Nilópolis é o segundo município em número de casos de violência política na Baixada – Nilópolis Online

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Um levantamento desenvolvido a partir de parceria entre o Observatório de Favelas, a Universidade Federal Fluminense, UERJ e a Universidade Witwatersrand (WITS), da África do Sul, coloca Nilópolis como o segundo município da Baixada Fluminense em números de casos de violência política na Baixada Fluminense.
Os dados da Pesquisa Violência Política da Baixada Fluminense e Baía da Ilha Grande, foram divulgados no último dia 27/09. O relatório analisa diferentes modalidades de violência política e lista uma série de recomendações para combater os processos de violência política instalados nas regiões estudadas.
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O levantamento, que dá continuidade e amplia estudo lançado em 2021, revela que, a cada 45 dias, um agente político é assassinado na Baixada Fluminense. Os pesquisadores analisaram casos de violência cometidos contra políticos e ativistas nas regiões da Baixada e na Baía da Ilha Grande, entre janeiro de 2021 e junho de 2022.
Durante a apresentação dos dados da pesquisa, André Rodrigues, coordenador da pesquisa e pesquisador da UFF, destaca que a violência é um fator fundamental de estruturação das relações de poder nas regiões analisadas.
De acordo com o estudo, dos 31 casos de violência política mapeados, 28 foram cometidos na Baixada Fluminense e 3 na região de Ilha Grande. Destas, 23 foram praticadas com o uso de armas de fogo e 12 foram execuções sumárias, todas na Baixada. As demais foram: atentados contra a vida, ameaça, invasão de espaço político, depredação de espaço político, violência política de gênero, e disparo de arma letal contra manifestação política no período.
Um dado preocupante para quem mora em Nilópolis, é que o número de casos de violência política no município é superior ao número de ocorrências em cidades maiores da região. Duque de Caxias lidera o ranking com 10 ataques. Nilópolis aparece em seguida com 4 ocorrências. Logo depois aparecem Nova Iguaçu, São João de Meriti e Itaguaí com três ocorrências cada. Belford e Magé com dois casos e Japeri com apenas um caso, fecham a lista. As demais cidades da região não registraram crimes envolvendo políticos no período do levantamento.
Entre janeiro de 2021 e junho de 2022, Nilópolis registrou duas execuções políticas, um atentado contra a vida e um ferimento à bala decorrente de um disparo empregado em um assassinato de um ator político.
Apesar de registrar o segundo maior número de casos de violência política na Baixada Fluminense, Nilópolis fica atrás de Nova Iguaçu se comparado o número de execuções. Veja o comparativo:
Nova Iguaçu: 3 execuções
Nilópolis e Itaguaí: 2 execuções
São João de Meriti e Japeri: 1 execução
Os demais municípios não registraram execuções envolvendo políticos no período do levantamento.
No dia anterior à divulgação da Pesquisa Violência Política da Baixada Fluminense e Baía da Ilha Grande, o então candidato à deputado estadual pelo Progressistas, Marcelo Sessim, anunciou durante entrevista ao programa Nilópolis No Ar, que estava sofrendo ameaças de morte.
Marcelo contou que a ameaça mais recente foi feita no dia 24/09. Segundo ele, outras pessoas de sua equipe também foram ameaçadas e, por conta disso, ele acionou as autoridades para apurar a situação delicada. Na mensagem enviada pelo Whatsapp, o texto questiona se “defunto ganha eleição” e garantiu que “daqui a pouco (ele) vai morrer”, além de chamar o candidato de “viciado”.

Sessim esteve no dia 27/09, na 57ª DP (Nilópolis) e registrou ocorrência. Ainda na delegacia, o político relatou que as ameaças estão relacionadas à sua campanha para deputado estadual e disse ter suspeitas da origem delas, mas preferiu não divulgar nomes para não atrapalhar as investigações. O caso será apurado pela Polícia Civil, que já conta com informações passadas pelo próprio candidato e já está rastreando a origem das mensagens.
Marcelo teve 9.998 votos e não conseguiu se eleger nas eleições do último domingo (02/10).
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