Mercedes admite que subestimou porpoising por confiar em 'zero-pod' adotado no Bahrein – Notícia de Fórmula 1 – Grande Prêmio

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O porpoising causado pela volta do efeito-solo à Fórmula 1 pegou as equipes de surpresa ainda na pré-temporada, em fevereiro deste ano, mas depois de ver Lewis Hamilton na liderança do último dia de testes coletivos em Barcelona, a Mercedes jamais imaginou que os quiques a atormentariam tanto ao longo do campeonato. A revelação foi feita pelo diretor de engenharia de pista, Andrew Shovlin.
Ao portal da revista inglesa Autosport, o engenheiro contou que a equipe alemã percebeu no shakedown realizado em Silverstone, uma semana antes do início oficial da pré-temporada, que tinha um problema nas mãos, porém descartou que fosse algo para se preocupar. E tudo isso porque o time de Brackley levou em conta a grande atualização que levaria para o teste final, no Bahrein: o conceito com as entradas de ar estreitas, apelidado de ‘zero-pod’.
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“Em Silverstone, estávamos em meio a uma tempestade — foram as piores condições em que já andamos com um carro, algo que não permitiu um shakedown muito claro”, relembrou Shovlin. “Estávamos andando com um carro muito alto, de qualquer forma, por causa do clima, e era a primeira fez que rodávamos com ele. Barcelona foi, então, uma sobre tentar entender: ‘Como podemos andar com esse carro? Quais são os problemas? Como podemos amenizar o que acontece por causa do porpoising?’”, acrescentou.
“Na ocasião, o melhor que poderia ser feito era erguer o assoalho, abrir mão do desempenho e administrá-lo dessa forma. A questão é que, em Barcelona, pensávamos o seguinte: ‘Não somos os mais rápidos, mas não estamos numa posição ruim’, até porque, esperávamos agregar um bom desempenho com o pacote do Bahrein”, continuou.
No fim de semana em Sakhir, antes da etapa de abertura, a F1 partiu para as últimas sessões de testes coletivos. Foi quando a Mercedes resolveu inovar e apostou numa atualização ousada: um chassi estreito, com entradas de ar verticais, deixando o bólido com sidepods praticamente nulos. O tiro, no entanto, saiu pela culatra. “Quando o instalamos, o porpoising foi para outro nível”, reconheceu Shovlin.
“Boa parte do desempenho que buscávamos não se concretizou, pois tivemos de subir a altura do carro ainda mais. Nesse momento, não conseguíamos mais nos livrar dos quiques”, concluiu o diretor.
Para 2023, a Mercedes já confirmou que vai mexer na arquitetura do carro, embora ainda não tenha afirmado claramente se o ‘zero-pod’ do W13 será abandonado de vez. Tanto o próprio Shovlin quanto o chefe dos prateados, Toto Wollf, reconhecem que há qualidades no modelo adotado para 2022, mas ainda há áreas que precisam ser compreendidas.
Após oito anos de domínio absoluto, a Mercedes se viu empacada como terceira força do grid, dependendo de eventuais problemas de Ferrari e Red Bull para brigar por pódios. A única vitória da temporada veio das mãos de George Russell, em Interlagos, enquanto Lewis Hamilton passou em branco pela primeira vez na carreira na F1.

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