Lula apoia Pacheco por falta de opção no Senado – Diário do Poder

0
101

PODER, POLÍTICA E BASTIDORES
O presidente Lula tem dito aos mais próximos confiar mais no deputado Arthur Lira (PP-AL) honrando compromissos do que no senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acusado de haver traído Michel Temer, que o fez presidente da CCJ da Câmara, e Jair Bolsonaro, decisivo na sua eleição para o cargo. Tanto quanto aliados dos ex-presidentes, Lula não confia em Pacheco, mas confia menos nos rivais ligados ao ex-presidente. Nesta segunda (30), opositores de Pacheco contabilizavam 35 votos.
Apoiadores de Rogério Marinho (PL) contra Pacheco mandaram recado a Lula: “Mais vale um adversário declarado que um falso amigo”.
Para senadores contra Pacheco, incluindo três correligionários, tão logo suas conveniências o recomendem, o mineiro não hesitará em ‘rifar’ Lula.
No caso de Temer, Pacheco designou o único inimigo do ex-presidente na CCJ para relator o impeachment pretendido pelo PGR Rodrigo Janot.
Eleito presidente apoiado por Bolsonaro, Pacheco acelerou a derrubada de vetos e não resistiu à curiosa ordem do STF para a CPI da Covid.
O anúncio de Lula de que o banco de fomento BNDES financiaria um gasoduto entre Brasil e Argentina pegou de supressa os órgãos a serem envolvidos, como o próprio banco ou até o Ministério do Meio Ambiente, que faz restrições ao gás de xisto, muito poluente. Nenhum órgão federal sabe do gasoduto, como quando Dilma anunciou em 2014 que o BNDES bancaria o aeroporto de Havana, sem projeto e sem avisar ao banco.
Assim como o tal gasoduto de Lula agora, à época de Dilma o BNDES negou à coluna ter conhecimento desse projeto
Demoraram 14 meses entre a visita de Dilma a Havana e a confirmação oficial que o BNDES enterraria mais US$150 milhões em Cuba.
O BNDES, o MMA e até o Tribunal de Contas da União confirmaram à coluna que não existem nem mesmo planos para o gasoduto de Lula.
O advogado e ex-deputado Genival Tourinho acompanhou o conterrâneo Darcy Ribeiro num jantar com Santiago Dantas, em Paris, em 1977. O sommelier, com uma enorme placa de ouro no pescoço, sugeriu o vinho que considerava ideal para acompanhar o pedido, mas Santiago discordou da safra e travou com o especialista do restaurante uma discussão sobre a superioridade das uvas plantadas às margens esquerda ou direita do rio. “Caipiras de Montes Claros”, recordava Tourinho, “testemunhamos, eu e Darcy, o sommelier francês se render aos argumentos de Santiago Dantas.”
Eduardo Girão (Pode-CE) prometeu o fim do voto secreto, caso eleito presidente do Senado. É provável tenha perdido mais votos do que imagina com essa declaração, no pequeno eleitorado de 81 senadores.
Deve passar das 700 mil assinaturas nesta terça-feira (31) o abaixo-assinado contra a reeleição de Rodrigo Pacheco na presidência do Senado. Foram mais de 100 mil assinaturas por dia, desde seu início.
O governo federal está confiante na reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com o mesmo resultado que obteve na sua primeira eleição: 57 votos. Para o governo petista, a Casa não mudou nos últimos dois anos.
Deputado eleito e ex-coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol citou o próprio presidente Lula, após o ministro das Comunicações do governo do PT ter usado o orçamento secreto para asfaltar estradas que atendem a oito fazendas da família: “Quem fizer errado sabe que tem só um jeito”.
Deputado eleito Deltan Dallagnol (PR) sobre a promessa de Lula de afastar denunciados
Lula mandou o Itamaraty retomar com força a embaixada em Caracas, mas a escolha dos coitados dos diplomatas que irão viver na ditadura de Nicolás Maduro será tarefa do serpentário. Serão escolhidos a dedo.
Opositores mal escondem as saudades que deveras sentem de Jair Bolsonaro, patrulhando sua permanência nos Estados Unidos. Pior: sem poder acusar o ex-presidente de corrupção e lavagem de dinheiro.
A semana começou com desocupação dos gabinetes de parlamentares não reeleitos, em Brasília, e assessores de deputados e senadores não reeleitos correndo atrás da permanência em seus cargos.
O deputado estadual Requião Filho (PT-PR) tomou as dores do pai, rejeitado no PT após trocar o MDB pela sigla, e disparou contra o partido, chamou de “cheio de interesses pequenos e imediatos”.
…denúncia de corrupção contra ministro em menos de um mês de governo deveria ser recorde. Mas, no Brasil, não é.
Poder, política e bastidores, sem perder o bom humor. Desde 1998.

source

Leave a reply