Mercado mostra otimismo ante aposta em Fed mais suave na política monetária – Bloomberg Línea

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Indicadores e discursos de dirigentes do Fed são aguardados para hoje e podem alterar o sentimento dos investidores no decorrer da jornada
Estes são os eventos que orientam os investidores hoje
Barcelona, Espanha — Os investidores mantêm humor positivo da véspera e mostram nesta manhã maior apetite a ativos de risco. Na jornada de hoje, estarão atentos a novos indicadores e discursos de dirigentes de bancos centrais que forneçam pistas sobre o rumo da taxa de juros nos Estados Unidos, Europa e em outras economias globais.
As bolsas europeias operavam com ganhos expressivos, ao redor de 2%, e os futuros de ações nos EUA avançavam mais de 1%, assim como a cotação do bitcoin.
Ao mesmo tempo, o rendimento dos títulos do governo norte-americano com vencimento em 10 anos registrava queda substancial, situando-se mais perto dos 3,6% e dando corpo ao valor nominal destes ativos. Os rendimentos dos bônus alemão e inglês com igual vencimento também recuavam, enquanto o mercado espera mais suavidade por parte dos bancos centrais para evitar uma recessão.
Os contratos de petróleo e de ouro mostram recuperação, enquanto no mercado cambial euro, yen e libra se apreciavam frente ao dólar.
As incertezas no front econômico continuam fomentando grandes oscilações a cada notícia. Após os números fracos da atividade fabril nos Estados Unidos, expressos ontem pelo índice ISM, o mercado passou a considerar a hipótese de uma flexibilização no aperto monetário do Federal Reserve (Fed), estratégia destinada a minimizar o risco de uma recessão. De toda forma, outros indicadores e discursos de dirigentes do Fed são esperados para hoje e podem alterar o sentimento dos investidores e o sinal dos ativos ao longo da jornada.
🇦🇺 Austrália surpreende. O RBA da Austrália cedeu às pressões político-sociais e moderou o ritmo de alta dos juros. Em vez do esperado 0,50 ponto percentual, aplicou nesta madrugada um aumento de 0,25 ponto no custo do dinheiro. A previsão dos analistas era de que haveria um último forte aumento antes de encerrar o ciclo de aperto monetário, que vem afetando um grande número de famílias endividadas com hipotecas no país. Philip Lowe, presidente do BC australiano, reforçou o compromisso de conduzir a inflação à meta. A decisão provocou a maior queda intradiária nos rendimentos dos títulos da dívida do governo com vencimento em 3 anos desde outubro de 2008.
🏭 Atividade em foco. Após o ISM devolver ontem o ânimo aos investidores, embora tenha indicado enfraquecimento do setor manufatureiro, hoje serão monitorados mais números de atividade nos EUA, que podem voltar influenciar as apostas sobre o rumo da política do Fed. Serão analisados os volumes de pedidos de bens duráveis e de encomendas à indústria em agosto. Além disso, o indicador JOLTS mostrará o nível de oferta de postos de trabalho. Dirigentes do Fed também discursam e podem dar pistas sobre a visão do banco central no cenário mais recente. Na Europa, os investidores também tomam nota do discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.
→ Leia também o Breakfast, uma newsletter da Bloomberg Línea: De hoje ao 2º turno: o que o mercado espera
☢️ Ameaças geopolíticas. As atenções também se voltam às ameaças da Rússia contra a Ucrânia, sobretudo as nucleares. Em um momento em que a contra-ofensiva da Ucrânia tem se mostrado eficiente, Vladimir Putin estaria considerando complementar seu arsenal de mísseis e bombas de longo alcance com armas nucleares táticas de menor rendimento. Porém, EUA e Europa ainda não veem sinais conclusivos de que a Rússia estariam se preparando para tais investidas e que ameaças destas natureza seriam retóricas.
No campo geopolítico, outro alerta veio da Coreia do Norte, que disparou um míssil sobre o Japão pela primeira vez em cinco anos. A ação, considerada “desestabilizadora” pelos Estados Unidos, foi condenada também pela Coreia do Sul. O míssil, lançado ontem, caiu no Pacífico a cerca de 3.200km ao leste do Japão, segundo autoridades de Tóquio.
🛰️ Opiniões de Musk. Enquanto os ucranianos retomam seus territórios, Elon Musk fez um tweet de constrangimento à Ucrânia ao sugerir que o país negocie a paz entregando a Crimeia à Rússia. O presidente da Tesla lembrou que os custos da SpaceX para fornecer à Ucrânia a proteção dos satélites Starlink estão em cerca de US$ 80 milhões até agora, mas ressaltou que a empresa é “obviamente” pró-Ucrânia.
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Os mercados esta manhã
As bolsas norte-americanas encerraram o primeiro dia da semana com ganhos de mais de 2%, recuperando-se do fechamento da jornada anterior, que culminou no pior mês de setembro em 20 anos. Dados fracos do setor de manufatura aliviaram as preocupações com o aperto da política monetária pelo Fed. O S&P 500 terminou o dia com cerca de 97% das ações listadas no azul e teve a melhor sessão desde julho.
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Feriados: China e Hong Kong
EUA: Pedidos de Bens Duráveis/Ago, Encomendas à Industria/Ago, Oferta de Empregos-JOLTS/Ago, Índice Redbook, Estoques de Petróleo Bruto Semanal API
Europa: Zona do Euro (Índice de Preços ao Produtor-IPP/Ago); Espanha (Taxa de Desemprego)
Ásia: Japão (PMI de Serviços/Set)
• América Latina: Brasil (IPC-Fipe/Set, Taxa de Juros de Longo Prazo)
Bancos centrais: Decisão sobre juros na Austrália (RBA) e na Nova Zelândia (RBNZ). Discursos de John Williams, Loretta Mester, Mary Daly (Fed), Christine Lagarde (BCE) e Johannes Beermann (Bundesbank)
Quarta: PMI de Serviços da Zona do Euro; EUA (Reunião da Opep, Balança Comercial/Ago, Empregos Privados-ADP/Set)
Quinta: EUA (Pedidos de Seguro Desemprego); Zona do Euro (Vendas no Varejo/Ago); BCE divulga ata da Reunião de Política Monetária. Discursos de Charles Evans, Loretta Mester, Lisa Cook e Christopher Waller (Fed)
Sexta: EUA: (Relatório de Emprego-Payroll/Set, Vendas no Atacado/Ago, Crédito ao Consumidor/Ago); Zona do Euro (Cúpula de Líderes da União Europeia). Pronunciamentos de John Williams (Fed) e David Ramsden (BoE)
(Com informações da Bloomberg News)
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Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 12 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e cursa um mestrado em Digital Business na Esade.
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