McLaren elogia proibição da FIA e diz que “Fórmula 1 não pode se tornar esporte político” – Grande Prêmio

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Zak Brown, chefe da McLaren, elogiou a medida recente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) que proíbe manifestações políticas sem aprovação da entidade já a partir da próxima temporada da Fórmula 1. O dirigente acredita que os posicionamentos de pilotos e equipes podem acabar tirando o foco das corridas e levar para assuntos controversos.
“É complicado, né? Porque alguns dos tópicos são realmente bons, alguns são controversos, alguns são polarizadores. Acho que, em geral, queremos ser um esporte que está indo bem. Só precisamos encontrar um equilíbrio aí e não deixar que cada largada seja utilizada para uma nova agenda política para alguém. Não acho que isso seja saudável, pois pode tirar o foco do que as pessoas querem ver, que é uma corrida”, afirmou Brown em entrevista à ESPN.
Nos últimos anos, Lewis Hamilton e Sebastian Vettel foram os pilotos mais incisivos em seus protestos. Hamilton subiu ao pódio no GP da Toscana de 2020 com uma camiseta com os dizeres “Prendam os policiais que mataram Breonna Taylor”, algo que gerou uma mudança de procedimentos. Já Vettel apareceu com camisetas apoiando a causa LGBTQIA+ e mensagens de conscientização ambiental. Para o chefe da McLaren, os posicionamentos ficaram fora de controle e era preciso tomar ação.
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“Fico feliz que a porta esteja aberta para pilotos e equipes conversarem com a FIA se houver algo que eles queiram discutir. Não foi um ‘você não pode fazer isso’. Foi ‘você não pode fazer isso sem a nossa permissão’. Então, pelo menos, a porta está aberta’, disse o chefe da McLaren.
“Todo mundo tem o direito à liberdade de expressão. Ficou fora do controle às vezes com tantas mensagens… isso tira o foco do esporte? Esses pilotos podem fazer isso em seu próprio tempo, então acho que está dentro do direito da Fórmula 1 e a FIA de dizer que este é o código de conduta que esperamos que você siga durante um fim de semana. Você é livre para fazer o que quiser de segunda a sexta-feira, mas obviamente é durante as corridas que os pilotos têm mais câmeras neles”, prosseguiu Zak.
A relação entre esporte e política ficou evidente durante o último mês na Copa do Mundo no Catar. A Alemanha protestou após a FIFA proibir o uso de braçadeiras de apoio à causa LGBQIA+ durante a competição, já que o Catar proíbe taís símbolos e condena a homossexualidade com até três anos de prisão. Brown acredita que a Fórmula 1 precisa se esforçar ao máximo para não se tornar um ambiente político.
“Não tenho certeza se algo desencadeou isso, não sei se foi por conta de ter sido um grande tópico na Copa do Mundo. A política é complicada por natureza. É por isso que eles provavelmente estão, em um nível macro, tentando evitar que a Fórmula 1 se torne um ambiente político para vários tópicos. Mas é ruim se posicionar ou não se posicionar em alguns destes tópicos”, opinou Zak.
Brown também relembrou no exemplo da NFL, quando jogadores da liga de futebol americano começaram a se ajoelhar durante o hino dos Estados Unidos para protestar contra o racismo. O dirigente americano não quer que o esporte desvie seu foco do lado competitivo e que pilotos e equipes respeitem os países onde serão realizadas etapas da Fórmula 1.
“Acho que é isso que estamos tentando evitar, não vamos transformar a Fórmula 1 em um esporte político. Vamos apenas correr e respeitar onde estamos correndo. Não existe algo que satisfaça todos neste mundo de partidos políticos ou agendas políticas, então acho que é uma boa maneira de cada equipe, piloto, carregar seus valores de uma maneira que não seja controversa”, explicou o chefe da McLaren.
“Está se tornando um tema quente em todos esses esportes. Na NFL foi o gesto de se ajoelhar, começou aí. Você tem as braçadeiras no Catar. Acho que essas coisas podem começar a se desviar do esporte, e é aí que precisamos encontrar o equilíbrio certo”, concluiu o americano.
Em 2023, a Fórmula 1 vai visitar o Catar e também retorna para a Arábia Saudita, ditadura com graves relatos de violação de direitos humanos. A preocupação é que a medida imposta pela FIA impeça os pilotos de levantar tópicos de debate importante. A temporada da F1 se inicia no dia 5 de março, com o GP do Bahrein.

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