Marquinhos tem vitória parcial, mas polícia ainda investiga 3 casos – Correio do Estado

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Cidades
ASSÉDIO SEXUAL
Ex-prefeito conseguiu trancar investigação policial com relação a supostas vítimas; inquérito pode ser prorrogado
06/10/2022 09h30
Daiany Albuquerque
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Ex-prefeito Marquinhos Trad é investigado pela Deam por assédio sexual, tentativa de estupro e favorecimento à prostituição – GERSON OLIVEIRA
O ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD) conseguiu uma vitória parcial na Justiça de Mato Grosso do Sul. Na terça-feira (4), a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) concedeu o habeas corpus que pediu o trancamento do inquérito policial em relação a três vítimas.
No entanto, o político ainda é investigado por outros três casos, segundo a própria defesa de Trad.
Marquinhos Trad foi denunciado por 16 mulheres por assédio sexual, tentativa de estupro e favorecimento à prostituição, entretanto, no mês passado, a defesa do ex-prefeito já havia conseguido desqualificar como vítima 10 mulheres no caso, restando ainda seis em investigação.
Os primeiros seis casos a serem trancados teriam ocorrido há mais tempo, quando Marquinhos Trad era deputado estadual, por isso, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) entendeu que eles já estavam prescritos.
O entendimento foi acompanhado pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, substituta na 3ª Vara Criminal.
Ainda em setembro, a juíza Eucelia Moreira Cassal se manifestou pelo arquivamento de outros quatro casos investigados.
Já nesta terça-feira, a defesa conseguiu sua terceira “vitória”. Segundo o relator do habeas corpus, desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva, da 3ª Câmara Criminal do TJMS, o relato de três mulheres que se disseram vítimas do ex-prefeito não configurou crime.
Sobre a primeira delas, que disse ter recebido mensagem do ex-prefeito dizendo “Quer ser minha?”, após ter ido ao seu gabinete pedir emprego, o desembargador afirma que apenas a tentativa de relação sexual não configurou assédio porque, ao receber resposta negativa, Marquinhos não teria tentado novamente.
“Resta cristalino que, inobstante na percepção de [o nome da vítima será preservado] o paciente tenha expressado uma intenção libidinosa, o que não se discute, o fato é que nenhuma conduta que possa configurar qualquer ato libidinoso, mesmo na forma tentada, foi posta em prática. Mesmo no que toca às mensagens posteriormente remetidas via aplicativo de celular, pelas quais resta clara a efetiva intenção libidinosa, ao receber a resposta firme em sentido contrário, o paciente recuou, sem qualquer insistência. Diante de tais fundamentos, conclui-se que a conduta do paciente em relação a [vítima], conforme as declarações por ela prestadas, e acima transcritas, é penalmente atípica”, afirma o desembargador. 
Em relação a outras duas denunciantes, o desembargador alega que não houve coação para a prática sexual em troca de cargos, uma vez que as mulheres afirmaram ter mantido relações sexuais consensuais com o ex-prefeito.
Outro ponto que o relator também ponderá é a denúncia de favorecimento à prostituição. Bonassini frisa que a prostituição em si não é considerada um crime, e que neste ano o ex-prefeito não estaria na posição de exploração da prática de prostituição, e sim utilizando o serviço das jovens.
“O primeiro ponto a ser destacado na análise da tipificação do delito de favorecimento à prostituição ou outra forma de exploração sexual, previsto pelo artigo 228 do Código Penal, é o de que a prostituição, em si, não é prevista como crime. É, sim, uma atividade lícita, desde que praticada voluntariamente por pessoas maiores e capazes. O que a lei pune é a exploração da pessoa que pratica atos de prostituição, de qualquer forma”, diz o desembargador em sua decisão. 
“Outro ponto de fundamental importância reside no fato de a doutrina pátria definir que referido delito destina-se, precipuamente, à punição das pessoas que exploram a prostituição de terceiros, e não daquelas que se prostituem ou de quem se utiliza dos préstimos sexuais destas para a satisfação da própria lascívia”, completou Bonassini. 
Após todo este exposto, o desembargador votou pelo trancamento destas três investigações que ainda estavam com a Polícia Civil. O voto foi acompanhado por unanimidade pela 3ª Câmara Criminal do TJMS.
“O prosseguimento das investigações nessa esfera contra o mesmo, exclusivamente, não a outras pessoas eventualmente envolvidas, e apenas em relação aos fatos extraídos das declarações constantes dos termos acima analisados, constitui constrangimento ilegal, sanável via habeas corpus, de maneira que, acatando o pedido formulado pela inicial, e em atenção ao Princípio da Legalidade, insculpido no inciso XXXIX do art. 5º da Constituição Federal, voto pela concessão da presente ordem, determinando o trancamento do Inquérito Policial nº 3007/2022, que tramita na 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Campo Grande, em relação a tais fatos”, concluiu.
