Lula descumpre promessa eleitoral ao não separar Justiça e Segurança – Metrópoles

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09/12/2022 15:36, atualizado 09/12/2022 20:16
Como adiantou o colunista do Metrópoles Igor Gadelha, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira (9/12) que não dividirá a pasta da Justiça em um segundo ministério, que seria o da Segurança Pública. Essa divisão era uma das promessas de campanha do petista, mas não estará entre as prioridades neste primeiro momento, segundo o futuro mandatário.
“Nós temos o interesse de criar o Ministério de Segurança Pública, mas a gente também não pode fazer a coisa de forma atabalhoada. O companheiro Flávio Dino tem a missão de primeiro consertar o Ministério da Justiça e consertar o funcionamento da Polícia Federal, queremos que carreira de Estado seja carreira de Estado”, disse Lula.
A declaração, no entanto, não foi confirmada pelo recém-anunciado ministro da pasta, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB). Na saída do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do Gabinete de Transição, Dino afirmou que não haverá a divisão da pasta em dois ministérios.
“Registrar que uma das determinações que ele [Lula] fixou é de total ênfase na área de segurança pública e, portanto, quero consignar os policiais, suas famílias, todos os profissionais de segurança pública, que o presidente Lula determinou na transição e também no exercício do governo que nós estejamos muito próximos dos policiais”, declarou.
“Não há nenhuma razão para não haver amplo diálogo com todos os profissionais de segurança pública, e isso vai ocorrer por determinação do presidente Lula.”
O presidente eleito queria começar a anunciar seu time somente a partir da semana que vem, após ser diplomado como vencedor das eleições pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas acabou cedendo às pressões em busca de um ambiente mais tranquilo para negociar com a atual legislatura do Congresso e com outros setores da sociedade.
O mercado vinha pressionando o novo governo para o anúncio de quem ocuparia a Fazenda, devido às incertezas fiscais ligadas à proposta de emenda à Constituição (PEC) da Transição que tramita no Congresso e que expandiu o teto de gastos em R$ 145 bilhões. Aliados afirmavam que a demora para a tramitação do texto se dava pela falta de clareza sobre quem ocuparia a pasta.
Lula anuncia nomes dos primeiros ministros no CCBBRafaela Felicciano/Metrópoles
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito, anuncia primeiros ministrosRafaela Felicciano/Metrópoles
Flávio Dino foi anunciado como ministro da Justiça por LulaRafaela Felicciano/Metrópoles
Não foram anunciados todos os nomes que comandarão a EsplanadaRafaela Felicciano/Metrópoles
Mercadante participa do anúncio dos primeiros ministros do governo LulaRafaela Felicciano/Metrópoles
Geraldo Alckmin e José Mucio se cumprimentamRafaela Felicciano/Metrópoles
Fernando Haddad, ministro da Fazenda de LulaRafaela Felicciano/Metrópoles
Rui Costa (E), chefe da Casa Civil de Lula, e José Múcio, da DefesaRafaela Felicciano/Metrópoles
Rui Costa, chefe da Casa Civil de LulaRafaela Felicciano/Metrópoles
José Múcio Monteiro, ministro da DefesaRafaela Felicciano/Metrópoles
Fernando Haddad e Flávio DinoRafaela Felicciano/Metrópoles
“Não acredito em dificuldade na Câmara. Terei as conversas necessárias para aprovar como no Senado. Essa PEC é para fazer reparo no governo Bolsonaro e trazer o mínimo necessário para pessoas necessitadas, saúde, farmácia popular e começar a cuidar do povo brasileiro”, disse Lula.
Outro setor que vinha causando problemas é a Defesa, pasta que será ocupada pelo ex-ministro do TCU José Mucio Monteiro. A oficialização desse nome tem como objetivo aproximar o governo eleito dos militares – grupo social que integra a base de apoio de Bolsonaro, presidente não reeleito, e é pressionado por manifestantes acampados em frente a quartéis a dar um golpe para evitar a posse de Lula.
O golpismo não faz sucesso entre os oficiais da ativa, mas o anúncio do ministro da Defesa, que virá acompanhado dos nomes dos futuros comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, tem o objetivo de desmobilizar quem insiste nas ideias antidemocráticas, seja dentro das Forças Armadas, nas redes sociais ou nas ruas.
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