Márquez: "MotoGP não pode ser como F1, onde o carro é mais importante que o piloto" – UOL

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Nos últimos anos, a MotoGP tem visto um maior desenvolvimento na aerodinâmica e nos dispositivos de altura das motos, que tem provocado debates sobre a segurança e se agregam algum valor ao espetáculo. A partir de 2023, será proibido dispositivos de altura na parte frontal, uma medida que a Ducati considerou antidesportiva quando foi acordada pelos fabricantes.
Em uma grande e exclusiva entrevista concedida por Marc Márquez ao Motorsport.com, o seis vezes campeão do mundo de MotoGP, revê a atual ordem competitiva do campeonato. Ao fazê-lo, Márquez revelou que havia levantado preocupações com o comitê de segurança da MotoGP de que a categoria corre o risco de seguir em uma direção onde os pilotos são capazes de fazer menos diferença, em comparação com o que ele vê agora na F1. 
“Os pilotos no topo são sempre os mais rápidos”, disse o piloto da Honda quando perguntado se os atuais líderes da MotoGP são uma verdadeira ameaça. É certo que agora, ou com o passar dos anos, cada vez mais a moto parece ter mais importância que o piloto.”
“Até hoje, no entanto, o piloto é mais importante – ou é nisso que quero acreditar. Mas, cada vez mais, você depende do que tem porque se não tiver uma moto [competitiva] não pode fazer nada”, avalia o espanhol. 
“Não é como na Fórmula 1, onde está no outro extremo, mas vamos por esse caminho e é preciso ter cuidado”, alertou. “Eu já falei em algumas comissões de segurança: ‘caras, é preciso ter cuidado porque no fim, é preciso sustentar que os pilotos são mais importantes que as motos'”, disse em referência às reuniões que os pilotos realizam nas tardes de sextas-feiras durante os fins de semana de GP. 
“É assim, e com as motos atuais os mais rápidos são os que estão em cima que este ano tem sido Enea Bastianini, Pecco Bagnaia, Fabio Quartararo, Aleix Espargaró. Veremos no futuro se poderemos lutar com eles.”
Marc Marquez, Repsol Honda Team
Photo by: Gold and Goose / Motorsport Images
Márquez, que em julho se submeteu a uma quarta operação no braço direito lesionado em 2020 e que, no total, o fez perder seis corridas este ano, explicou que as motos na MotoGP, com todos os últimos avanços introduzidos, são cada vez “menos manuais”, o que tem proporcionado uma igualdade muito mais acirrada.
“O que acontece agora é que está tudo mais igualado, porque o limite é a moto”, assinala. “É certo que antes entre a moto oficial e a satélite, a diferença era maior. Agora não há diferença. As equipes satélites têm motos oficiais. Portanto, todo mundo tem as ferramentas para serem competitivos.”
“Antes de chegar ao MotoGP, quando você engatou a quarta marcha em linha reta, você não acelerou, porque você brincou com a roda, com o freio traseiro, com o torque , com a posição do corpo. Agora, você sai e já em segunda e terceira marcha com o holeshot [aparelho] e com a aerodinâmica, você tem todo o torque e está dentro da carenagem como em um Moto3”.
“Os pilotos agora podem fazer menos coisas. Antes as motos eram mais manuais e você tinha que ‘jogar’ com muito mais coisas. Por isso, tudo está mais igual agora porque se você tem que fazer mais coisas, você vai cometer mais erros e é mais difícil tirar proveito de toda a moto. Se tiver que fazer menos coisas, o limite está ali e é mais fácil”, argumenta. 
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