessoalmente um absurdo – a logística é grande.
Gritos, sujeira, sangue. Como teria funcionado o esquema de escolha das crianças? Teria o TSE organizado tal logística? Quantos veículos foram usados? Onde foi praticado? Qual lugar suficientemente remoto e distante de celulares teria sido escolhido para tal? O apartamento de Lula em São Paulo? O famoso sítio de Atibaia? Em Cuba? Na Venezuela?
Essas crianças teriam sido doadas pelos pais petistas? Quantos pais psicóticos seriam necessários para uma doação dessa monta? Foram sequestradas? Quanto tempo teria levado para sacrificar as 4.000 crianças? Há algum aplicativo que explique os passos necessários para fazer um sacrifício nesse nível? Nenhum dos repórteres colados em Lula teria percebido? Esqueci! Todos os jornalistas topariam ocultar tal crime porque são simpáticos ao PT.
O bolsonarismo destruiu a direita no Brasil. Infelizmente, muitas pessoas de disposição conservadora, já adoecidas pelo culto a Olavo de Carvalho, permanecem sob a esfera de influência de um incapaz como Bolsonaro. O momento para esses líderes eleitos, fora do espectro do PT, é organizar a política brasileira para que ela supere o trauma mental e moral que o bolsonarismo causou no país.
A esquerda, sempre nojentinha e mentirosa quanto a suas virtudes, pode colher os frutos. Mas, como disse antes, mesmo com a vitória de Lula – pessoa mais humana do que Bolsonaro, com certeza –, as eleições deixaram claro que o país está dividido e todos os líderes terão de cuidar dessa radicalização.
Passado o trauma imediato dessas eleições, a classe política deve ter a suficiente vergonha na cara e responsabilidade mínima para pôr ordem na casa e levar o país de volta aos conflitos institucionalizados que caracterizam a violência política na sua forma benigna.
Que nos sirva de exemplo. A política quando excessivamente ativa tende ao caos e à desorganização. Uma sociedade só consegue viver de forma razoável quando a política é, de alguma forma, esquecida no dia a dia. Quando nos lembramos dela demais, o pesadelo se avizinha. Que nos concentremos em nossos boletos. Nossos amores felizes ou infelizes. Nossos cemitérios e maternidades.
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