O MPMS pode recorrer da decisão, mas o órgão ainda não se manifestou sobre a questão. 
Apesar dessa vitória, pelo menos mais três casos ainda seguem em análise na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), com a delegada Maíra Pacheco.
O número foi confirmado pela advogada de Marquinhos Trad, Andréa Flores, ao Correio do Estado. Ainda segundo ela, para esses outros casos em que o ex-prefeito ainda é apontado como possível agressor sexual, um novo habeas corpus foi ingressado, mas ainda não houve resultado.
A Polícia Civil tem até o dia 18 deste mês para concluir o inquérito contra o ex-prefeito, no entanto, como há um feriado na semana que vem e há esse HC para ser julgado, a Deam já trabalha com a possibilidade de um novo pedido de dilatação do prazo.
O caso segue sendo investigado em segredo de Justiça.
O ex-prefeito ainda não foi ouvido pela Deam no bojo das investigações, isso porque, na data em que a delegacia havia programado para Marquinhos Trad ser ouvido, ele não compareceu, alegando não ter sido intimado. 
Como foi candidato ao governo do Estado, Marquinhos Trad solicitou que o depoimento ocorresse após o pleito eleitoral. Apesar de estar fora do segundo turno, ainda não há nova data da oitiva.
O ex-prefeito Marquinhos Trad alega ser inocente das acusações de assédio sexual, tentativa de estupro e favorecimento à prostituição. Ele, no entanto, confessou ter mantido relações sexuais consentidas com duas das supostas vítimas.
SOLIDARIEDADE
Compatibilidade de medula óssea no Brasil é de 1 em 100 mil e no mundo de 1 em 1 milhão
06/10/2022 10h30
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Estado tem 186 mil doadores de medula óssea cadastrados no REDOME
Dados divulgados pelo Hemocentro Coordenador de Mato Grosso do Sul (Hemosul) apontam que 45 sul-mato-grossenses doaram medula óssea para brasileiros e estrangeiros que necessitavam do procedimento para sobreviver.
Portanto, o Estado contabiliza 45 transplantes de medula ósseas efetivados desde o ano de 2016.
Os transplantes foram bem-sucedidos e os receptores foram curados. O gesto solidário salvou vidas nos Estados Unidos da América (EUA), Turquia, Itália, Alemanha e em alguns estados brasileiros.
De acordo com o Hemosul, os estados e países dos receptores não são divulgados por questão de sigilo e ética. O doador não sabe quem é o receptor e vice-versa.
O Hemosul, esporadicamente, sabe quem é o receptor pois, algumas vezes, o paciente sai de seu estado/país e vem até Mato Grosso do Sul para agradecer pela nova chance de viver.
Nós não somos informados de quais estados e países são os pacientes que recebem a medula óssea, porque é sigiloso, a legislação não permite, nem o paciente fica sabendo”, afirmou a assessoria de imprensa do Hemosul ao Correio do Estado.
Existem 186 mil doadores de medula óssea em Mato Grosso do Sul, cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome Nacional).
Conforme noticiado pelo Correio do Estado, o Hospital Cassems realizou o primeiro transplante de medula óssea de Mato Grosso do Sul. O procedimento representa enorme avanço para a saúde do Estado. 
Mato Grosso do Sul é o 11º estado do país autorizado a realizar o procedimento de alta complexidade.
O dia mundial do doador de medula óssea é celebrado em 17 de setembro. A data foi criada em 2015 pela World Marrow Donor Association (WMDA) e tem como objetivo conscientizar sobre a importância de ser um doador.
Pessoas de 18 a 35 anos podem doar, desde que estejam com boa saúde.
Pessoas que possuem doenças infecciosas, incapacitantes, hematológicas, neoplásicas e imunológicas não podem doar medula.
Pessoas interessadas em doar medula óssea podem procurar o Hemocentro de Campo Grande, localizado na rua Fernando Correa da Costa, 1.304, centro.
Não há risco ou restrições médicas e o doador pode levar a vida normalmente após o procedimento.
A compatibilidade e chance no Brasil é de uma em cem mil e em outro s países é de uma em um milhão.
O doador voluntário de medula óssea é inscrito no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
O procedimento dura 90 minutos e pode ser feito por meio de punção (recolhimento de células-tronco na região da bacia) ou coleta por aférese (doação é realizada através de uma máquina que coleta o sangue direto da veia do doador, após ingestão de medicamento específico).
De acordo com a Rede Hemosul MS, a medula óssea é um tecido líquido encontrado no interior dos ossos e responsável por produzir as células do sangue, ou seja, glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas.
RECONHECIMENTO
Annie Ernaux vem sendo alavancada por publicações cada vez mais populares como “O Lugar”, “Os Anos” e “O Acontecimento”
06/10/2022 09h50
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Nobel de Literatura premia Annie Ernaux, francesa que revolucionou a autoficção
 A vencedora do prêmio Nobel de Literatura deste ano foi a francesa Annie Ernaux, cuja leitura vem sendo alavancada por publicações cada vez mais populares como “O Lugar”, “Os Anos” e “O Acontecimento”.

