Menos política e mais Lisboa – Diário de Notícias

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Já não é a primeira vez, e não será com certeza a última, que aqui apelo à necessidade de parar e refletir. É uma espécie de procedimento básico na gestão da vida, seja na esfera profissional ou pessoal. Lisboa é um pouco das duas, isto é, para quem vive e dedica parte significativa do seu tempo a pensar a cidade dificilmente consegue estabelecer fronteiras entre o pessoal e profissional.
A capital de Portugal tem estado inundada nos últimos tempos e não me refiro às terríveis cheias que assolaram várias zonas da cidade. Lisboa tem passado por momentos de enorme demagogia e jogo político, que muito pouco beneficiam os nobres desígnios e urgências desta grande metrópole.
Foi precisamente para promover um espaço de reflexão que o Grupo Municipal do Partido Socialista na Assembleia Municipal de Lisboa (AML) promoveu a 1ª Jornada Municipal. Aconteceu no passado sábado, no Auditório do Centro Cívico Edmundo Pedro, em Alvalade, uma Junta governada pelo partido político que também governa a cidade.
Aí se representaram várias figuras de relevo no panorama político, nacional e internacional, que debateram Lisboa e a atuação política na AML como centro das soluções e decisões para a cidade. O dia começou com “Os desafios das Autarquias em Portugal e na Europa”, tendo depois passado ao “Papel das Autarquias locais na coesão social no atual contexto económico”.
Esta primeira Jornada Municipal procurou a convergência de uma visão nacional e internacional para a capital, com uma abordagem mais ampla e suprapartidária. Os interesses dos cidadãos devem estar acima dos interesses partidários. Por isso pretendeu-se dotar os quadros políticos de visão de governação orientada para a cidadania e para a criação de objetivos com um propósito: unir todos os autarcas à volta de Lisboa enquanto cidade e comunidade.
As áreas de intervenção são bastantes e várias carecem de atenção contínua e urgente. Colocando os cidadãos no centro da política, e olhando a domínios tão diferentes como a habitação, turismo, trabalho, fruição ou lazer, é a única forma de honrar a democracia participativa.
Agora que mais um ano está a chegar ao fim e o Natal está à porta, período de ponderação por natureza, que o executivo da CML avalie bem o modo como pode melhorar o seu modelo de trabalho em equipa, leia-se com a equipa de deputados que compõem a “Casa da Cidadania”.
Para ajudar e inspirar, relembre-se o principal estatuto da AML: “é o órgão representativo do Município de Lisboa dotado de poderes deliberativos, que visa a promoção e salvaguarda dos interesses próprios da respectiva população”. Se isto não é autoexplicativo, não sei o que será.
Votos de um Feliz e Santo Natal.

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