Lula teve de se equilibrar entre aliados e exigências para montar equipe – VEJA

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Reportagem de VEJA desta semana mostra como o presidente Lula, ainda nos primeiros dias de governo, enfrentou um bate-cabeça entre o núcleo duro do governo com informações desencontradas e contraditórias envolvendo a sua recém-formada equipe. O resultado reflete uma montagem ministerial cuja costura por uma frente ampla acabou abrigando uma diversidade de pensamento, posições e declarações que resultou em muita confusão na largada.
O resultado final do time de 37 ministros foi alcançado após uma série de mudanças para o presidente conseguir, ao mesmo tempo, emplacar aliados e ampliar a sua base de apoio partidário. Não foi fácil. Com menor espaço no governo em relação aos outros dois mandatos, o PT teve de passar um xadrez ministerial alterado até a última hora. Exemplo disso envolve o novo ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.
Em dezembro, todos davam como certa a ida do deputado paulista para o Ministério das Comunicações. O problema foi que, na reta final, o União Brasil, partido que emplacou o ex-governador Waldez Góes na Integração e a Daniela do Waguinho no Turismo, passou a cobrar por mais espaço para apoiar o governo petista – e foi atendido. A pasta antes prevista para Teixeira acabou sendo remanejada para o desconhecido deputado maranhense Juscelino Filho.
Começava, aí, um novo problema. A ida de Teixeira para o Executivo também era certeira porque, assim, abriria uma vaga na Câmara dos Deputados para Orlando Silva (PCdoB-SP), fiel aliado de Lula que não conseguiu se eleger neste ano e estava na fila de suplentes. Acabou, então, restando o Desenvolvimento Agrário ao petista, e Silva vai reassumir a função de deputado.
Para entrar na base governista, o MDB cobrou três ministérios – e não poderia ser qualquer um. O partido fazia questão de uma pasta que trouxesse ativos políticos e eleitorais. Simone Tebet, que sonhava em comandar o Desenvolvimento Social, pasta responsável pelo Bolsa Família e por ações de forte componente popular, acabou sendo alocada no Planejamento. Afinal, seria dar protagonismo demais para uma figura que sequer pertence ao partido e que, se sair bem sucedida, pode virar adversária em 2026.
Em compensação, o Ministério das Cidades, responsável por obras como o Minha Casa, Minha Vida, foi entregue a Jader Filho – a pasta era a menina dos olhos de Márcio França (PSB), que acabou tendo de ficar com o Ministério de Portos e Aeroportos. O novo ministro das Cidades jamais exerceu qualquer mandato, mas chegou a uma das mais disputadas pastas graças ao berço: é filho do senador Jader Barbalho e irmão do governador do Pará, Helder Barbalho, representantes das mais poderosas forças dentro do partido. O resto é detalhe.
Além disso, o PT já se vê em meio a disputas internas. A indicação da ex-presidente da Fiocruz Nísia Trindade para o Ministério da Saúde está longe de ser uma unanimidade. Integrantes do partido sonhavam em comandar a pasta ou indicar aliados ao posto, mas afirmam que houve uma interferência direta do novo chefe da articulação política, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, para manter influência no cargo. Por isso, essa ala da legenda já se dedica a desancar a nova ministra.
A análise desse grupo é a de que, por não ser médica nem filiada ao PT, há um risco de a ex-presidente da Fiocruz distanciar o Ministério da Saúde das políticas públicas defendidas historicamente pelo partido. Pura intriga– e que, ao que tudo indica, apenas a primeira de muitas.
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