Lula desiste de Maduro em posse; cerimônia terá recorde de líderes mundiais – UOL Confere

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Jamil Chade é correspondente na Europa há duas décadas e tem seu escritório na sede da ONU em Genebra. Com passagens por mais de 70 países, o jornalista paulistano também faz parte de uma rede de especialistas no combate à corrupção da entidade Transparência Internacional, foi presidente da Associação da Imprensa Estrangeira na Suíça e contribui regularmente com veículos internacionais como BBC, CNN, CCTV, Al Jazeera, France24, La Sexta e outros. Vivendo na Suíça desde o ano 2000, Chade é autor de cinco livros, dois dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti. Entre os prêmios recebidos, o jornalista foi eleito duas vezes como o melhor correspondente brasileiro no exterior pela entidade Comunique-se.
Colunista do UOL
23/12/2022 04h00
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, não estará presente quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumir a Presidência do Brasil, em 1º de janeiro de 2023. O venezuelano já foi informado e, segundo fontes no Itamaraty, entendeu a situação vivida pelo petista. Mesmo assim, a posse do novo presidente brasileiro terá uma presença recorde de líderes estrangeiros, com cerca de 30 personalidades já confirmadas.
O objetivo de Lula era de garantir que toda a América do Sul estivesse em sua posse, um simbólico retorno do protagonismo brasileiro na região. Até a noite de ontem, praticamente todos os presidentes dos países vizinhos tinham confirmado presença. O Peru, que vive uma crise institucional, não sinalizou ainda como estaria representado.

O que está por trás da ausência de Maduro
Como Maduro reagiu? Segundo fontes diplomáticas, Maduro demonstrou que entendia a situação. Em Caracas, a expectativa é de que a chegada de Lula restabeleça a relação institucional e que as embaixadas e consulados brasileiros em território venezuelano sejam reabertos.
Em seu documento publicado na quinta-feira, a equipe de transição do governo Lula criticou o isolamento estabelecido por Bolsonaro contra Maduro.
Ao adotar uma vertente ideológica para o debate regional e tentar isolar o governo venezuelano, Bolsonaro teria transformado a América do Sul em um campo de enfrentamento entre potências, cada qual buscando sua hegemonia na região.
“Ao apostar no isolamento da Venezuela, o Brasil cometeu erro estratégico de transformar a América do Sul em palco da disputa geopolítica entre EUA, Rússia e China. De catalisador de processos de integração, o país passou a ser fator de instabilidade regional”, constatou.
Presença estrangeira quer blindar a posse. Apesar da incapacidade de voltar a reunir toda a América do Sul, a posse de Lula entrará para a história democrática do país como a cerimônia com o maior número de líderes estrangeiros. Segundo pessoas que trabalham na operação protocolar, cerca de 30 presidentes e chefes de governo já confirmaram presença, além de ministros e enviados especiais.
O número, mesmo se não crescer mais, representará uma presença três vezes maior que a participação de líderes estrangeiros na posse de Jair Bolsonaro. Naquele momento, expoentes da extrema direita, como o húngaro Viktor Orban, estiveram presentes.
Desta vez, a presença estrangeira tem como meta blindar a posse, sinalizar o reconhecimento internacional do processo eleitoral brasileiro e mandar um recado de condenação a qualquer tentativa de ruptura institucional no país.
Da Europa já estão confirmados o rei da Espanha e os presidentes de Portugal e da Alemanha, cada qual com uma delegação importante de ministros.
No caso dos EUA, a Casa Branca designou a secretária do Departamento de Interiores dos Estados Unidos, Deb Haaland, como chefe da missão. No ano passado, a reportagem do UOL pode entrar numa reunião promovida por Haaland com representantes indígenas brasileiras, entre elas Sônia Guajajara. Naquele momento, a americana coletava informações sobre os ataques contra os povos tradicionais brasileiros por parte de Jair Bolsonaro.
O grupo ainda conta com o encarregado de Negócios da embaixada americana em Brasília, Douglas Koneff e o assistente especial do presidente americano de e diretor sênior dos Assuntos do Hemisfério Ocidental, do Conselho de Segurança Nacional. Joe Biden, porém, não estará presente.
A equipe de protocolo do Itamaraty indicou que, nos próximos dias, novos nomes devem ser confirmados. A presença estrangeira ainda conta com líderes africanos, asiáticos e do Oriente Médio.
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