Lula acerta outra, mas com uma ressalva – VEJA
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva se emocionou nesta quinta, 15, durante encontro com trabalhadores de reciclagem na região central de São Paulo, mas voltou a dar sinais ambíguos para o mercado ao insinuar que a responsabilidade social não pode andar junto com a responsabilidade fiscal.
“Para cuidar do povo pobre é preciso ter muito coração. A gente não cuida do pobre se a gente ficar olhando dados estatísticos, política fiscal do governo, orçamento da prefeitura, orçamento do estado. Sempre haverá prioridade mais importante que os pobres. Sempre haverá alguém fazendo pressão que vocês não conseguem fazer”, disse.
Lula está certo em se preocupar com os mais pobres. Foi eleito para isso. De fato, para que o Brasil volte a ser uma das maiores economias do mundo – o que já aconteceu -, o novo governo precisa melhorar a vida de quem está em situação de rua e em extrema pobreza.
Por outro lado, não dá para olhar apenas para a questão social ou achar que ela não precisa andar com outras responsabilidades econômicas. Conduzir bem a economia e respeitar a responsabilidade fiscal é fundamental para garantir a melhoria de vida dos brasileiros. Não adianta fazer um grande programa social – e tirar as pessoas da pobreza – se a inflação subir a ponto de tirar o poder de compra da população. Lula sabe disso e foi o que ele mesmo fez no seu primeiro governo.
A indicação de Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda já foi, contudo, um sinal delicado do governo. Não pela pessoa e pelo profissional Haddad, que é um dos grandes quadros da política brasileira. Para a coluna, ele se colocaria melhor como chefe da Casa Civil. Mas Lula sabe o que faz – ou não teria sido eleito pela terceira vez.
É preciso aguardar.
Agora, o presidente precisa se cercar de pessoas que deixem claro que a questão fiscal também será prioridade. Até porque ele – Lula – é vítima da irresponsabilidade fiscal de Bolsonaro, que vendeu um governo liberal e nunca entregou. Mais do que isso: fez uma trapalhada atrás da outra no orçamento, especialmente contra os mais pobres.
Da merenda escolar à farmácia popular falta o que? Dinheiro. E por conta de que? Do gasto excessivo do líder da extrema-direita para tentar vencer a eleição até que, depois do pleito, os cortes que quase param a máquina pública neste final de gestão.
Com a PEC da Transição, Lula está tendo que gastar parte do seu capital político mesmo sem ter assumido a cadeira presidencial. Vejam o absurdo.
A questão social é urgente, sim.
Mas o presidente eleito precisa mostrar que o social e o fiscal vão andar juntos, como fez em seu primeiro mandato. O mercado não reage bem aos sinais ambíguos de Lula e precisa ter certeza de que a nova gestão vai respeitar os limites de gastos em vez de piorar a situação das contas públicas, hoje caóticas. Isso pode e irá favorecer o próprio petista e a esquerda brasileira.
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