Lula enfrentará dificuldades para repetir política externa dos mandatos anteriores – Yahoo Noticias

0
48

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Recordista de viagens ao exterior entre ex-presidentes, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá retomar a política externa que chamou a atenção da comunidade internacional de 2003 a 2010. Mas, no terceiro mandato, repetir esse desempenho será mais difícil, devido a um cenário internacional bem distinto.
A Guerra da Ucrânia e a polarização entre EUA e China tornam os vetores de conflito maiores que os de cooperação. Paralelamente, o temor de uma recessão global e os impactos econômicos intensificados pela guerra na Europa, iniciada há dez meses, dificultam a construção de novas parcerias no curto prazo.
É num contexto geopolítico complexo que o presidente eleito tentará recuperar a imagem do Brasil após a gestão de Jair Bolsonaro (PL), ao mesmo tempo em que buscará retomar as relações com países desprezados por seu adversário e com órgãos de integração regional dos quais o país abriu mão, caso da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), da qual o Brasil se retirou formalmente em 2019.
"Na política ativa, que marcou os primeiros mandatos de Lula e que deverá ser retomada, há iniciativas em todos os tabuleiros. O país não fica restrito a um só tipo de jogo e procura ganhos em toda parte", diz o embaixador Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente na gestão de Itamar Franco e conselheiro emérito do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri). "Essa política ajuda a diversificar mercados, algo importante num momento de redução no nível de crescimento global."
Lula fez 157 viagens para encontros bilaterais durante os dois primeiros mandatos, o que representa média de 19,6 viagens por ano, de acordo com levantamento realizado pelo professor de relações internacionais da Universidade Federal de Pernambuco Rafael Mesquita. Argentina e Venezuela, países vizinhos, ficaram no topo dos mais visitados —foram dez passagens por cada um.
O líder petista visitou 79 países para estreitar vínculos bilaterais, numa política externa que ficou marcada pela valorização do entorno regional. Das sete nações mais visitadas, seis são sul-americanas. A política Sul-Sul abraçou também nações africanas: foram 28 viagens para países do continente.
Os números são expressivamente maiores que os do atual presidente, por outro lado prejudicado pelas restrições impostas pela pandemia de coronavírus. Bolsonaro fez 22 viagens para encontros bilaterais durante o seu mandato, o que representa média de 5,5 por ano, concentrando os itinerários em nações alinhadas ideologicamente à sua agenda pessoal, casos de Hungria e Israel.
A política externa do presidente eleito terá de se adequar a um novo arranjo geopolítico. Nos mandatos anteriores, enquanto os países que formam o Brics —além do Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul— despontavam apenas como promessas, os EUA exerciam hegemonia política com capacidade de agir unilateralmente em temas sensíveis. Não é mais assim, em especial em relação a Washington.
A crise financeira de 2008, que estourou nos EUA e provocou recessão global, foi importante para a ascensão da China, país que hoje protagoniza embates com Washington na Guerra Fria 2.0.
Em um mundo não mais dominado pelos americanos e hoje com alguns centros de poder, surgem mais possibilidades de criar alianças e barganhar de maneira a obter vantagens comerciais e políticas, afirma Lucas Leite, professor de relações internacionais da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado).
"Isso poderia ter acontecido no caso do leilão do 5G no Brasil, mas não vimos", diz ele. O gigante chinês Huawei não participou do leilão da Agência Nacional de Telecomunicações para exploração do serviço no Brasil no ano passado, durante o governo Bolsonaro, aliado do então presidente dos EUA Donald Trump.
Se por um lado o Brasil pode negociar em condições mais favoráveis, por outro, com a disputa entre as superpotências, a meta da diplomacia brasileira deverá ser menos ambiciosa, diz Pedro Feliú, professor do Instituto de Relações Internacionais da USP. "Hoje, por exemplo, existe uma competição mais acirrada na África entre EUA e China, o que dá menos espaço para o Brasil ganhar projeção no continente", afirma.
