Mais de 18 anos depois, Brasil reencontra Luis Suárez – Diário Popular

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23/01/2023 19:16
Foto: Carlos Queiroz – DP – Luisito tinha 17 anos e sequer havia estreado profissionalmente (veja mais fotos ao fim do texto)
Por Gustavo Pereira e Fernando Rascado
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Quase duas décadas se passaram desde que Luis Suárez pisou no Bento Freitas. O uruguaio sequer havia estreado como profissional na noite daquele 7 de setembro de 2004, quando, aos 17 anos, marcou o gol de honra do Nacional na derrota por 3 a 1 para o Brasil. O amistoso festivo na Baixada celebrava o aniversário do Xavante e o então recente título da Segundona Gaúcha, sob comando justamente de Rogério Zimmermann.

O reencontro entre o Rubro-Negro e o Pistolero acontece às 21h30min desta quarta (25), na Arena do Grêmio, pela segunda rodada do Gauchão. Luisito hoje dispensa qualquer apresentação. É o quinto maior artilheiro do mundo em atividade, com 532 tentos anotados em partidas oficiais na carreira. Disputou quatro Copas pela seleção de seu país, da qual é o recordista histórico de gols: 68 em 137 jogos.

O registro do DP

Em matéria assinada por Sérgio Cabral, o Diário Popular repercutiu o amistoso na edição de 9 de setembro de 2004. O texto destaca a presença de cerca de 2,5 mil torcedores para acompanhar o evento, que também comemorou os 25 anos da torcida Garra Xavante. A Banda Musical do Colégio Gonzaga fez uma apresentação especial, e fogos de artifício subiram ao céu pelotense.

Em bom momento naquele ano, afinal já havia garantido o retorno à elite gaúcha e vencido o Torneio da Paz, um Citadino contra Farroupilha e Pelotas, o Xavante de Rogério Zimmermann levou a melhor com gols de Silvano (de pênalti) e Tiago Rodrigues, este duas vezes. Ao pegar rebote de chute na trave, Suárez descontou, apenas empurrando para as redes dentro da pequena área.

O fotojornalista do DP, Carlos Queiroz, cobriu o jogo festivo no Bento Freitas. Ele recorda que Cabral, à época, o pediu que fizesse registros do promissor atacante do Bolso. Dois anos mais tarde, aos 19, Luisito acabou vendido ao Groningen, da Holanda. Depois, foi para Ajax, Liverpool, Barcelona e Atlético de Madrid antes de desembarcar, agora, em Porto Alegre, com 36 anos.

O protagonista era Tiago Rodrigues

Comandado pelo técnico Wilmar Cabrera, o Nacional mandou a Pelotas uma equipe cheia de garotos. Portanto, o impacto não era tão grande. Ao DP, o torcedor rubro-negro Marcelo Barboza relembra o contexto do amistoso e enfatiza: a principal atração do momento era um garoto que emergia no Brasil.

“Eu já não morava mais em Pelotas e não fui ao jogo, mas lembro de ter ouvido via internet. Foi um jogo sem muito alarde, apesar de ser o Nacional. Eles vieram com um time com vários jovens, mesclados com jogadores titulares e reservas. Vieram colocar as faixas de campeão da Divisão de Acesso de 2004”, recorda.

Barboza também lembra que Tiago Rodrigues, então com 18 anos, foi o autor do gol de ouro no Bra-Pel do Torneio da Paz, em fevereiro daquele ano, quando o Xavante ergueu a taça na Boca do Lobo. “Torcida tinha muita expectativa nele. O craque, naquela noite, era o Tiago. Luisito veio a passeio”, completa o torcedor.

O ano do retorno à elite

Antes de enfrentar o Nacional em partida amistosa, o Brasil precisou disputar a Segundona Estadual durante o primeiro semestre de 2004. Com jogadores históricos no clube como Michel Alves, Marcos Tora, Silvera e Silvano, além de Claudio Milar, o Xavante chegou ao quadrangular final ao lado de Farroupilha, Sapiranga e Brasil de Farroupilha.

Na Divisão de Acesso daquele ano, Milar começou a escrever sua história de ídolo do Brasil, sendo o artilheiro da competição e o melhor jogador da equipe. O Rubro-Negro conquistou o acesso como campeão. Na última rodada aconteceu o clássico Bra-Far histórico, no Nicolau Fico, em que o Brasil perdeu por 2 a 1 e com isso o Farrapo subiu como vice-campeão.

Depois de garantir a vaga na primeira divisão, Milar foi jogar no futebol polonês. A base que confirmou o título do Acesso permaneceu, e o clube disputou a Copa do Rio Grande, mas acabou caindo na primeira fase.

07/09/2004
Ficha técnica

Brasil (3): Giovane; Júlio (Ismael), Paulo Roberto, Joel (Nato) e Marquinhos; Careca (Régis), Paulinho (Neuri), Silvera (Muller) e Marcos Tora; Diego Ávila e Silvano (Tiago Rodrigues). Técnico: Rogério Zimmermann.

Nacional (1): Burián; Andrich, Franco (Nicolas), Rodríguez (Victor Ducca) e Velasquez (Pablo); Gabriel, Alberto Silva, Juan Molina (Matias Molina) e Andres Marquez; Cesar Goyen (Pablo Alvarez) e Luis Suárez. Técnico: Wilmar Cabrera.

Árbitro: Eder Barreto.
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