A editora Fósforo publica a autora no Brasil desde o ano passado –a francesa integrava a primeira leva de publicações da editora, em maio de 202- e a trará ao país como a maior presença confirmada na Festa Literária Internacional de Paraty, no próximo mês.

Ernaux é considerada uma pioneira no estilo da autoficção, um tipo de literatura que se espraia cada vez mais pelo mundo e agora é consagrada pelo Nobel.

Seus livros contam histórias autobiográficas ao mesmo tempo em que refletem sobre o contexto social em que foram escritas -Ernaux era filha de um comerciante pobre na região rural da França e saiu de casa para estudar letras e se formar professora- e sobre o próprio processo de escrever memórias.

No discurso que anunciou a decisão, a Academia Sueca citou uma das mais famosas autodefinições da escritora, que costuma dizer que, em vez de autora de ficção, ela é uma “etnóloga de si mesma”, celebrando sua capacidade de misturar memória pessoal e coletiva.

A Mostra de Cinema de São Paulo também está prestes a apresentar uma outra vertente da autoficção de Ernaux, como cineasta. O documentário “Os Anos Super 8”, que ela dirigiu ao lado do filho David e foi exibido no Festival de Cannes, terá estreia oficial no país no evento, ainda este mês.

O portais de apostas mostravam, nos últimos dias, um panorama com os suspeitos de sempre, como o queniano Ngugi wa Thiong’o, a canadense Anne Carson, o japonês Haruki Murakami, o francês Michel Houellebecq e o anglo-indiano Salman Rushdie.

Outros nomes que vinham ascendendo eram o da guadalupense Maryse Condé e da americana Jamaica Kincaid. Uma destas duas, caso escolhida, seria apenas a segunda mulher na história a vencer o prêmio.

Os últimos anos foram marcados pelas habituais surpresas, com o comitê sueco escolhendo nomes que não eram aventados por quase ninguém e com pouca projeção no Brasil. A coisa muda de figura agora com Ernaux, a 17ª mulher premiada em mais de 120 anos de Nobel.

O tanzaniano Abdulrazak Gurnah, um expoente da literatura pós-colonial que começou a ser publicado no país no primeiro semestre com “Sobrevidas” na Companhia das Letras, era um completo desconhecido por aqui até então.

Em 2020, a poeta americana Louise Glück, também nunca editada por essas terras antes do Nobel, foi a encarregada de desbancar os favoritos da vez. Desde então a mesma editora publicou uma antologia robusta e o livro mais recente da escritora.
 
A escolhas desses autores menos polêmicos encerraram anos atribulados para a Academia Sueca, que viu um escândalo de assédio sexual derrubar seus membros, culminando na suspensão do prêmio de 2018.
 
Em compensação, no ano seguinte foram eleitos dois vencedores, a polonesa Olga Tokarczuk e o austríaco Peter Handke.

A Academia seleciona desde 1901 o vencedor do Nobel de Literatura, numa iniciativa que, no começo, se voltava a promover a cultura escandinava -com algumas interrupções, o prêmio já laureou 119 pessoas.
 
Hoje o escolhido ganha um prêmio de 10 milhões de coroas suecas, ou pouco menos de R$ 5 milhões.
 
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