Foi numa tentativa de estreitar os laços diplomáticos e conter o avanço da influência chinesa sobre a África que Biden recebeu neste mês dezenas de líderes do continente em Washington. É também nesse contexto que a América do Sul voltou a ser alvo dos interesses americanos, já que, após o 11 de Setembro e o início da chamada Guerra ao Terror, em que os EUA passaram a priorizar ações e investimentos no Oriente Médio, a América Latina ficou fora do radar econômico da Casa Branca.
Ainda nos três primeiros meses de governo, Lula deverá visitar EUA e China, e, para Feliú, a proximidade das viagens representa uma sinalização de que o Brasil permanecerá neutro na disputa. Além das superpotências, Lula tem viagem marcada à Argentina, durante a qual se reunirá com o presidente Alberto Fernández e participará da Cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos).
Na esteira da estratégia de fortalecer a diplomacia no entorno regional, Mauro Vieira, futuro chanceler, afirmou que as relações com a Venezuela, rompidas em 2019, serão restabelecidas no primeiro dia da gestão do petista. "Houve um baita investimento brasileiro na Venezuela. O Brasil ficou 15 anos investindo na relação bilateral e de repente rompe a relação diplomática? Isso não faz sentido", diz o professor.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A senadora Simone Tebet (MDB-MS) terá à frente do Ministério do Planejamento e Orçamento poder para influenciar discussões cruciais no futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre elas a nova regra fiscal que vai substituir o atual teto de gastos. Pessoas próximas à senadora afirmam que essa é uma reforma natural para a equipe do Planejamento. A futura ministra também está sendo aconselhada a adotar como carro-chefe de sua pasta a avaliação permanente de po
O advogado criminalista Augusto Botelho (PSB), 45 anos, escolhido para ocupar o cargo
A Advocacia-Geral da União (AGU) abriu um concurso com cem vagas (75 para ampla concorrência, cinco…
Das suspeitas, duas foram confirmadas. A primeira surgiu na tarde de sexta-feira (23) e a mais recente foi nesta terça-feira (27).
Quem é fã de "Big Brother Brasil" já deve estar na contagem regressiva para a estreia do programa…
Equipamentos visam reforçar a defesa da Polónia e serão lançados no espaço até 2027.
Comandantes das Forças Armadas de Colômbia e Equador concordaram nesta quarta-feira em "unir esforços" para enfrentar o narcotráfico e o crime na fronteira, após uma reunião na cidade colombiana de Ipiales.
No final do século 19 e início do século 20, a Alemanha se tornou um império, mas as falhas e erros do Reich levaram à Primeira Guerra Mundial.
SÃO PAULO (Reuters) – A equipe de transição para a área de minas e energia recomendou que o governo eleito avalie postergar a descotização das usinas hidrelétricas da Eletrobras, um processo que começa em 2023, devido a potenciais impactos nas tarifas de energia elétrica. Para alterar seus contratos via descotização e renovar as concessões de hidrelétricas, a Eletrobras pagou à União 26,6 bilhões de reais em bônus de outorga após a privatização, o que pode levantar questionamentos jurídicos, cas
Um americano teve seis bilhetes premiados na loteria de uma só vez e atribuiu à sua intuição a…
Corpo de Bombeiros foi chamado para controlar as chamas e as causas do incêndio serão apuradas
Dois prédios de frente para a orla com vagas quase esgotadas para o Réveillon. Quem pensa que isso…
A bicicleta ergométrica é um equipamento destinado ao exercício físico em ambiente fechado,…
Dois casos eram reais; no total, foram 12 registros no Distrito Federal em 2022
A Sérvia enviou tropas para a fronteira com o Kosovo, num contexto de fortes tensões entre a minoria sérvia e a maioria albanesa do Kosovo.
Uma série de mistérios envolve a mudança da holandesa Britt Blom Inacio de São Paulo para o Rio de…
ONU lança apelo aos talibãs para que revertam a decisão de impedir as mulheres de terem acesso às universidades.
Com habilidade nas mãos e entusiasmo infantil, Danny Cortes recria em miniatura cenas cotidianas das ruas da Nova York em que cresceu. O que começou como um simples passatempo, se transformou em reconhecimento no mundo do hip hop e em vendas lucrativas, inclusive na famosa casa de leilões Sotheby's.
Aos 41 anos, ela e os filhos — uma moça de 22 anos e um rapaz de 20, mas com mentalidade e aparência de crianças — só conhecem o mar pela TV. Outro desejo da lista para 2023 é conseguir escola para eles.
Brasileiros esqueceram quase R$ 348 milhões em prêmios de loteria não resgatados em 2022. O…

source

Leave a reply