Lula recebe documento que propõe 12 mudanças na Caixa – Poder360

Relatório foi entregue pela ex-presidente da estatal Maria Fernanda Coelho, cotada para comandar a empresa
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu um documento que propõe 12 mudanças nas diretrizes da Caixa Econômica Federal. O relatório foi entregue pela ex-presidente da estatal Maria Fernanda Coelho, que é cotada para comandar novamente o banco. Eis a íntegra (850 KB).
O texto é do Comitê Popular de Luta em Defesa da Caixa que analisou 330 propostas recebidas por funcionários da estatal e aposentados. O comitê foi formado em maio de 2022, e abriu uma consulta para sugestões de trabalhadores depois da vitória do petista nas eleições.
Maria Fernanda Coelho comandou o banco de 2006 a 2011. O relatório disse que há carência de moradia digna no Brasil e citou dados da Fundação João Pinheiro, de 2019, que registraram deficit habitacional de 5,9 milhões de domicílios.
O documento defendeu que a mudança de governo em 2016 fez com que o Minha Casa Minha Vida fosse reduzido “drasticamente”. Em 2023, o Projeto de Lei Orçamentário Anual estabelece gastos de R$ 82,3 milhões para habitação. Classificou o valor como “insignificante” para o desafio social.
O comitê defende retorno dos investimentos para mais operações do programa Minha Casa Minha Vida, principalmente para os cidadãos que apresentarem uma renda máxima de R$ 1.800 mensais.
O documento diz que é preciso ampliar o crédito às pessoas de baixa renda e renegociar as dívidas das famílias do programa Minha Casa Minha Vida.
Defende que é preciso instituir unidade de negócios para atuar na renegociação de dívidas das famílias e recuperar créditos inadimplentes. Defendeu que a equipe econômica de Lula mude regras do CMN (Conselho Monetário Nacional) para utilizar recursos do depósito compulsório para potencializar o crédito.
O comitê afirmou que a Caixa precisa mudar regras do crédito consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família. Declarou que há um risco “inegável” quanto ao prejuízo na condição das famílias que terão redução no valor do benefício e tornando ainda mais crítica a insegurança alimentar e sobrevivência da população.
Para o relatório, a Caixa deveria ainda criar novas linhas de crédito para financiar pequenos agricultores, como da agricultura orgânica e familiar. Disse que as modalidades de empréstimos podem estar vinculadas a um programa emergencial de combate à fome. Defende que a Caixa implemente ações para fomentar o cooperativismo e associativismo como “meio de produção de alimentos”. “Além de combater a fome extrema, é um meio de desenvolvimento social e aumento de capital das famílias, consequentemente levando dinamismo à economia”, declarou.
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